Inovações no agronegócio vão além do “tech”

“A maneira mais assertiva para se inovar é de forma sistêmica…”

Tatiana Fiuza é CEO da Cocriagro e diretora de inovação da Sociedade Rural do Paraná, formada em jornalismo pela Universidade Católica de Brasília, com mestrado pela Universidade Estadual de Maringá e pela Universidade Estadual de Londrina.


AgriBrasilis – As empresas do agro estão inovando?

Tatiana Fiuza – Sim, as empresas do agronegócio reconhecem, assim como outros setores, a inovação como uma necessidade estratégica. Por isso, estamos trabalhando com elas e cada vez mais focados em iniciativas de inovação aberta.

“Empresas que buscam pela inovação aberta já entenderam que precisam inovar de maneira rápida e precisa”

AgriBrasilis – Como é possível inovar de forma assertiva e qual é o custo da inovação?

Tatiana Fiuza – A maneira mais assertiva para se inovar é de forma sistêmica. Ou seja, é criando o Sistema de Gestão da Inovação na empresa ou cooperativa.

Sobre os custos, sempre falo que depende do que a empresa ou cooperativa quer construir. Para quem está começando, sugerimos orçamentos mais baixos. Para quem já está com muitos projetos, os orçamentos são mais altos. Não há um padrão. Isso vai depender do que a empresa quer.

AgriBrasilis – É possível inovar além do “tech”?

Tatiana Fiuza – Com certeza é possível inovar além do “tech”. Muitas empresas estão inovando para além da tecnologia, principalmente em processos.

Aqui na Cocriagro, por exemplo, temos atuado com jornadas de inovação. Assim, ajudamos empresas e cooperativas do agro a criarem seus sistemas de gestão da inovação, por meio de processos e ações. Nossa metodologia envolve a ISO 56002:2019. Dessa forma, conseguimos garantir uma atuação mais eficiente.

Nosso objetivo é impulsionar a inovação, a competitividade e a sustentabilidade das empresas e cooperativas do agronegócio, conectando-as com startups e institutos de pesquisa para criar ou absorver soluções inovadoras e eficazes.

Temos muitos projetos em desenvolvimento, por meio da jornada de inovação. Por exemplo, foi a jornada de inovação criada para o Sicoob Ouro Verde que já está se conectando com startups. Também temos uma jornada específica com a Adama. Já para a Cooperativa Integrada, por exemplo, estamos atuando com o nosso Escritório de Projetos, que visa auxiliar empresas e cooperativas a captarem recursos para inovação.

AgriBrasilis – O que é “inovação aberta” e quais são seus benefícios para as empresas do agro?

Tatiana Fiuza – Inovação aberta foi um conceito cunhado por Henry Chesbrough, que diz que empresas podem e devem inovar a partir de interações externas.
Na prática, significa que nem sempre os inputs de inovação estão nos laboratórios internos ou somente na liderança da empresa: podem existir boas ideias que vão resultar em inovação vindas de outras empresas, como no caso das startups, ou de instituições, como em institutos de pesquisa ou universidades. Empresas que buscam pela inovação aberta já entenderam que precisam inovar de maneira rápida e precisa.

 

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