“Outro fator positivo foi o surgimento de novos sistemas de cultivo, algo já consolidado…”
Fernando Zeferino é diretor global de originação de algodão da Cargill, formado em agronomia pela Universidade Estadual de Londrina.

Fernando Zeferino, diretor global de originação de algodão
AgriBrasilis – Como o Brasil se tornou líder em algodão?
Fernando Zeferino – Essa conquista no cenário internacional é consequência de diversos fatores e ocorreu porque todos os elos da cadeia produtiva vêm trabalhando em prol dessa evolução.
Destaco aqui o papel da pesquisa voltada ao algodão e a adoção de novas tecnologias, dois fatores bastante presentes no setor. Outro fator positivo foi o surgimento de novos sistemas de cultivo, algo já consolidado. Esses foram alguns dos elementos que contribuíram para essa evolução e para transformar o Brasil em um dos maiores players do algodão mundial.
O algodão brasileiro é bem aceito porque o mercado internacional compreende e valoriza as características deste produto. Nós percebemos que a adesão às novas tecnologias e a estabilidade do setor são fatores que vieram para ficar, já estão consolidados e devem continuar nas próximas safras.
“…continuamos trabalhando lado a lado com os produtores para que eles prosperem e vejam seus produtos chegarem a diferentes mercados.”
AgriBrasilis – Quanto o aumento do preço dos fertilizantes vai impactar no custo de produção? O que motivou o aumento do preço do caroço e da pluma no Brasil? Quais as consequências?
Fernando Zeferino – Essa é uma questão circunstancial, um fenômeno de mercado presente em outros setores e insumos, e que também pode acontecer, eventualmente, com o algodão. Do nosso lado, continuamos trabalhando lado a lado com os produtores para que eles prosperem e vejam seus produtos chegarem a diferentes mercados.
AgriBrasilis – Quais os investimentos da Cargill na cadeia de algodão?
Fernando Zeferino – A Cargill continua firme no seu compromisso com o produtor de algodão. Temos uma posição privilegiada por conectarmos diferentes elos da cadeia produtiva, da armazenagem ao transporte. Anunciamos, por exemplo, uma operação logística inédita para embarcar cerca de 700 toneladas de algodão direto em contêineres no Porto de Santos, em maio deste ano. Levamos o produto já em contêineres pelo modal ferroviário em 100% do trajeto, entre o estado de Mato Grosso e o maior porto da América Latina, em parceria com os operadores ferroviários Brado e MRS, e com a Maersk como operador multimodal.
A combinação do uso de contêineres e trens para esse transporte garantiu segurança para a carga, agilidade na entrega e evitou a emissão de cerca de 108 toneladas de CO2. Temos outros exemplos, como o uso do Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, como rota alternativa ligando o algodão mato-grossense até a Ásia. O algodão faz parte da atuação estratégica da empresa no Brasil e do compromisso que temos com o produtor para que ele produza mais e melhor.
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