Agrochemical Update Brasil & América Latina – 06/12/2023

Vendas de fungicidas “multissítios” para a soja aumentaram 218%


Brasil

Anvisa publicou Consulta Pública nº 1.221, de 28/11/2023, que abriu prazo de 60 dias para manifestações sobre a inclusão de “Trichoderma hamatum” na Relação dos Ingredientes Ativos de Agrotóxicos (IN N° 103/2021). Manifestações devem ser feitas através do website da Agência. (Anvisa)

Adriano Carneiro Roland é o novo diretor executivo da Microgeo, empresa brasileira de adubação biológica. (Microgeo)

O ministro da agricultura, Carlos Fávaro, defendeu o PL dos agrotóxicos n° 1459/2022, aprovado pelo Senado em 28/11, que modifica as regras de aprovação e comercialização de pesticidas no Brasil. Fávaro disse que o projeto é necessário para modernizar a legislação e banir os defensivos mais danosos. “Um dos pontos mais importantes do texto aprovado é que nenhuma nova molécula pode ser aprovada se não for menos danosa do que a já existente”, disse o ministro. (MAPA)

Apesar do crescimento anual de 40% do setor de bioinsumos, a logística ainda é um fator limitante para o mercado. Segundo o CEO da Promip, Marcelo Poletti, o maior desafio é o prazo de validade dos produtos biológicos, já que em muitos casos os organismos vivos utilizados nesses produtos sobrevivem somente algumas semanas em condições de temperatura ambiente. Além disso, as empresas que utilizam processos de armazenamento e transporte refrigerado enfrentam custos maiores. Uma alternativa, de acordo com Poletti, seria a produção “regionalizada”, com fábricas mais próximas aos produtores rurais. (Promip)

Anvisa publica reprovação de avaliação toxicológica para fins de registro de clomazone técnico da Perterra e fipronil 800 g/kg WG da Syncrom. (Anvisa)

Yara anunciou uma nova marca de bioestimulantes, denominada YaraAmplix. O portfólio da marca deve contar com “ingredientes naturais, como algas marinhas e extratos de plantas”. A YaraAmplix será lançada comercialmente na China, Brasil e França no final de 2023 e será implementada gradualmente em outros países durante 2024. (Yara Brasil)

Principais agrotóxicos ilegais atualmente são o paraquate, herbicida proibido no Brasil, e os inseticidas tiametoxam e benzoato de emamectina, ambos de uso aprovado no país. No primeiro semestre de 2023, 210 toneladas de defensivos agrícolas piratas foram apreendidas no Brasil. Produto mais apreendido foi o paraquate (106 toneladas). Quantidades confiscadas aumentaram, especialmente no RS. Setor de defensivos apresentou perdas de R$ 20,8 bilhões em 2022 por conta dessas ilegalidades. “O efeito é cascata, ou seja, todos perdem com esse mercado paralelo”, disse Antônio Bezerra, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades. Práticas ilegais mais comuns são roubo, falsificação, contrabando e desvio de finalidade de uso. Bezerra disse que os agrotóxicos contrabandeados são predominantemente produtos comercializados legalmente no Paraguai, Uruguai, Argentina e Bolívia, que entram de forma ilegal no Brasil. (Abifina)

MAPA aprovou registros de 179 produtos técnicos e 310 produtos formulados até 01/12/2023, totalizando 489 produtos aprovados. Desses, 24 produtos formulados novos e 11 produtos técnicos novos foram registrados, além de 72 produtos biológicos e/ou aprovados para agricultura orgânica. (MAPA)

Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Alexandre Schenkel, a aprovação do PL dos agrotóxicos n° 1459/2022 no Senado é motivo de comemoração. “Esperamos mais de 20 anos para que isso acontecesse. Ao contrário do que alguns podem pensar, o PL não torna a legislação mais frouxa. A partir de agora, a avaliação dos riscos do produto se torna obrigatória. O MAPA terá a coordenação do sistema, mas todo o processo será colegiado, com a Anvisa e o Ibama, sem tirar as competências dos órgãos de controle e fiscalização”, disse Schenkel. (Abrapa)

