Overview by AgriBrasilis (20/09/25 – 26/09/25)

Published on: September 25, 2025

Queda do dólar reduziu negociações de soja

Presidente Javier Milei confirmou negociações avançadas para novo empréstimo com o Tesouro dos EUA, visando cobrir vencimentos de US$ 4 bilhões em janeiro e US$ 4,5 bilhões em julho de 2026. A medida ocorre em meio à forte pressão cambial e queda dos ativos argentinos. (Governo da Argentina)

Produtores se preparam para a safra de soja, milho, trigo, girassol e sorgo, avaliando preços internacionais, custos de insumos e clima. Analistas projetam colheita de até 57 milhões de toneladas de milho, que poderia ser a maior em 15 anos, enquanto o trigo deve render entre 11 e 12 milhões de toneladas para exportação. Agricultores relatam boas condições de solo e água, mas alertam para desafios como doenças fúngicas e volatilidade de mercado. (BCR)

Após suspender temporariamente as retenciones para grãos e derivados, a Argentina registrou aceleração expressiva nas operações exportadoras. A China adquiriu aproximadamente 1,3 milhão de toneladas de soja em apenas dois dias, aproveitando a janela tributária. Porém, ao atingir rapidamente o teto de US$ 7 bilhões em declarações de exportações, o governo instituiu as alíquotas anteriores (soja 26 %, subprodutos 24,5 %, milho e trigo 9,5 %, entre outros). Apenas para carnes o regime de 0% permanece até 31 de outubro, sem limite de volume. (AgRadar; Governo da Argentina)

Produtores de soja do MT precisam colher ao menos 65 sacas/ha para cobrir custos na safra 2025/26. Segundo Gilberto Leal, head de commodities da Granel Corretora, as margens estão apertadas, comercialização segue lenta e o dólar em R$ 5,30 está desestimulando vendas. (Granel Corretora)

Frente Parlamentar da Agropecuária voltou a criticar a Moratória da Soja, acusando o Governo Federal de interferir em um acordo privado e de usar a Advocacia-Geral da União e o Ministério do Meio Ambiente para sustentar regras fora do Código Florestal. Parlamentares afirmam que mais de 4.200 produtores já acumulam perdas superiores a R$ 20 bilhões e prometem ações contra o pacto. (FPA)

Segundo Marcos Jank, professor do Insper, a política tarifária dos EUA inaugurou uma era de incertezas e riscos para o comércio global. Ele alerta que o agronegócio brasileiro pode sofrer com desvios de comércio, especialmente em eventuais negociações entre EUA e China envolvendo soja. Jank defende que o Brasil elabore estratégias de médio e longo prazo, unindo governo e setor privado, para enfrentar esse cenário. (Insper)

Alta da inadimplência no crédito rural elevou os atrasos acima de 90 dias e derrubou os lucros dos bancos públicos. Banco do Brasil foi o mais afetado, com queda de 40% no resultado semestral, enquanto a Caixa Econômica viu a inadimplência do setor saltar para 7%. Eventos climáticos extremos e juros altos ampliaram os riscos, levando as instituições a restringirem crédito e reforçarem provisões. (Banco do Brasil; Caixa Econômica Federal)

Preços do café no Brasil caíram mais de 10% na segunda quinzena de setembro. O movimento foi influenciado por chuvas nas regiões produtoras, realização de lucros e ajustes na Bolsa de Nova York. Apesar da queda, os preços seguem historicamente elevados devido à oferta restrita, estoques baixos e demanda firme. (Cepea)

Brasil tem 20 mil km de potencial em hidrovias. A primeira concessão de uma hidrovia ao setor privado deve ocorrer no início de 2026, com destaque para a Hidrovia do Paraguai, que liga Corumbá a Porto Murtinho, MS, estratégica para o escoamento de grãos do Centro-Oeste. Seis hidrovias (Paraguai, Madeira, Tapajós, Tocantins, Amazonas e Lagoa Mirim) são apontadas como as mais promissoras. Hoje, só 5% das cargas no país são transportadas por hidrovias. (Ministério de Portos e Aeroportos)

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na ONU que o Brasil será o primeiro país a aportar recursos no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), com investimento de US$ 1 bilhão. A iniciativa, que busca levantar US$ 125 bilhões para pagar países pela preservação de florestas, será detalhada na COP30, em novembro, em Belém, PA. O objetivo é atrair contribuições de governos e investidores privados e fortalecer a liderança do Brasil na agenda climática. (Governo do Brasil)

Governo estuda taxar em até 7,5% os rendimentos das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Imobiliário (LCI), hoje isentos, para compensar perdas do IOF e equilibrar contas públicas. A proposta, apresentada no Congresso, enfrenta forte oposição da bancada agroindustrial, que alerta para impacto negativo no financiamento agrícola. Caso aprovada, a nova alíquota entra em vigor em 1/1/26. (Governo do Brasil)

