Agrochemical Update Brasil & América Latina – 31/05/2023

agrotóxicos

Brasil tem mais de 300 cientistas na área de bioinsumos


Brasil

Em cumprimento a decisões judiciais, Anvisa aprova avaliação toxicológica dos agrotóxicos flumioxazina (Cropchem); imazapir (Rotam); e sulfentrazona (Rotam). (Anvisa)

Assembleia Legislativa de RO aprovou Projeto de Lei Ordinária nº 1487/2021, que institui normas para produção, comércio, transporte, uso, armazenamento, aplicação, fiscalização, destinação final dos resíduos e embalagens de agrotóxicos e seus componentes no estado. Projeto revoga a Lei nº 1841/2007. (Assembleia Legislativa de RO)

Ministério da Agricultura publica 31 pedidos de registro de agrotóxicos do tipo produto técnico, sendo 15 herbicidas, 6 inseticidas, 8 fungicidas, etc. (MAPA)

46% do volume de agrotóxicos utilizados na cultura do trigo são aplicados em abril, maio e junho. Aplicações visam combater ferrugem do colmo, lagarta do trigo, mancha marrom, azevém e outras mazelas. (Sindiveg)

Abisolo anuncia I Fórum Abisolo de Fertilizantes de Matriz Orgânica, com objetivo de debater o setor de fertilizantes orgânicos, organominerais e condicionadores de solo, segmento cujo faturamento cresceu 125% nos últimos três anos.  Evento deve ocorrer nos dias 08 e 09 de novembro, em Piracicaba, SP. (Abisolo)

Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina sugeriu ao governo a criação de Plano Nacional de Defensivos Agrícolas, visando fomentar a produção nacional de produtos técnicos e formulados. Segundo Antônio Bezerra, presidente-executivo da Abifina, o “objetivo é suprir uma fatia desse mercado de forma estratégica”. (Abifina)

Identificadas oito espécies de bactérias com atividade inibidora contra o fungo Rhizoctonia solani, causador da podridão-radicular em tomate, soja, e feijão. Bactérias apresentaram 70% de controle do fungo in vitro. “Bactérias foram submetidas a testes em mudas de tomateiro para avaliação do efeito protetivo contra o fitopatógeno e de promoção de crescimento vegetal”, de acordo com Jennifer Salgado, da Universidade Federal do Amazonas. (UFAM)

Relatório da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS apontou redução de 40,28% no número de propriedades atingidas por deriva de herbicidas hormonais na safra 2022/2023. Foram recebidas 55 denúncias, que resultaram na coleta de 58 amostras. 45 amostras apresentaram laudo positivo para herbicidas hormonais, totalizando 43 propriedades atingidas. Deriva de 2,4-D atingiu culturas da uva, com 26 ocorrências; noz-pecã, oliveira e morango, com duas ocorrências; e tabaco, maçã, tomate, trigo, pêssego, milho e laranja, com uma ocorrência. (Seapi)

STF mantém lei que proibiu pulverização aérea de agrotóxicos no CE. (STF)

SulGesso desenvolve fertilizante “inteligente”, que conta com encapsulamento do potássio e fósforo oriundo de fosfogesso. Fosfogesso é um subproduto da indústria de fertilizantes, utilizado na produção de ácido fosfórico. Produto foi desenvolvido em parceria com a UFSC, e contou com subvenção de R$ 4 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos – Finep. (SulGesso; UFSC; Finep)

Aproximadamente 56 toneladas de sementes, 1,8 mil L e 3,7 kg de agrotóxicos foram apreendidos em Jequitinhonha, MG. Produtos estavam armazenados de forma inadequada e sem comprovação de origem. (IMA; Polícia Militar de MG)

Portaria nº 1771, de 19/05/2023, da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do PA, dispõe sobre especificações de depósitos e estabelece regras para armazenamento de produtos agrotóxicos e afins em propriedades rurais. (Adepará)

Estudo “Atlas dos agrotóxicos”, desenvolvido por organizações científicas e ambientalistas da Alemanha e da França, concluiu que 49% dos agrotóxicos vendidos no Brasil são considerados extremamente perigosos. “A curto prazo, o Brasil precisa eliminar e banir substâncias que são consideradas altamente tóxicas. Em segundo lugar, proibir a pulverização aérea em nível nacional. Em terceiro lugar, eliminar as isenções fiscais para agrotóxicos e aprovar uma política nacional de redução de agrotóxicos”, disse Larissa Bombardi, professora da USP. (Fundação Heinrich Böll)

Mais de 90 centros de pesquisa no Brasil realizam pesquisas sobre bioinsumos, contando com mais de 300 cientistas. Em 2020, o governo formalizou o Plano Nacional de Bioinsumos, que fomentou políticas estaduais e estratégias de incentivo ao uso de insumos biológicos. Em 2005, havia apenas um produto biológico registrado no MAPA, segundo Fábio Bueno, presidente do portfólio de bioinsumos da Embrapa. “Neste ano, já existem 526 registros. Lavouras brasileiras já não são lugar de experimentos, mas de adoção de produtos de alta performance”, disse Bueno. (Embrapa)

