Capina elétrica é alternativa para controle de plantas daninhas

“A corrente elétrica passa do aplicador para as plantas e se transloca através dos vasos condutores (xilema e floema) até atingir as raízes.”

Sergio Coutinho é Co-CEO e fundador da Zasso, além de bacharel em administração de empresas pelo IBMEC SP (Insper).

A Zasso é uma empresa especializada no controle de ervas daninhas e plantas invasoras através da eletricidade, sem o uso de produtos químicos. Em outubro de 2021, a CNH Industrial, segunda maior fabricante de equipamentos agrícolas do mundo, se tornou sócia minoritária da empresa.

Sergio Coutinho, Co-CEO e fundador da Zasso


AgriBrasilis – Como é realizado o controle elétrico de ervas daninhas? Como o sistema é capaz de distinguir as plantas que devem ser removidas?

Sergio Coutinho – O objetivo do controle de ervas daninhas via capina elétrica é eliminar plantas indesejáveis de forma sustentável e eficaz.

A capina elétrica funciona através da eletricidade gerada localmente, utilizando a energia mecânica do trator. A corrente elétrica passa do aplicador para as plantas e se transloca através dos vasos condutores (xilema e floema), até atingir as raízes. O circuito elétrico é fechado através de um segundo aplicador. A energia injetada nas plantas destrói as células das mesmas até suas raízes, eliminando-as.

Dessa forma, apenas as plantas tocadas por esse “arco elétrico” recebem a descarga elétrica, sem efeitos negativos em micro-organismos e elementos do solo.

O contato físico da planta alvo com os eletrodos de alta tensão estabelece um fluxo de corrente que atua somente no momento da aplicação e não deixa resíduos no solo.

Uma das vantagens da capina elétrica é que o modo de ação é sistêmico, ou seja, controla as plantas que entram em contato com os eletrodos das folhas até as raízes e garante um tratamento eficaz, comparável ao dos herbicidas químicos.

Esse método não apresenta qualquer risco de contaminação, uma vez que se baseia apenas no meio físico (eletrocussão). Sendo assim, também não há riscos de intoxicação, um dos maiores problemas relacionados aos herbicidas. O processo é até 20x mais rápido que a remoção manual e certificado para uso em culturas orgânicas

AgriBrasilis – Para quais culturas o sistema é adequado? Em que locais já está sendo utilizado com sucesso?

Sergio Coutinho – A tecnologia está sendo utilizada em todo o cenário urbano, público ou privado, para a limpeza e manutenção de ruas e rodovias, e em setores de facilities.

No setor agrícola, a capina elétrica está senod utilizada em praticamente todos os cenários, tanto para os grandes quanto os pequenos produtores, em culturas de citrus, de café, uvas, bananas…

A capina manual realiza só o controle de folhas, sem danos nas raízes e tem uma durabilidade média de 20-30 dias entre tratamentos. Através da eliminação definitiva da planta invasora via raiz,  a capina elétrica apresenta uma durabilidade média de 70 a 90 dias entre tratamentos.

A diminuição dos custos anuais associadas à atividade de capina em cidades chegam ser cinco vezes menores ante o método mecânico tradicional.

AgriBrasilis – Como a Zasso atua em cidades e/ou garante a segurança e resultados nas suas aplicações?

Sergio Coutinho – A Zasso tem grande preocupação com a segurança de suas operações, e resultados ótimos associados, e se guia pela legislação vigente no país para produzir, distribuir e operar seus equipamentos, principalmente via NR10 e 12, aplicáveis para a tecnologia.

A Zasso conta com parceiros treinados, e certificados, que garantem estas exigências da empresa quanto a segurança, e da mesma forma os bons resultados para as prefeituras e clientes de diversos segmentos.

 

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