China proibiu importações de aves e produtos relacionados da Argentina
Fabricante de papel e celulose Celulosa Argentina, sediada em Rosário, entrou com pedido de recuperação judicial após deixar de pagar títulos. A empresa acusou o governo de Javier Milei de criar um “contexto econômico extremamente adverso”. As ações da empresa caíram 17% no dia do anúncio e já acumulam queda de quase 80% em 2025. O caso reforça a pior onda de calotes empresariais desde 2020, que atinge setores agrícolas e industriais. (Celulosa Argentina SA)
Relatórios da JP Morgan e Itaú BBA destacam sinais de melhora estrutural no país: inflação em queda, déficit fiscal reduzido e avanços em petróleo, gás e mineração, que podem gerar superávit comercial de US$ 6 bilhões em 2025. Medidas de Milei, como o corte de 30% nos gastos e o fim de subsídios, ajudaram a frear a inflação, mas analistas alertam que o regime de bandas cambiais é apenas uma solução emergencial. (JP Morgan; Itaú BBA)
China proibiu as importações de aves e produtos relacionados da Argentina devido a um surto de gripe aviária no país sul-americano, informou a administração alfandegária chinesa em comunicado datado de 3/9. (Governo da China)
Negócios estão travados no agro depois dos resultados das últimas eleições provinciais. “O mercado da Argentina está completamente paralisado em termos de volumes negociados. Praticamente nenhuma venda de soja, milho e trigo. É normal que produtores e vendedores tenham a tendência de interromper ou desacelerar as decisões de venda durante períodos tão voláteis, pois, com variações bruscas do dólar, existe o risco de desempenho inferior nas vendas”, disse Juan Manuel Uberti, da corretora Grassi. (Grassi)
Bolsa de Comércio de Rosário projeta que a produção de milho na safra 2025/26 pode atingir 61 milhões de toneladas, superando o recorde anterior de 52,5 milhões de toneladas em 2023/24. A estimativa depende de chuvas regulares ao longo do ciclo. (BCR)
Conselho Administrativo de Defesa Econômica aprovou a fusão entre Marfrig e BRF, dando origem à MBRF, companhia avaliada em R$ 152 bilhões em vendas anuais. A decisão foi tomada em sessão extraordinária nesta sexta-feira, 5 de setembro. Questionamentos da concorrente Minerva Foods sobre a participação do fundo soberano saudita Salic foram superados após ajuste societário. A previsão é de que a operação seja concluída ainda em setembro, reunindo marcas como Sadia, Perdigão, Qualy e Bassi. (CADE)
Exportações de carne de frango somaram 394,6 mil toneladas em agosto (+3,9% a/a), mas a receita caiu 11,9%, para US$ 699,4 milhões. Associação Brasileira de Proteína Animal atribui a recuperação do volume à reabertura de mercados após a suspensão de embargos ligados à gripe aviária, com o México liderando as compras (+873%). No acumulado do ano, os embarques recuam 1,1%, para 3,39 milhões de toneladas. Exportações de ovos dispararam 71,9% em agosto e acumulam alta de 192% em 2025, com destaque para Japão, EUA e México. (ABPA)
Esgotamento da infraestrutura nos portos fez o Brasil deixar de embarcar 508.732 sacas de 60 kg de café em julho de 2025. Isso impediu que o país recebesse US$ 196,05 milhões como receita cambial em suas transações comerciais em julho, considerando o preço médio FOB de exportação de US$ 385,36 por saca (café verde) e a média do dólar. (Cecafé)
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou em 5 de setembro uma Medida Provisória que libera R$ 12 bilhões para a renegociação de dívidas rurais. A medida deve beneficiar até 100 mil produtores, principalmente pequenos e médios afetados por secas e enchentes, oferecendo juros reduzidos (a partir de 6% ao ano) e prazos de até nove anos para pagamento. Os recursos serão repassados pelo Tesouro a bancos e cooperativas, com o BNDES na estruturação. (Governo do Brasil)
Delegação chinesa deverá visitar o RS para verificar as condições sanitárias do local, depois que um surto de gripe aviária relatado pelas autoridades desencadeou proibições comerciais, de acordo com Gilberto Tomazoni, presidente-executivo da JBS. (JBS)
IPAM alerta que o Cerrado continua sofrendo com desmatamento acelerado, inclusive legal, e segue sub-representado na agenda política e climática. Apesar de abrigar 60% da produção agrícola nacional e quase 60% dos remanescentes de vegetação nativa em propriedades privadas, o bioma já perdeu 40 milhões de hectares desde 1985 e concentra mais da metade de todo o desmatamento do Brasil. Cientistas defendem que políticas de pagamento por serviços ambientais e mecanismos como o programa Conserv são essenciais para frear a destruição e garantir a competitividade do agronegócio no longo prazo. (IPAM)