Verde Agritech, empresa com maior capacidade de produzir potássio do Brasil, deve propor aos acionistas que a companhia não venda fertilizantes para 218 municípios da Amazônia. Objetivo é estimular combate ao desmatamento. Fundador e CEO da Verde Agritech, Cristiano Veloso, afirmou que “do ponto de vista de faturamento, não terá impacto no nosso negócio, mas reforça o compromisso da agricultura brasileira com um modelo de produção que é o mais sustentável do mundo”. Votação sobre essa questão será realizada em junho. (Verde Agritech)

Usina-escola de amônia da Universidade de Passo Fundo, RS, deve ser inaugurada até o final de 2023. Serão investidos R$ 50 milhões na operação. Capacidade de produção será de 1.500 toneladas de amônia/ano, com objetivo de abastecer a região norte do RS. Obras devem iniciar em dois meses. Segundo Fernando Pilotto, diretor técnico da TecnoAgro, a usina-escola deve produzir amônia utilizando hidrogênio proveniente da água, em substituição ao gás natural. (UPF; TecnoAgro)

Uso de biofertilizantes e inoculantes promove acréscimo de até oito sacas/ha no cultivo da soja. Rafael Nunes, diretor de operações da Tradecorp do Brasil, explica que a empresa realizou estudos para identificar incrementos de produtividade obtidos pelo uso desses insumos. “Na região do MS, por exemplo, tivemos incremento importante de 8,12 sacas de soja por hectare, com o uso combinado do biofertilizante – primeiro registrado no Brasil – e de fertilizante foliar. É um número expressivo, que, além de rentabilizar o produtor, comprova que a região tem as condições para utilizar nosso portfólio”, disse Nunes. (Tradecorp do Brasil)

De acordo com Bruno Fonseca, economista sênior do Rabobank, 2023 marca retomada no poder de compra do produtor rural. “Esse movimento acontece principalmente pela queda dos [preços dos] fertilizantes. Commodities podem enfrentar uma oscilação daqui para frente, mas, por conta dos insumos, acreditamos que esse índice deve melhorar para o produtor. O cenário aponta para retomada do consumo em alguns países, como o Brasil e EUA, já em 2023. O ano atual é um momento de transição entre a queda de consumo em 2022 e a retomada dos níveis pré-pandemia, que deve ocorrer em 2024 e 2025”, disse Fonseca. (Rabobank)

Secretário executivo de Desenvolvimento Econômico de SE, Marcelo Menezes, cobra urgência para solução sobre preço do gás natural fornecido às fábricas de fertilizantes da BA e SE, antes que Unigel interrompa investimentos. “É preciso que isso aconteça com certa brevidade. O acúmulo de perdas é real e seguramente eles não vão conseguir manter esse contexto”, comentou Menezes. (Sedetec; Unigel)

Raízen está sendo processada por suposta contaminação com agrotóxicos em fazenda vizinha em Óleo, SP. Área afetada, de produção de abacates para exportação, fica ao lado da fazenda Santa Tereza, onde a Raízen planta cana-de-açúcar. Ação tramita na Justiça de São Paulo desde agosto de 2022. Segundo a Raízen, a Secretaria de Agricultura não comprovou dano ambiental. (Justiça de São Paulo; Raízen)



América Latina

Preços de agrotóxicos caem pela primeira vez após mais de 30 meses de alta na Colômbia. Insumos agrícolas apresentaram queda de 1,98% em abril, ante mesmo período de 2022. Fertilizantes apresentaram queda de 2,76%, sendo que fertilizantes simples diminuíram 3,58%, e os compostos, 2,08%. Agrotóxicos apresentaram queda de apenas 0,13% no período. “Embora seja uma queda moderada nos preços dos agrotóxicos, destaca-se a tendência de estabilização dos preços que esse grupo começa a apresentar. Esperamos que continue nos próximos meses”, disse Felipe Fonseca, diretor da Upra. (Unidad de Planificación Rural Agropecuaria)

Apicultores da Costa Rica cobram do governo a proibição do agrotóxico fipronil, após a suspensão de decreto executivo que proibia o uso do pesticida. Desde abril de 2021 tramita na Câmara do país um pedido de proibição total do fipronil. (Câmara Nacional de Apicultura)

Entre janeiro e abril de 2023, a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos faturou mais de US$ 10,7 milhões pela venda de 22.693 toneladas de ureia granulada ao mercado interno da Bolívia, informou a gerente Gabriela Salazar. “Agricultores bolivianos demandam maiores volumes de ureia a cada ano. Maior consumidor de fertilizantes foi o departamento de Santa Cruz, com 54% de participação nas vendas, seguido por Cochabamba, La Paz e Tarija”, disse Salazar. (YPFB)

Mirta Toribio, chefe de pesquisa e desenvolvimento da Profertil, empresa que concentra mais da metade do setor de fertilizantes da Argentina, comentou sobre o cenário de adubação após a seca no país. “Há anos falamos sobre as melhores práticas de manejo para nutrição… Quando falamos em dosagens corretas, devemos falar das ferramentas de diagnóstico, e a principal delas é a análise de solo. Devemos lembrar que os produtores agrícolas estão preocupados e com o bolso apertado. Por isso, mais do que nunca, devemos ser eficientes nos insumos“, disse Toribio. (Profertil)



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