Mercado de defensivos agrícolas movimentou US$ 20 bilhões
Brasil
Ministério da Agricultura publicou, em 07/08, 178 pedidos de registros de agrotóxicos: 57 herbicidas, 37 fungicidas, 67 inseticidas, etc. (MAPA)
Atlas Agro recebeu investimento de US$ 325 milhões da gestora global de ativos Macquarie Asset Management, para expansão da capacidade de fabricação de fertilizantes nitrogenados, com uso de hidrogênio verde. (Atlas Agro; MAM)
Pesquisadores da USP desenvolveram “biofertilizante bioativo líquido“, oriundo de resíduos agrícolas. De acordo com Giovanna Ribeiro, pesquisadora do Instituto de Química de São Carlos, “a patente visa à aplicação de um biofertilizante que não utiliza produtos químicos danosos ao solo e aos animais presentes no ambiente de aplicação”. Ribeiro destaca que o principal diferencial do produto é a utilização de resíduos que seriam descartados, como a “cama de frango”, material depositado no galpão de criação de aves, e o esterco bovino. (IQSC – USP)
Mercado de defensivos agrícolas movimentou aproximadamente US$ 20 bilhões no Brasil durante a safra 2022/23. Resultado representou crescimento de 43% ante a safra de 2021/22. Segundo a Consultoria Kynetec, o aumento nas vendas de agrotóxicos acompanhou o aumento da área plantada no Brasil, que atingiu 90 milhões de hectares. (Consultoria Kynetec)
Roberto Hun, que recentemente deixou a presidência da Corteva no Brasil e Paraguai para conduzir a integração com a Stoller Agro, agora também irá liderar a integração da Corteva com a Symborg. Ambas as empresas possuem forte atuação no mercado de produtos biológicos e foram adquiridas pela Corteva. (Corteva Agriscience)
Índice de Poder de Compra de Fertilizantes alcançou um dos melhores níveis dos últimos dois anos. Em julho, o índice atingiu 0,87, apresentando melhora significativa quando comparado com julho de 2022. Mesmo com as oscilações nos preços das commodities e dos fertilizantes, o cenário se mantém favorável ao agricultor, permitindo boa relação de troca. (Mosaic Fertilizantes)
Segundo Fabricio Andrian David, gerente comercial da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas – Cocapec, os produtores de café que decidiram comprar fertilizantes em julho já estão pagando pelo menos 30% mais caro do que se tivessem adquirido os insumos no início do ano. “No começo do ano, apesar dos preços mais altos, os preços do café estavam sustentando essa diferença positiva, quando atingimos a melhor média histórica na relação de troca. O café está caindo muito desde março e essa curva começou a mudar. Mesmo com a queda que tivemos nos fertilizantes, o produtor deixou de olhar essa relação de troca e, para pagar agora, fica entre 20% e 30% mais caro”, disse David. (Cocapec)
Franqueadora de revendas de insumos agrícolas Goplan encerrou 2022 com faturamento de R$ 145 milhões, enquanto o faturamento total dos franqueados alcançou R$ 3 bilhões. (Goplan)
De acordo com a Aprosoja-MS, a compra tardia de fertilizantes deve refletir nos custos para implantação da soja. “O custo desses insumos deve impactar, sim, a produção. Porém, o impacto será menor do que quando comparado com o aumento de 27% observado na safra 2022/23, quando os preços estavam elevados em virtude do receio de não se conseguir importar, provocado pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia”, segundo a coordenadora econômica da Aprosoja-MS, Renata Farias. (Aprosoja-MS)
Fertilizantes Heringer apresentou prejuízo de R$ 135,3 milhões no segundo trimestre de 2023. Receita líquida alcançou R$ 887,3 milhões no período, queda de 18% ante 2022. “A redução constante nos preços dos últimos meses acarretou em uma menor margem na venda dos produtos, os quais tiveram em alguns casos venda abaixo dos custos de aquisição de estoque, já que no geral a compra acontece meses antes da venda”, segundo nota da empresa. (Fertilizantes Heringer)