Newton Macedo, diretor da consultoria sobre controle de pragas Araújo & Macedo, liderou pesquisas sobre o controle da cigarrinha das raízes (Mahanarva fimbriolata), praga muito presente em lavouras de cana, utilizando piriproxifeno. De acordo com Macedo, o piriproxifeno impede a eclosão das ninfas da cigarrinha. Segundo o pesquisador, o setor de cana deve se manter em alerta por conta da praga, principalmente devido à possibilidade de maior incidência de chuvas nos próximos meses. A cigarrinha pode causar perdas de 50% de produtividade. (Araújo & Macedo)

Agrion inaugura fábrica de fertilizantes organominerais em Tupaciguara, MG, com capacidade para 60 mil toneladas/ano. Unidade exigiu investimentos de R$ 30 milhões e é a primeira de 20 fábricas que estão planejadas até 2033. Projeto foi desenvolvido em parceria com a usina sucroalcooleira Aroeira, que fornece os insumos orgânicos, residuais do processo industrial (torta de filtro, vinhaça, etc). “Temos um contrato de 10 anos com a Aroeira, renováveis por mais 10. Assim, conseguimos acesso aos insumos e a usina tem prioridade no fertilizante”, disse Ernani Judice, CEO da Agrion. (Agrion; Aroeira)

Curso da Emater-DF orienta produtores de Brazlândia, região administrativa do DF, sobre o uso correto de defensivos agrícolas. Agricultores das comunidades do Incra 8, Assentamento Betinho e Rodeador, participaram da quarta etapa do curso de aplicação de agrotóxicos. Segundo o agrônomo Claudinei Vieira, gerente do escritório da Emater em Brazlândia, o curso reforça a importância do manejo adequado dos defensivos. “Com a correta aplicação, minimizamos os danos ao meio ambiente e, principalmente, à saúde do trabalhador e do consumidor”, disse Vieira. O curso abordou também a aplicação de pesticidas por meio de drones. “Apesar de ser uma tecnologia nova, ela já é realidade em grande parte das propriedades no DF e no país”, segundo Vieira. (Emater – DF)

Entregas de fertilizantes no Brasil cresceram 16,7% em setembro, ante mesmo período de 2022, alcançando 4,89 milhões de toneladas. Entre janeiro e setembro de 2023, foram entregues 33,5 milhões de toneladas, o que representou crescimento anual de 11,3%. MT concentra o maior volume de entregas desde o começo do ano, atingindo 7,72 milhões de toneladas, seguido por PR (3,88 milhões), GO (3,66 milhões) e RS (3,56 milhões). (ANDA)

Vinícius Scandolara Boleta é o novo gerente nacional de herbicidas da Adama Brasil. (Adama Brasil)

Governo de GO está desenvolvendo o “primeiro Código de Defesa Agropecuária do Brasil“. A Agrodefesa do estado lidera a iniciativa, que busca simplificar a legislação do setor. “Vimos a necessidade de atualizar as nossas leis para atender a leis federais, que já avançaram em alguns pontos”, disse o presidente da Agrodefesa, José Ramos. “Temos que adotar programas que nos permitam atuar com o autocontrole, conferindo à Agrodefesa o papel de orientadora e disseminadora das boas práticas” disse o diretor de defesa agropecuária, Augusto Amaral. (Agrodefesa)

Adapar, Polícia Civil e Polícia Militar fiscalizaram barracão com suspeita de falsificação de fertilizantes na Vila Industrial do município de Laranjeiras do Sul, PR. Verificou-se a presença de dois misturadores de fertilizantes granulados, 315 embalagens novas tipo big bag, 194 toneladas de fertilizantes sem identificação e rotulagem, etc. O barracão foi interditado e os produtos foram apreendidos. (Adapar)

Vendas de fungicidas “multissítios” para a soja aumentaram 218% entre as safras 2018/19 e 2022/23, alcançando R$ 3,8 bilhões. Adesão aos produtos “multissítios” atingiu quase 80% da área de soja em 2022/23, comparado a 5% em 2014/15. Apesar do aumento nas transações de “multissítios”, a categoria de fungicidas caiu para a segunda posição em valor, representando R$ 18,9 bilhões (33%) do mercado de defensivos para a soja, de R$ 57 bilhões. Pela primeira vez, herbicidas lideraram as vendas, alcançando R$ 20 bilhões (36%). Lucas Alves, gerente de contas da Kynetec Brasil, prevê que essa mudança no ranking não será duradoura. Os fungicidas devem retomar a liderança devido aos aumentos nos preços e às restrições na oferta de herbicidas. (Kynetec Brasil)

