“Os bancos de germoplasma são fundamentais, pois são os recursos mais viáveis a longo prazo na introdução de cultivares que tenham genes de resistência…”
Mário Carvalho é presidente da Seedcorp|HO, engenheiro agrônomo pela Escola Superior de Agronomia de Paraguaçu Paulista e pós-graduado em gestão de negócios pela Fundação Armando Alvares Penteado.
A Seedcorp se tornou Seedcorp|HO em 2017, após fusão com a argentina Horus.
AgriBrasilis – Qual a importância de uma boa semente para o agricultor?
Mário Carvalho – O uso de sementes de qualidade é fundamental para garantir uma boa implantação, padronização e o desenvolvimento da lavoura. A qualidade fisiológica (alto vigor e germinação), pureza genética (sem misturas com sementes de outras cultivares), qualidade sanitária e física (livres de patógenos, sementes de plantas daninhas ou qualquer outro contaminante) são critérios essenciais na hora de escolher a semente.
O mercado de sementes vem crescendo devido aos avanços em biotecnologia e inovações. O uso de sementes geneticamente modificadas, por exemplo, visa otimizar o uso de recursos como herbicida e inseticidas, consequentemente impactar menos o meio ambiente e promover um melhor rendimento.
AgriBrasilis – De que forma a consolidação das grandes revendas de insumos tem influenciado o mercado de sementes?
Mário Carvalho – A consolidação de revendas oportuniza mais expansão do negócio e, com isso, gera mais acesso aos canais de distribuição. Dessa forma, o produtor consegue melhores condições na negociação de insumos.
AgriBrasilis – Qual o perfil do consumo de sementes para cada região brasileira? Por que os bancos de germoplasma são importantes nesse sentido?
Mário Carvalho – O perfil de consumo de sementes em cada região está atrelado ao potencial de investimento dentro de cada propriedade e ao acesso à tecnologia. Os bancos de germoplasma são fundamentais, pois são os recursos mais viáveis a longo prazo na introdução de cultivares que tenham genes de resistência à determinada planta daninha e/ou patógenos e isso varia muito para cada região do Brasil.
AgriBrasilis – O modelo de produção de sementes da SeedCorp|HO é verticalizado. Poderia comentar sobre cada etapa?
Mário Carvalho – Estamos presentes em todas as etapas da cadeia de sementes – pesquisa, produção, desenvolvimento de mercado, vendas e logística – buscando oferecer as melhores opções ao agricultor por meio de marca própria (modelo verticalizado) ou de licenciamento da genética. Possuímos uma plataforma integrada de sementes, com programa próprio de melhoramento genético. Nosso portfólio é composto por 30 cultivares de soja.
Implementamos em 2023 uma nova estação de pesquisa em Sertanópolis, PR, que se soma à existente em Primavera do Leste, MT. Decidimos trazer nosso germoplasma de grupos de maturação 5 e 6 do programa de melhoramento genético para o sul do Brasil, onde nossos resultados comerciais crescem positivamente, e o programa posicionado em Sertanópolis nos possibilitará trazer maior oferta de novos produtos, muito mais adaptados.
Estamos presentes em mais de 62 milhões de hectares de soja plantados em 2022 na América do Sul. Nosso faturamento em 2022 foi de R$ 778 milhões, 18% a mais do que em 2021. Investimos em máquinas, equipamentos especializados (como plantadeiras, colheitadeiras, tratores), além de software e melhorias em infraestruturas em novos centros de pesquisa.
Estamos iniciando um novo ciclo, após a entrada da Bunge e UPL no quadro societário.
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