Aumento de 10,9% nas áreas tratadas com defensivos
Brasil
Ministério da Agricultura publicou Ato nº 52, em 06/11/2024, aprovando o registro de 74 produtos agrotóxicos, sendo 10 biológicos. Total de 368 produtos formulados em 2024. (MAPA)
De acordo com levantamento realizado pela agência marítima Williams Brasil, foi agendada a importação de 8,075 milhões de toneladas de fertilizantes entre 01/11 e 11/11. Pelo porto de Santos, SP, deve ser desembarcada a maior parte, alcançando 2,309 milhões de toneladas. O relatório da agência leva em conta as embarcações já ancoradas, as que estão em largo esperando atracação, e aquelas com previsão de chegada até 31/01. (Williams Brasil)
19ª Vara Cível e Ambiental de Goiânia, GO, determinou em 08/11 que o Sicoob Ouro Verde deve devolver R$ 4,97 milhões retidos da AgroGalaxy no dia do pedido de recuperação judicial da empresa, em 18/09. A decisão, assinada pela juíza Alessandra Gontijo do Amaral, também proíbe o corte de energia elétrica e de abastecimento de água nas unidades da companhia por dívidas anteriores à recuperação e ordena a liberação de fertilizantes retidos pela Santa Clara Agrociência. (19ª Vara Cível e Ambiental de Goiânia)
Vazio sanitário da cultura do algodoeiro tem início após 10/11 em região que engloba 89 municípios de GO. Medida está prevista na Instrução Normativa nº 04/2019 da Agência Goiana de Defesa Agropecuária, que estabelece medidas para prevenção e controle do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis). Demais regiões de cultivo do algodão em GO já iniciaram o vazio sanitário em setembro e devem finalizar a medida ainda em novembro. (Agrodefesa)
No Oeste de SC, amostras de cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) indicaram presença do espiroplasma do enfezamento pálido. Vírus do rayado-fino e do mosaico estriado foram detectados de forma recorrente nas últimas três semanas. A incidência da cigarrinha-do-milho na região ainda é baixa, em parte devido ao estágio vegetativo das lavouras. A pesquisadora Maria Cristina Canale Rappussi da Silva, da Epagri, recomenda que produtores adotem manejo químico no milho, principalmente considerando o surgimento de outras pragas, como os percevejos. (Epagri)
Segundo Fabiano de Bona, pesquisador da Embrapa Trigo, “não há solução a curto prazo para a dependência de fertilizantes importados pela agricultura brasileira. Precisamos de políticas públicas para a exploração sustentável das jazidas de potássio e fósforo… e incentivos para a indústria nacional de fertilizantes nitrogenados”. (Embrapa Trigo)
Entre janeiro e setembro de 2024, o Brasil registrou aumento de 10,9% nas áreas tratadas com defensivos ante mesmo período de 2023, totalizando mais de 1 bilhão de hectares. Volume de defensivos utilizados para controle de pragas, doenças e plantas daninhas cresceu 10,3% ante mesmo período do ano anterior. Esse montante está dividido entre herbicidas (45%), inseticidas (26%), fungicidas (20%), tratamentos de sementes (1%) e outros (9%). Os números são resultados de pesquisa encomendada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal para a Kynetec Brasil. (Sindiveg)
No dia 6/11, representantes do setor agropecuário, da indústria e parlamentares se reuniram na sede da Aprosoja Brasil, em Brasília, DF, para discutir a produção agrícola sustentável, com ênfase nos bioinsumos. Segundo o diretor-executivo da Aprosoja, Fabrício Rosa, existem três modelos de negócio para os bioinsumos: o produto de prateleira, fertilizantes e inoculantes, além da indústria de equipamentos que vende insumos para o agricultor realizar a produção “on farm”. (Aprosoja Brasil)
CropLife aponta gargalos e pede marco regulatório para setor de bioinsumos. Estudo realizado pela entidade, em conjunto com a FGV, indica crescimento forte do setor, mas aponta que insegurança jurídica é um obstáculo. O mercado de bioinsumos tem crescido a uma média de 21% ao ano nas últimas três safras, atingindo R$ 5,1 bilhões em 2023/24. (CropLife Brasil)
H.I.G. Capital concluiu aquisição de participação majoritária da Life Agro, de insumos agrícolas especiais. Matias Ezequiel Tiecher, fundador e CEO da Life Agro, ainda manterá participação acionária expressiva e permanecerá em seu cargo. Termos adicionais da transação não foram divulgados. Life Agro, com sede em Chapecó, SC, tem forte presença nas regiões Sul e Centro-oeste. (H.I.G Capital)
Subsidiária brasileira da Koppert emitiu sua primeira operação de Cédula de Produto Rural de ESG Agro com o Itaú BBA. A companhia não informou o valor da transação, mas afirmou que o recurso será usado para ampliar a participação de mercado da empresa no setor de biodefensivos. (Koppert)
Agência Goiana de Defesa Agropecuária realizará, entre 19 e 22 de novembro, oficina técnica voltada para produtores de citros. Objetivo é orientar sobre implantação de pomares, nutrição e principais problemas fitossanitários, assim como qualificar profissionais para a emissão de certificados de ausência de pragas quarentenárias. (Agrodefesa)