Safra de soja pode bater recorde de 178 milhões de toneladas, mas La Niña preocupa. A produção brasileira de soja 2025/26 pode superar em 3,7% a safra anterior. No entanto, a possível ocorrência do fenômeno La Niña e previsões de tempo mais seco e quente em outubro exigem atenção, principalmente na região sul. As exportações podem chegar a 112 milhões de toneladas, também um recorde. (Hedgepoint)

Vendas de carne bovina aos EUA devem cair para 7 mil toneladas em setembro, após embarques de 9 mil toneladas em agosto e 30 mil em julho, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes. A forte retração é resultado da tarifa adicional de 40% imposta em agosto, que elevou a taxação total para 76,4%. (Abiec)

Queda do dólar ao menor nível desde junho de 2024 reduziu negociações de soja, já que a desvalorização pressiona a paridade de exportação e os preços internos. Parte dos agentes manteve cautela diante do cenário cambial e do andamento das lavouras. Conab estima produção recorde de 177,6 milhões de toneladas em 2025/26, acima da projeção do USDA. (Cepea; Conab)



Governo de Antofagasta busca transformar a cidade em um dos principais pontos de ligação entre a América do Sul e o Oceano Pacífico. Autoridades firmaram acordo com o Conselho de Políticas de Infraestrutura para criar plano logístico de longo prazo e coordenar investimentos voltados ao Corredor Bioceânico, que conectará Brasil, Paraguai, Argentina e Chile por rodovias e portos, facilitando a exportação de produtos agrícolas, minerais e industriais. O plano inclui investimentos de US$ 735 milhões ao longo dos próximos 10 anos, melhorias em portos e centros logísticos e a expansão da capacidade de movimentação de cargas na região. (Governo do Chile)

Empresa Amazon Putumayo River – Amapurí aposta no açaí como alternativa sustentável ao cultivo de coca. Com mais de 7.000 hectares cultivados em sistemas agroflorestais, a meta da empresa é atingir 20 mil toneladas até 2030. Diferentemente do Brasil, que enfrenta pressões climáticas e hídricas, o açaí colombiano cresce de forma silvestre em regiões muito úmidas como Chocó e Putumayo. (Amapurí)

Produção de café aumentou 19% em agosto, alcançando 14,7 milhões de sacas nos últimos 12 meses, com exportações em alta e preços internos acima de 2,84 milhões de pesos colombianos (COP) por carga. A tarifa de 50% imposta pelos EUA ao café brasileiro estimulou a triangulação via Colômbia, que ampliou as compras do grão do Brasil para revendê-lo ao mercado norte-americano. (Fedecafé; Cecafé)

Equador deve produzir mais de 650 mil toneladas de cacau na safra 2025/26 e pode ultrapassar Gana como o segundo maior produtor mundial. Com produtividade média de 800 kg/ha, frente a menos de 500 kg/ha na África Ocidental, o Equador já colheu 570 mil toneladas em 2024/25 e projeta atingir 800 mil toneladas até 2030. (Anecacao)

México e Chile firmaram acordos para fortalecer a parceria em sanidade animal e vegetal, inovação científica, uso da água e pecuária sustentável. No mesmo contexto, o México autorizou a importação de laranjas chilenas, antes compradas apenas dos EUA. (Secretaria de Agricultura)

Exportações de produtos agropecuários somaram US$ 31,9 bilhões entre janeiro e julho de 2025, queda de 4,4% ante mesmo período do ano anterior. A retração reflete a combinação de fatores como surtos da mosca-da-bicheira (Cochliomyia hominivorax), sanções dos EUA ao tomate e tensões comerciais no âmbito do Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC), acordo que regula o comércio entre os países. (Banco de México; Secretaría de Agricultura)



Paraguai consolidou-se entre os 10 maiores exportadores mundiais de carne bovina, resultado da abertura de novos mercados e da cooperação entre governo e setor privado. A mais recente conquista foi a autorização do Departamento de Agricultura das Filipinas para a importação de carne bovina, suína e de aves do país, ampliando a presença paraguaia na Ásia. (Senacsa; Fecoprod)

Brasil abriu mercado para morangos peruanos, criando novas oportunidades para produtores e fortalecendo a diversificação comercial. Já as exportações de mirtilo registraram crescimento expressivo, com 72 mil toneladas exportadas entre maio e agosto, alta de +137%, mas a forte queda nos preços internacionais, de até -41%, pressiona a rentabilidade. Diante do cenário, produtores apostam em novos mercados, inovação varietal e nichos premium para manter competitividade. (Senasa)

Ministério da Agricultura decreta emergência agrícola após geadas causarem graves perdas na citricultura e afetarem mais de 120 produtores, principalmente na região de Salto. Medida deve incluir subsídios do Fundo de Desenvolvimento Agrícola para apoiar recuperação dos sistemas produtivos e garantir a continuidade das atividades. (MGAP)


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