América Latina é líder em produção de proteína animal

Nivaldo Grando

Carrapatos em bovinos, doenças de Marek, Gumboro e Newcastle na avicultura de corte e salmonelose suína são desafios do setor de produção animal.

Nivaldo Grando Junior, líder da divisão de saúde animal da Boehringer Ingelheim na Colômbia e Venezuela.

Nivaldo Grando Junior é líder da divisão de saúde animal da Boehringer Ingelheim na Colômbia e Venezuela, tendo atuado como diretor da área de grandes animais da empresa no Brasil.

Grando é engenheiro agrônomo pela Universidade de São Paulo, pós-graduado em gestão estratégica pela Fundação Getúlio Vargas e especialista em trade marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing.


AgriBrasilis – Quais os maiores mercados [animais] para produtos destinados à saúde animal?

Nivaldo Grando – Podemos segmentar o mercado em dois grandes grupos: o de animais de produção, voltado à proteína bovina, suína e avícola – nesse caso, carne e ovo –, e animais de companhia, como gatos, cachorros e cavalos.

Considerando a América do Sul, temos somado o maior mercado de animais de produção atualmente, sendo a pecuária o mais representativo pelo volume de animais que concentramos nessa região. Na América Latina como todo, são mais de 300 milhões de cabeças, produzindo, em sua grande maioria a pasto e de forma sustentável, mais de 1/3 da proteína mundial.

Quando falamos de aves, o continente sul-americano também tem a liderança na produção e exportação de carne e na manutenção dos mercados internos de ovo.

Já em suínos, apesar da China ser o maior produtor individual, a responsabilidade não muda. Principalmente depois da Peste Suína Africana, que se alastrou pela Europa e Ásia, estamos consolidados como produtores e exportadores mundiais.

Falando diretamente da Boehringer Ingelheim, temos nos destacados no mercado de parasiticidas para cachorros, gatos e ruminantes, e vacinas para suínos e aves, embora tenhamos portfólio amplo de soluções em todas as espécies.

AgriBrasilis – Quais as principais doenças que acometem a produção animal e respectivas soluções das empresas de saúde animal?

Nivaldo Grando – A produção intensiva está repleta de desafios. Temos ciência da responsabilidade de levar um alimento de qualidade e segurança a mesas de todas as pessoas.

Por exemplo, o carrapato em bovinos no Brasil representa bilhões de dólares em perdas anuais em produtividade. É um inseto de características e adaptação únicas e que exige um modelo completo de soluções conjuntas. No caso da Boehringer Ingelheim, contamos com os produtos Ivomec, Eprinex e Topline para combater o carrapato.

No caso da avicultura, temos três doenças predominantes em galinhas de corte: doença de Marek, Gumboro e Newcastle. Para cada granja e processo produtivo, dos mais tecnológicos aos mais tradicionais, contamos com vacinas vetorizadas, de altíssima qualidade e segurança não só na aplicação e no manejo, como para os animais e na carne produzida.

Já para a suinocultura, a salmonelose é uma doença que não só prejudica a produtividade no sistema das granjas, como eleva uso de antibióticos e pode afetar diretamente a saúde humana.

AgriBrasilis – O senhor foi responsável pela área de grandes animais da Boehringer no Brasil. Quais as diferenças entre os mercados da Venezuela e Colômbia e como se diferem do Brasil?

Nivaldo Grando – Temos mais similaridades que diferenças. Claro que se tomarmos a geografia do território brasileiro, o número de cabeças disponíveis, bem como área de pastagem para os animais, os números são bem diferentes. Contudo, pensando no modelo ecológico e a pasto produtivo, o nível de exigência na produção e a busca pela produtividade se assemelham muito.

AgriBrasilis – Quais são as estratégias para expandir a divisão de Saúde Animal da empresa nesses dois países?

Nivaldo Grando – A Boehringer tem estratégia de foco para expansão dos nossos negócios, respeitando sempre as características locais de mercados, principalmente na execução e criação de valor aos nossos clientes.

Mundialmente, nossas maiores taxas de crescimento estão no mercado de parasiticidas para pets (cães e gatos), bem como nas vacinas para suínos. Isso não é diferente na Colômbia e Venezuela. Contudo, com a diversidade que encontramos por aqui, seguimos trabalhando em atender a todos os clientes e espécies de maneira completa e sustentável.

 

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