Alerta para possível aumento da incidência da broca-da-cana (Diatraea saccharalis), que pode aumentar durante o verão, em função da maior incidência de chuvas. Segundo Maurício Oliveira, gerente de marketing da FMC, os prejuízos causados pela praga no Brasil podem alcançar R$ 5 bilhões por safra. Além disso, a cada 1% de infestação, a produção de cana pode ser reduzida em 1,21%. “É preciso iniciar o controle logo no início da infestação para frear os prejuízos”, disse Oliveira. (FMC Corporation)

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a Petrobras pode realizar parcerias com empresas da Arábia Saudita para produzir fertilizantes. “Por exemplo, a gente poderia fazer investimentos cruzados entre a nossa Petrobras e empresas da Arábia Saudita para produzir fertilizantes, e dar uma garantia ao mundo com a incerteza criada pela guerra da Rússia na Ucrânia”, disse Lula. Recentemente, a Petrobras oficializou a retomada dos investimentos na produção de fertilizantes ao divulgar seu plano estratégico 2024 – 2028. (Governo do Brasil)

Ministério da Agricultura publica pedidos de registro de 74 produtos agrotóxicos, sendo 28 herbicidas, 14 fungicidas, 18 inseticidas, etc. (MAPA)

Ocorrência de casos de resistência múltipla e cruzada de Eleusine indica (capim-pé-de-galinha) aos herbicidas dos grupos dos “Inibidores da ACCase” [também conhecidos como inibidores da síntese de lipídios] e “Inibidores da EPSPs” [herbicidas de ação total, de amplo espectro, que controlam plantas monocotiledôneas e dicotiledôneas anuais e perenes]. Essa é uma espécie que requer atenção e adoção intensa de boas práticas agrícolas e técnicas de manejo de plantas daninhas resistentes. (HRAC-BR)

Agricultores brasileiros sofrem perdas anuais de R$ 35 bilhões por conta dos nematoides, sendo R$ 15 bilhões só no cultivo de soja. “Com o passar dos anos, agroquímicos foram perdendo eficácia devido à resistência adquirida pelos nematoides… Hoje, mais de 90% dos nematicidas para a soja adquiridos no Brasil são biológicos, aplicados via tratamento de sementes ou sulco de plantio”, disse Thales Martins, gerente de portfólio da Biotrop. “O uso de produtos biológicos adiciona microrganismos vivos à biota do solo, como fungos e bactérias benéficas, que têm ação direta contra nematoides. Esse uso interrompe um ciclo prejudicial às plantas, que acabaria inclusive ocasionando a proliferação de outras doenças, potencializadas pelas lesões causadas nas raízes”, disse Martins. (Biotrop)

Diretores da Anvisa irão se reunir para a última reunião da Diretoria Colegiada de 2023 em 06/12. O encontro acontece a partir das 9h30 e será transmitido ao vivo pelo canal da Anvisa no YouTube. Entre os itens da pauta, está a apresentação dos resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos. O relatório irá trazer os resultados do monitoramento realizado durante 2018, 2019 e 2022. (Anvisa)

Ministério da Agricultura aprova registros de 51 agrotóxicos, sendo 8 produtos biológicos. (MAPA)

Mercado brasileiro de fertilizantes deve crescer para cerca de 44 milhões de toneladas em 2023, ante 41 milhões em 2022. (Yara Brasil)

Segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a empresa estuda formas de atrair investimentos de empresas do Oriente Médio, como Arábia Saudita e Catar, por exemplo, que poderiam garantir gás a preços mais competitivos para o Brasil e dessa forma ampliar a produção de fertilizantes nitrogenados. (Petrobras)

Sindicato Nacional dos Servidores da Agências Nacionais de Regulação pede o veto presidencial ao PL dos agrotóxicos  nº 1.459/2022. A entidade teme que o projeto retire a capacidade de atuação da Anvisa. “Além do flagrante conflito de interesses, enfraquece a regulação do setor e abre brechas para que as decisões técnicas sejam politizadas, sem levar em conta os reais interesses e o bem estar da população”,  disse Fabio Rosa, presidente do Sindicato. (Sinagências)