Produtora de etanol Inpasa vai se concentrar em impulsionar a demanda em regiões como o Norte e o Nordeste do Brasil, à medida que busca descentralizar a oferta do biocombustível, disse o vice-presidente de trading da empresa, Gustavo Mariano Oliveira. (Inpasa)
Instituto Nacional de Estatísticas, em coordenação com a Oficina de Estudos e Políticas Agrárias, iniciou em 8/9 a Pesquisa Agropecuária Nacional 2025 em 12 regiões. O levantamento medirá área plantada de cultivos anuais, hortaliças e forrageiras, além de rebanhos bovino, ovino e caprino. A pesquisa será aplicada em duas etapas e deve gerar estatísticas mais completas para apoiar produtores e a formulação de políticas públicas. Resultados serão divulgados no primeiro semestre de 2026. (INE; Odepa)
Chile concluiu a consulta pública da Estratégia Nacional de Cidades Verdes, que reuniu mais de mil pessoas e 33 organizações. O plano propõe integrar infraestrutura verde e soluções baseadas na natureza à política urbana, com foco na gestão da água, enfrentamento a ondas de calor e redução das desigualdades territoriais. A iniciativa, apoiada pela FAO, busca transformar as cidades em espaços mais sustentáveis. (Governo do Chile)
Dez municípios concentram 4,39 milhões de cabeças de gado, o equivalente a 14,6% do rebanho bovino nacional. O destaque é San Vicente de Caguán, com 990 mil animais, seguido por Paz de Ariporo (551 mil) e Cartagena de Chairá (463 mil). O levantamento, realizado pelo Instituto de Agropecuária da Colômbia, também aponta que o crescimento da nutrição de pastagens tem gerado maior eficiência produtiva. (ICA)
Começa em Medellín a Expo Agrofuturo, com mais de 350 expositores de 17 países. Segundo María Alejandra Madrid, CEO da Agrilink, empresa organizadora do evento, a feira busca se consolidar como vitrine de inovação e sustentabilidade para o agro colombiano, com foco em pecuária carbono neutro, agricultura adaptada às mudanças climáticas, tecnologias digitais e novas tendências de consumo. Estima-se mais de US$ 6 milhões em negócios durante a exposição. (Expo Agrofuturo)
Pecuária de búfalos deixou de ser “exótica” e hoje é considerada estratégica para a segurança alimentar da Colômbia. Segundo o Instituto de Agropecuária da Colômbia, o rebanho cresceu 60% desde 2018, alcançando 617 mil cabeças em 2025. Projeções indicam que até 2027 o número chegará a 1,6 milhão de animais, avanço de 406%. A produção de leite deve aumentar 421% e a de carne 204%. (ICA)
México vive crise de preços da agave apesar do “boom” das exportações de tequila. O rápido aumento das exportações de tequila, que saltaram de 224 milhões de litros em 2018 para mais de 402 milhões em 2024, estimulou corrida pela produção de agave em Jalisco e regiões com denominação de origem. O número de produtores de agave subiu de 3,1 mil em 2014 para mais de 42 mil em 2024, e a área plantada mais que dobrou. Excesso de oferta derrubou o preço da agave de 35 pesos/kg (US$ 1,75) para apenas 8 pesos/kg (US$ 0,40), abaixo dos custos de produção. (Consejo Regulador del Tequila)
Safra de soja 2025/26 deve alcançar 10,58 milhões de toneladas. O número inclui 9,92 milhões de toneladas da safra principal e 1,29 milhão de toneladas da safrinha, já consolidada. O milho safrinha de 2026 também foi projetado, com 4,85 milhões de toneladas. Analista Larissa Barboza Alvarez destaca que os volumes podem ser revisados conforme a produtividade seja confirmada. O mercado acompanha a evolução do clima no Brasil, a demanda chinesa e a oferta dos EUA, fatores decisivos para a precificação. (StoneX Consultoria)
Congresso rejeitou a criação da Reserva Indígena Yavari Mirim, em Loreto, cujo objetivo era a proteção de 1,17 milhão de hectares da Amazônia, além de povos indígenas em isolamento voluntário. A decisão foi criticada por organizações indígenas e ambientalistas, que acusam o governo de ceder a pressões de setores madeireiros e extrativistas. (Congresso do Peru)
Associação agroindustrial Sofoval divulgou estimativa de custos para cultivos de verão no sul do Uruguai. O relatório considera insumos, labores, seguros, fretes e impostos, e aponta que será necessária alta produtividade para viabilidade econômica. Custos variam de US$ 367/ha no sorgo forrageiro até US$ 1.181/ha no milho para silo, passando por US$ 622/ha na soja de primeira safra, US$ 665/ha no girassol, US$ 706/ha no sorgo grão e US$ 1.004/ha no milho de primeira safra. (Sofoval)
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