Manejo correto das pastagens começa “respeitando o ciclo do capim”

“Muitos pecuaristas permanecem com a crença de que queimando a pastagem estarão realizando o manejo adequado…”

Luiz Vezozzo é responsável pelo setor de pecuária na Harvest Agro, com formação em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Londrina e pós-graduação em Agronegócio pela Universidade Federal do Paraná.

Luiz Vezozzo, responsável pelo setor de pecuária na Harvest Agro


AgriBrasilis – Como reduzir os impactos de queimadas e estiagens nas pastagens?

Luiz Vezozzo – Há muitas tecnologias que minimizam efeitos das queimadas e estiagens em pastagens, como por exemplo a aplicação de produtos que promovem o equilíbrio nutricional das forrageiras, mantendo-as mais robustas e mais “verdes”, mesmo em condições adversas.

AgriBrasilis – O uso do fogo em pastagens ainda é uma prática usual? Por quê?

Luiz Vezozzo – É uma prática antiga e ultrapassada que era utilizada em função da falta de tecnologias adequadas. Muitos pecuaristas permanecem com a crença de que queimando a pastagem estarão realizando o manejo adequado, com a finalidade de se obter a rebrota no início da estação das águas.

Por não terem o conhecimento que tal prática é totalmente inadequada e prejudicial ao solo, pecuaristas acreditam erroneamente que o rebrote será mais vigoroso, saindo das partes baixas das touceiras ao invés das gemas laterais das hastes.

O manejo correto das pastagens começa respeitando o ciclo do capim, mantendo os animais em períodos limitados suficientes para reduzir a altura dos pastos, não deixando ocorrer a formação de hastes, mas apenas de folhas. A retirada dos animais deve ser feita previamente ao reinício da nova brotação do pasto, quando o mesmo deve ser mantido vedado.

“O manejo correto das pastagens começa respeitando o ciclo do capim, mantendo os animais em períodos limitados suficientes para reduzir a altura dos pastos, não deixando ocorrer a formação de hastes, mas apenas de folhas…”

AgriBrasilis – Quanto o produtor deixa de ganhar com pastagens degradadas?

Luiz Vezozzo – A unidade produtora (fazenda) deve ser vista como uma empresa e tratada de forma profissional.

Pasto degradado é antieconômico. Não há mais espaço no sistema produtivo para esse tipo de perfil de produção. Além da desvalorização de seu patrimônio, o produtor perde com os baixos índices de produtividade, baixo aproveitamento de espaço, baixa rentabilidade de seu negócio. São diversos fatores limitantes que prejudicam a performance e roubam margem de lucro.

AgriBrasilis – O senhor disse que “com as ferramentas certas, a pastagem pode ser um investimento muito rentável”. Que ferramentas são essas?

Luiz Vezozzo – Uma ferramenta reconhecida e muito utilizada ao redor do mundo, os fertilizantes foliares, são muito viáveis como estratégia do manejo das pastagens. De baixo custo e fácil aplicação, eles elevam o rendimento de massa das pastagens além de promoverem outros benefícios. Esses fatores contribuem para que o os bovinos obtenham altos níveis de produção, seja no ganho de peso ou índices de fertilidade.

AgriBrasilis – Quais políticas e incentivos promovem práticas sustentáveis no manejo de pastagens?

Luiz Vezozzo – Campanhas para promover formação e conhecimento técnico, veiculação de informações via mídia digital, divulgação de técnicas mais viáveis para o produtor através de dias de campo, enfim, há muitas maneiras de levar tecnologia ao agricultor. O protocolo Pasto Forte, da Harvest Agro é uma dessas soluções, ajudando o produtor a aumentar sua produtividade, tudo através da tecnologia.

 

 

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