“Os organominerais têm crescido significativamente, não só no Brasil, mas no mundo todo…”
Cesar Augusto Vilela é gerente de agronegócios da Ajinomoto do Brasil, formado em propaganda e marketing pela FAAP, com pós-graduação em administração de negócios pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Cesar Vilela, gerente de agronegócios da Ajinomoto do Brasil
AgriBrasilis – O que é fertilizante organomineral?
Cesar Vilela – O Ministério da Agricultura classifica fertilizantes em quatro categorias principais:
Mineral: feitos a partir de minerais naturais ou compostos químicos.
Orgânico: baseados em matéria orgânica, como esterco ou compostos vegetais.
Organomineral: combinam materiais orgânicos e minerais, melhorando a eficiência nutricional e a saúde do solo e oferecendo um perfil nutricional equilibrado para as plantas.
Biofertilizantes: produtos que incluem microrganismos benéficos para estimular o crescimento das plantas.
Os organominerais têm crescido significativamente, não só no Brasil, mas no mundo todo, impulsionados pela busca por práticas agrícolas mais sustentáveis e eficientes. Eles ajudam a aumentar a produtividade, a qualidade da produção agrícola, melhoram a retenção de água e promovem uma agricultura sustentável.
AgriBrasilis – Quais legislações regulamentam o registro desse tipo de produto?
Cesar Vilela – Lei nº 6.894/1980, que regula a inspeção e fiscalização de fertilizantes e foi atualizada por outras normativas, como a Lei nº 12.890/2013.
Decreto nº 4.954/2004, que detalha o regulamento dessa lei, com alterações implementadas pelo Decreto nº 8.384/2014.
A Instrução Normativa nº 61/2020, que define regras para fertilizantes organominerais, inclui especificações, garantias, registro, e parâmetros relacionados a novas tecnologias e eficiência agronômica.
Além disso, outros marcos regulatórios, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos e as normas de segurança química, afetam a fabricação e o uso desses produtos. Esses regulamentos garantem que os fertilizantes sejam seguros, eficazes e sustentáveis, alinhando-se às melhores práticas ambientais.
“Os aminoácidos são integrados principalmente em culturas de alto valor, como frutas e vegetais, para maximizar o vigor e a resistência das plantas”
AgriBrasilis – Qual é o panorama desse mercado?
Cesar Vilela – Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal – Abisolo, o mercado de fertilizantes especiais no Brasil, que inclui os organominerais, vem crescendo a uma média de 12% ao ano. Projeções da Dunham Trimmer indicam que o crescimento global, até 2030, terá um CAGR (taxa de crescimento anual composta) superior a 12%.
Agricultores têm adotado esses produtos por suas vantagens em melhorar a qualidade dos produtos, aumentar a produtividade, e reduzir os impactos ambientais, o que gera um retorno positivo sobre o investimento e reforça a sustentabilidade agrícola.
AgriBrasilis – Qual é o nível de adoção dos aminoácidos no agro?
Cesar Vilela – A adoção de aminoácidos na agricultura é um fenômeno relativamente recente, mas crescente. Estudos mostram que os aminoácidos são integrados principalmente em culturas de alto valor, como frutas e vegetais, para maximizar o vigor e a resistência das plantas.
A tecnologia ainda está sendo desenvolvida para entender plenamente seus benefícios, mas ela possui bastante potencial. As soluções da Ajinomoto do Brasil, como a linha AMINO, por exemplo, têm se destacado por incorporar aminoácidos específicos que atuam em diversos processos fisiológicos das plantas.
AgriBrasilis – Quais os principais aminoácidos e como eles atuam no crescimento das plantas?
Cesar Vilela – Existem 21 aminoácidos essenciais, com destaque para cinco amplamente utilizados na agricultura:
- Prolina: combate estresses abióticos ao eliminar radicais livres e proteger as células.
- Arginina: atua no metabolismo do nitrogênio, promovendo o crescimento celular, aumento das reservas das plantas e retardamento do envelhecimento.
- Ácido Glutâmico: um potente agente complexante, fundamental na absorção de nutrientes, principalmente nitrogênio e no aumento do vigor vegetal.
- Lisina: melhora a produção de energia e fortalece os sistemas de defesa.
- Glicina: reconhecida por sua capacidade complexa de promover o metabolismo energético.
Além disso, existem novas combinações e tecnologias de aminoácidos que podem aumentar a força e resistência das plantas.
A divisão de Agronegócios da Ajinomoto do Brasil produz fertilizantes à base de aminoácidos. Nossas soluções são fabricadas nas nossas unidades de Limeira e Laranjal Paulista, localizadas no interior de SP. Em nosso portfólio, contamos com 13 produtos, divididos em três principais linhas: AJIFOL®, AMIORGAN® e AMINO.
Recentemente, anunciamos a reformulação dos produtos AJIFOL® Gold+ e AJIFOL® Premium+, fertilizantes minerais mistos, que alteram a forma como as culturas agrícolas são nutridas. Produzidos com tecnologia de fermentação de ponta para fornecer um equilíbrio superior de macro e micronutrientes, os produtos atuam como aliados de produtores rurais que buscam excelência e eficiência em suas lavouras.
AgriBrasilis – Como a Ajinomoto transforma seus “coprodutos” em fertilizantes?
Cesar Vilela – A Ajinomoto do Brasil tem como objetivo contribuir para o bem-estar de forma cada vez mais sustentável e fomentar um ciclo regenerativo para o planeta com o processo circular de produção sustentável – o Biociclo. Durante a fabricação de nossos produtos, reaproveitamos os coprodutos provenientes da extração da cana-de-açúcar, uma de nossas principais matérias-primas, e transformamos em fertilizantes. Nossos parceiros utilizam esses mesmos fertilizantes na plantação de cana-de-açúcar, o que acaba resultando nesse processo circular.
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