Yara anunciou investimento de R$ 90 milhões em sua unidade de fertilizantes foliares em Sumaré, SP. Recursos serão aplicados até 2025, direcionados para P&D, com objetivo de obter um portfólio de produtos focado na agricultura regenerativa. “Sustentabilidade não é mais suficiente. Queremos começar a devolver para a natureza o que extraímos dela ao longo do tempo”, disse Marcelo Altieri, CEO da Yara Brasil. (Yara Brasil)

Portaria SDA/MAPA nº 961, de 30/11/2023, submete à Consulta Pública, pelo prazo de 45 dias, proposta de Portaria Conjunta do MAPA, Ibama e Anvisa, que estabelece as diretrizes para os procedimentos de retrabalho, revalidação e reprocesso de agrotóxicos dos tipos produtos formulados, produtos técnicos e pré-misturas. (MAPA)

PL dos agrotóxicos nº 1459/2022, altera a legislação de pesticidas. Dentre as mudanças, o MAPA organizará a fila, coordenará o processo e encaminhará dossiê toxicológico para Anvisa e ambiental ao Ibama; haverá análise de risco para concessão de registros de produtos novos e nos usos que impliquem aumento de dose, inclusão de cultura e equipamento de aplicação; determinam-se prazos para conclusão dos pleitos de registro: 24 meses para produto novo (formulado e técnico), 12 meses para produto formulado, produto genérico, e produto técnico equivalente, 60 dias para produto formulado idêntico; titular do registro terá até 2 anos para iniciar produção e comercialização, sob pena de cancelamento; reanálises de agrotóxicos deverão ser realizadas e concluídas em até 1 ano, prorrogável por 6 meses; será dispensado registro para exportação; etc. (Senado Federal)



América Latina

Direção Geral de Agricultura e Pecuária da província de Santiago del Estero, Argentina, anuncia que está em vigor a proibição do uso e aplicação dos herbicidas 2,4D, 2,4DB e qualquer outro herbicida hormonal, como MCPA, picloram, fluroxipir, dicamba, etc. Para todo o território de Santiago del Estero, foram proibidas por um ano as aplicações aéreas em qualquer cultura, independentemente da formulação dos produtos. No caso das aplicações terrestres, a proibição começou em outubro e se estende até fevereiro de 2024. (Governo de Santiago del Estero)

Confirmado caso de resistência múltipla da planta daninha belverde (Bassia scoparia), resistente aos herbicidas metsulfuron, imazapir e glifosato na Argentina. Ao todo, foram registrados 46 casos de plantas daninhas resistentes no país, sendo 15 de resistência múltipla, ou seja, que envolve mais de um herbicida. (Aapresid)

Universidade Andrés Bello, do Chile, irá investir mais de US$ 4,5 milhões para desenvolver bioinsumos agrícolas. “O objetivo é obter bioestimulantes que, pela sua composição e características, contribuam para melhorar a saúde e a produtividade das plantas, fornecendo nutrientes essenciais ao seu desenvolvimento, como o NPK. Ao mesmo tempo, é possível obter um solo ‘vivo’ através da biodiversidade microbiana, o que melhora a disponibilidade de nutrientes e pode reduzir o uso de pesticidas”, disse Derie Fuentes, coordenador de pesquisa do Centro de Biotecnologia de Sistemas da universidade. (Universidade Andrés Bello)

Segundo Jorge Cartín, diretor da Aliança para Sustentabilidade Agrícola, os dados divulgados pela ONU sobre o uso excessivo de agrotóxicos na Costa Rica são incorretos. “Os dados divulgados… não levam em consideração que aproximadamente 43,5% do volume de ingrediente ativo que é importado no país é utilizado na formulação local de defensivos, que depois são exportados como produtos finais para outros países da América Central, Caribe e região Andina”. Segundo Cartín, a estimativa que indica uso de quase 35 kg/ha de ingrediente ativo não está correta, e a quantidade real seria de apenas 8,9 kg/ha. (ASA)

Segundo o presidente da União de Fabricantes e Formuladores de Pesticidas do México, Luis Cepeda, a incerteza legislativa sobre os defensivos agrícolas no país ameaça “mudar as regras do jogo”, prejudicando a indústria e os agricultores. Além disso, sobre a iminente proibição do glifosato no país, Cepeda disse que não existem evidências de que o produto cause câncer, e que não existem substitutos para o glifosato. (UMFFAAC)



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