Abacate Hass conquista mercado brasileiro

“Atribuímos o aumento do consumo do Hass a vários fatores: aumento da procura por alimentos saudáveis e estilo de vida…”

Ligia Falanghe Carvalho é diretora de RH e marketing da Jaguacy Brasil, formada em marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM.

A Jaguacy é a maior produtora e exportadora de avocados do Brasil, e responde por quase 80% dos embarques de avocado brasileiro.

Ligia Carvalho, diretora de RH e marketing da Jaguacy Brasil


AgriBrasilis – Qual a diferença entre o abacate comum e o Hass?

Ligia Falanghe – Os abacates tropicais e o Avocado (Hass) são variedades de abacate. Abacates tropicais são maiores, com casca lisa, verde intenso e são mais conhecidos pelos brasileiros.

O Avocado é uma variedade um pouco diferente, com casca rugosa, polpa amanteigada. Quando fica maduro, o Avocado muda a coloração da casca, ficando marrom arroxeada.

Outra diferença entre essas frutas é a concentração de água: os abacates tropicais têm cinco vezes mais água do que os Avocados.

AgriBrasilis – O brasileiro já incorporou o hábito de consumir o abacate Hass?

Ligia Falanghe – O brasileiro está descobrindo não só o Avocado, mas também os abacates tropicais de uma maneira geral. A versatilidade de uso em pratos salgados está ajudando a aumentar o consumo interno, mas ainda temos a lembrança do uso do abacate apenas em pratos mais doces e vitaminas.

AgriBrasilis – O que contribuiu para o crescimento de 800% no cultivo da variedade Hass no Brasil? Esse crescimento deve continuar?

Ligia Falanghe – Atribuímos o aumento do consumo do Hass a vários fatores: aumento da procura por alimentos saudáveis e estilo de vida, aumento dos restaurantes latinos na região sudeste, o que serviu para “apresentar” o abacate como prato salgado ao brasileiro, a possibilidade de rentabilidade com a exportação, e a visibilidade do fruto nas plataformas de mídias sociais.

AgriBrasilis – Para quais países é destinada a exportação do abacate Hass?

Ligia Falanghe – Hoje, o Brasil está em processo de abertura com o Chile, EUA e Japão, e já exporta para a Comunidade Europeia, Argentina, Uruguai, Canadá, Emirados Árabes e Marrocos.

AgriBrasilis – Que pragas e doenças afetam o cultivo?

Ligia Falanghe – A principal praga do abacate é o Stenoma catenifer, e a principal doença é a podridão de raiz ou gomose, causada pelo fungo Phytophthora cinnamomi.

AgriBrasilis – A senhora poderia discorrer sobre o mercado de azeite de avocado e de guacamole pronta para consumo? Que outras tendências existem no setor?

Ligia Falanghe – A tendência com o aumento do volume de frutos é haver um aumento também na oferta de subprodutos à base de Avocado. Assim, teríamos o azeite extraído da polpa, e também pratos prontos como o guacamole.

O brasileiro está aberto às experimentações e aos produtos saudáveis, que tenham propriedades nutricêuticas. Então, nos próximos anos pode haver uma procura e aumento do consumo destes subprodutos em razão da mudança de estilo de vida e apelo nutricional.

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