Para o vice-presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária no Senado, senador Jaime Bagattoli, o aumento de 10% na importação de fertilizantes em 2024, registrado pela Conab, é motivo de preocupação. “Hoje, o agronegócio brasileiro é o maior do mundo, mas depende da importação de fertilizantes, o que é uma contradição, já que possuímos grandes reservas de potássio, ferro e ureia. O Brasil é líder na exportação de diversos produtos agropecuários, mas isso pode estar ameaçado, uma vez que nossos principais fornecedores estão em conflito”, disse Bagattoli. (CRA)
Associação Nacional para Difusão de Adubos revela que as entregas de fertilizantes ao mercado em agosto de 2024 alcançaram 5,13 milhões de toneladas, redução de 7% ante agosto de 2023. De janeiro até agosto, as entregas alcançaram 28,03 milhões de toneladas, queda de 2% na comparação com 2023. MT concentrou o maior volume (21,2%) durante os oito primeiros meses de 2024, atingindo 5,95 milhões de toneladas. (ANDA)
Frente Parlamentar da Agropecuária – FPA quer “resolver um conflito de legislação que, por meio do Decreto nº 6.913/2009, só permite a produção própria de bioinsumos até dezembro de 2024”. Para os representantes da FPA, é necessário aprovar nova lei de bioinsumos, ou derrubar o veto presidencial nº 65 da Lei do Autocontrole. Senão, a partir de janeiro de 2025, “a produção on farm será ilegal, afetando grande parte dos pequenos agricultores e produtores orgânicos. A infração será punida com pena de 3 a 9 anos de prisão e multa”. (FPA)
Nova Lei dos Agrotóxicos dificulta produção de bioinsumos, segundo associações, que indicam que o texto retira dos agricultores o direito garantido de produzir bioinsumos para uso próprio, sem necessidade de registro. “O que cria dificuldades impeditivas para a produção de bioinsumos para uso próprio nas chácaras, sítios e fazendas não é o Decreto 6.913, de 2009, e sim a Lei 14.785, de 2023, conhecida como Nova Lei dos Agrotóxicos”, segundo a Associação Brasileira de Bioinsumos e o Grupo Associado de Agricultura Sustentável. “A derrubada do veto ao artigo 24 da Lei do Autocontrole e a aprovação de um Projeto de Lei de Bioinsumos que… corrija os erros relacionados aos bioinsumos contidos na Nova Lei dos Agrotóxicos, até o final de 2024, é fundamental para que milhares de agricultores não sejam prejudicados”. (Gaas; Abbins)
A possível retirada de incentivos fiscais e isenções tributárias da comercialização de agrotóxicos poderá gerar custo adicional de R$ 20,8 bilhões por ano aos agricultores brasileiros, de acordo com dados apresentados pelo Ministério da Agricultura. (MAPA)
Área potencial tratada com bioinsumos, considerando o número de aplicações de produtos biológicos na mesma área, deve chegar a 155,4 milhões de hectares na safra 2024/25. A projeção representa aumento de 13% ante a safra de 2023/24 e de 22% ante 2022/23. Os dados foram divulgados durante o Fórum Bioinsumos Brasil, realizado pela CropLife em Brasília, DF. (CropLife Brasil)
Importação de ureia cresceu 24,9% em setembro ante agosto. Houve aumento de 3,8% nos preços, com recuo no acumulado no ano e em relação ao preço praticado no mesmo período do ano anterior. Amônia também apresentou alta de 5,7% na variação mensal, com recuo na variação interanual (-2,6%). O fosfato diamônico (DAP) apresentou crescimento de 0,6% na variação mensal e 3,7% na interanual. (MDIC)
Segundo a Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário, a ferrugem asiática já começou a ser detectada no Noroeste do RS. Dados do programa Monitora Ferrugem RS, que utiliza 74 coletores em diversas áreas do estado, mostram os primeiros focos da doença, que pode reduzir a produtividade da soja em até 90%. (Ceema)
Doenças brusone e giberela, incentivadas pelas chuvas frequentes, comprometeram o padrão de qualidade do trigo que está sendo colhido no RS, reduzindo o peso hectolitro (PH) e a capacidade de panificação dos grãos. (Emater/RS-Ascar)
Agência de Defesa Agropecuária do PR realizou força-tarefa na região de Umuarama entre 4 e 8 de novembro. Denominada “Operação Big Citros Umuarama”, o trabalho de conscientização, fiscalização e reforço nas medidas de prevenção e controle do greening vai se estender também para municípios de Altônia, Cruzeiro do Oeste, Maria Helena, Iporã, São Jorge do Patrocínio, Perobal, Cafezal do Sul. Será realizada a atualização cadastral das unidades de produção de citros da região no Sistema de Defesa Sanitária Vegetal da Adapar. (Adapar)
Agrogalaxy afirmou em nota divulgada na semana passada que, nas regiões onde as lojas da empresa foram fechadas, as equipes seguem acompanhando clientes até o momento da colheita e recebimento de insumos. “Nas demais regiões nada muda, seguiremos distribuindo produtos da indústria para os clientes de médio e pequeno portes, prestando apoio consultivo”. (Agrogalaxy)