Inflora Biociência é a nova empresa de defensivos biológicos do Grupo Santa Clara. A Inflora conta com mais de 10 microrganismos próprios registrados, além de sete registros de produtos prontos para uso, incluindo bionematicidas, bioinseticidas e biofungicidas. (Grupo Santa Clara)
Cafeicultura movimentou R$ 2,7 bilhões em defensivos agrícolas durante a safra 2022/23. O café é o quinto cultivo no ranking de compras de agrotóxicos no Brasil. Fungicidas foliares lideraram as vendas, representando 28% do total e alcançando R$ 759 milhões. (Consultoria Kynetec)
Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, disse que a liberação de agrotóxicos realizada durante o governo passado precisa ser revista. “Precisamos fazer um debate sobre agrotóxicos no Brasil, do que é mais nocivo, menos nocivo, do que é passível de substituição e do que ainda não é. Esse status quo não satisfaz a sociedade brasileira. No período anterior, houve liberação exagerada de agrotóxicos, o que precisamos rever”, disse Teixeira, durante o Seminário Nacional de Bioinsumos e Fortalecimento da Agricultura Familiar. (MDA)
Polícia Rodoviária Federal apreendeu carga ilegal de 5 toneladas de paraquate na BR 386, em Seberi, RS. A carga apreendida continha 250 galões de 20 litros do herbicida. (PRF)
Pesquisadora Ana Paula de Souza, da Unicamp, analisou a presença dos agrotóxicos no mel e na cera de abelhas. Produtos apícolas, segundo Souza, são bioindicadores de contaminação, já que analisar diretamente as abelhas é difícil devido ao tamanho desses insetos. Das 40 amostras de mel analisadas, seis apresentaram resíduos do herbicida glifosato acima do limite legal permitido. Nas ceras, foram detectados um ou mais agrotóxicos em 90% das amostras. (Unicamp)
América Latina
Secretaria da Agricultura de Córdoba, na Argentina, realizou operações em três municípios para verificar o cumprimento da Lei nº 9.164, que regulamenta o uso de produtos fitossanitários. Os procedimentos ocorreram devido a reclamações recebidas em áreas rurais próximas das cidades de Oncativo, Tancacha e Ordoñez. Foi solicitado para que 11 produtores rurais apresentassem a Receita Fitossanitária Digital das últimas aplicações realizadas em suas fazendas. Além disso, um pulverizador autopropelido e três depósitos de defensivos que não possuíam autorização foram interditados. (Secretaria da Agricultura de Córdoba)
Governo da Bolívia estima captação de receitas de US$ 10 bilhões através da produção de lítio, ferro, aço e fertilizantes no médio prazo. O vice-ministro da Gestão e Coordenação Governamental, Gustavo Torrico, destacou que esses serão os “novos pilares da economia nacional nos próximos anos”, e que o gás deixará de ser “o que governa a renda” do país. Segundo a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos, a Usina de Amônia e Uréia localizada em Cochabamba apresentou faturamento de US$ 228,7 milhões em 2022, ano em que foram produzidas 364 mil toneladas de fertilizantes. (Ministério da Gestão e Coordenação Governamental; YPFB)
Costa Rica apresenta alto índice de uso de agrotóxicos, de aproximadamente 34,45 kg de ingrediente ativo/ha/ano, em média, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD. Segundo o relatório, o alto uso desses produtos está relacionado à falta de pesquisa e acompanhamento do Governo junto aos produtores. Portanto, o Ministério da Agricultura anunciou que até fevereiro de 2025, entre 50% e 60% dos agrotóxicos comercializados não estarão mais disponíveis. Através do decreto executivo nº 43.838, assinado em dezembro de 2022, e que entrou em vigor em fevereiro, a Costa Rica busca reduzir o tempo de registro de novos componentes importados, baixar o preço dos defensivos e reduzir a toxicidade e poluição no meio ambiente. O país não registrava moléculas novas há 21 anos, mas com o novo decreto, passou-se a aceitar registros de Ingredientes Ativos de Grau Técnico emitidos por outros países da OCDE. (Ministério da Agricultura; PNUD)
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