Professor da UEL Marcelo Giovanetti Canteri coordena projeto focado na adoção de inteligência artificial no monitoramento e controle da ferrugem da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Os testes de monitoramento da safra 2023/24 analisaram o clima e o patógeno. Para 2024/25, deve-se realizar também o monitoramento do plantio. Com a inteligência artificial, a presença do fungo é monitorada remotamente, permitindo uma análise mais ágil e precisa. (UEL)
Entre 30/10 e 1/11, pesquisadores do Instituto Nacional da Propriedade Industrial participaram do “Programa Conhecendo a Indústria”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria. Os pesquisadores, que atuam no exame de pedidos de patente e na elaboração de estudos técnicos, visitaram fábricas especializadas em biofármacos, produção de medicamentos genéricos, e produção de agroquímicos. (INPI)
Diretor jurídico da Federarroz, Anderson Belloli, participou em 5/11 de audiência pública no STF sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade que visa revisar a tributação sobre defensivos agrícolas. “Esse não é um debate simples e não pode ser tratado de maneira superficial. Estamos falando de insumos que garantem a competitividade da nossa produção frente ao mercado internacional”, afirmou Belloli. Segundo o diretor, o uso de agroquímicos no arroz segue normas rígidas de fiscalização, passando por processos de licenciamento ambiental. “Nós temos no arroz a lisura total do uso de agroquímicos, não só nas quantidades, mas também no uso indicado para a cultura”. (Federarroz)
Primeiro lote de fertilizante verde baixo carbono da Yara foi entregue para Cooxupé, resultado de parceria fechada em 2022. “A entrega de soluções rumo à neutralidade climática é uma estratégia global da Yara”, diz Marcelo Altieri, presidente da empresa no Brasil. (Yara Brasil; Cooxupé)
Webinar sobre “Inovação da análise de agrotóxicos: o uso da espectroscopia de infravermelho” será realizado em 19/11, com participação do auditor fiscal federal agropecuário Marcelo Bressan, chefe do Serviço de Fiscalização de Insumos e Sanidade Vegetal na Superintendência do MAPA no Paraná. O webinar é organizado pelo Instituto de Inteligência Regulatório, com apoio da Abifina, Aenda, Sindiveg, CropLife Brasil. (Sitrar; Aenda; Abifina)
Controle de plantas daninhas no milho tem se tornado mais difícil com o uso de herbicidas tradicionais, como glifosato e atrazina, diante do desenvolvimento de resistência. Segundo o engenheiro agrônomo e gerente de marketing regional da Ihara, Valdumiro Garcia, para uma produtividade de 100 sacos/ha, uma perda de aproximadamente 10% ocorre devido à matocompetição, em média. As plantas resistentes mais importantes são o amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla), capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), capim-amargoso (Digitaria insularis), etc. Combinação de herbicidas pré-emergentes, que impedem a germinação das sementes das plantas daninhas, com os pós-emergentes, permite controle mais eficaz. (Ihara)
Marcio Frez é o novo Chief Commercial Officer na Valence Química, empresa focada em nutrição, fisiologia e proteção de plantas. (Valence Química)
América Latina
No terceiro trimestre de 2024, as vendas líquidas da Corteva somaram US$ 2,33 bilhões, queda de 10% ante mesmo período de 2023. Essa redução reflete um cenário desafiador, especialmente na América Latina, onde o recuo foi de 19% nas vendas devido, em parte, à diminuição da área plantada de milho na Argentina. Destaque para os efeitos cambiais desfavoráveis na América Latina. (Corteva)
Estudo realizado pela Faculdade de Agronomia da Universidade de Buenos Aires, Argentina, indicou que a substituição de glifosato por pastoreio intensivo aumentou a produção em áreas de forragem em 11%. Com o pastoreio intensivo, a produção média de forragem nos 15 pastos analizados foi de 6.500 kg/ha/ano. “É importante pensar em alternativas de gestão sustentável. Acreditamos que, no futuro, essa linha de pesquisa deve se aprofundar mais sobre os efeitos do glifosato no banco de sementes, além do carbono e da biota do solo”, disse Josefina de Paepe, pesquisadora da instituição. (Fauba)
Rede de Nutrição Biológica da Associação de Produtores de Plantio Direto da Argentina publicou relatório sobre ensaios agrícolas realizados em Buenos Aires, Córdoba, Entre Ríos, Santa Fé, Santiago del Estero, durante a safra de 2023/24. Pesquisadores avaliaram a produtividade da soja e do milho mediante a adição de diferentes insumos biológicos, aplicados via semente e foliar, bem como a resposta do uso combinado desses produtos com fertilizantes químicos. A combinação de produtos biológicos aplicados via semente com os fertilizantes químicos tradicionais aumentou significativamente o rendimento dos cultivos. No caso da soja, o aumento na produtividade alcançou 250 kg/ha em média. Para o milho, o aumento foi de 290 kg/ha. (Aapresid)
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