Proteção e nutrição de plantas - Update Semanal Brasil & América Latina (22/02/24 – 28/02/24)

Ibama baniu a pulverização de tiametoxam

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Brasil

Ibama restringe o uso de tiametoxam com objetivo de proteger abelhas. Agricultores estão proibidos de utilizar o produto à base de tiametoxam em pulverizações foliares, mas podem realizar a aplicação diretamente no solo ou através do tratamento de sementes. Produtos adquiridos até a data de publicação do comunicado (23/02/24) poderão ser utilizados até seu esgotamento, conforme especificações do rótulo e da bula definidas no momento da compra. Estabelecido prazo de 180 dias para que as empresas fabricantes/formuladoras se adequem às novas normas no rótulo e na bula. (Ibama)

Em cumprimento à decisão judicial, Anvisa aprova a avaliação toxicológica dos agrotóxicos acetamiprido + bifentrina (Rainbow); mancozebe + picoxistrobina + tebuconazol OD (Adama); clodinafope-propargil 240 g/L EC (Cropchem). (Anvisa)

“A aquisição do controle acionário indireto da Fertilizantes Heringer foi importante em nossa jornada de crescimento. A estratégia reforça o nosso compromisso com o agronegócio brasileiro, fortalece a nossa capacidade de distribuição e nos auxilia no atingimento das nossas metas para América do Sul”, disse Gustavo Horbach, diretor presidente da EuroChem para a América Latina. (EuroChem)

BioSummit 2024 acontece nos dias 28 e 29 de maio, em Campinas, SP. “Estamos construindo um espaço para criar oportunidades de negócios, onde a indústria, os agricultores e o setor de distribuição estejam lado a lado com os pesquisadores e órgãos reguladores para compartilhar conhecimento e discutir tendências”, disse Daiana Lopes, CEO da FB Group, organizadora do evento. (FB Group)

Embrapa estudou 932 populações de capim-amargoso (Digitaria insularis) com suspeita de resistência a herbicidas entre 2009 e 2023. Do total, 799 amostras foram coletadas no PR, e 133 no MS. “Em nenhuma das populações de Digitaria insularis foi constatada resistência aos herbicidas inibidores da ACCase estudados, o clethodim e o haloxifop, que além do glifosato são os herbicidas mais utilizados no controle desta infestante. Portanto, todas as 932 populações foram consideradas suscetíveis ou tolerantes a este grupo de herbicidas. Para o glifosato, o resultado foi muito diferente, pois 718 das 932 populações estudadas foram identificadas como resistentes… o que representa 77% do total.” (Embrapa)

Macaé, RJ, quer receber R$ 5 Bilhões em investimentos para fábrica de fertilizantes nitrogenados através do Plano Nacional de Fertilizantes. Prefeito Welberth Rezende apresentou o projeto durante audiência pública realizada na Associação Comercial e Industrial de Macaé. Segundo o prefeito, seria possível gerar cerca de 5 mil empregos, fortalecendo o desenvolvimento econômico da região. Macaé planeja sediar um dos cinco projetos futuros de fertilizantes definidos pelo Governo Federal. “Precisamos começar a pensar agora um caminho para aproveitar a pujança do petróleo para garantir o futuro econômico da cidade. E a fábrica de fertilizantes viabiliza todo o potencial de Macaé em ser a principal cidade que recebe e processa gás natural do Brasil”, disse Welberth. (Prefeitura de Macaé)

Pesquisa da Universidade Federal do Ceará indica que cipermetrina, deltametrina, permetrina e malationa estão contaminando os rios Cocó e Ceará. Próximos passos da pesquisa envolvem entender como as substâncias são metabolizadas pelos animais aquáticos e como se manifestam durante o processo de cozimento. A Superintendência Estadual do Meio Ambiente afirmou em nota que não analisa agrotóxicos no monitoramento da água dos rios Cocó e Ceará. (UFC; Semace)

Em 2022, os biopesticidas representaram 9% do mercado brasileiro de defensivos agrícolas, o que representa mais do que o dobro do percentual de 2020, ao redor de 4%. De 2018 a 2022, o mercado brasileiro de biopesticidas cresceu 62% ante aumento de aproximadamente 16% no mercado global durante o período. (S&P Global)

Senadora Zenaide Mais apresentou PL nº 166/2024, que busca alterar o Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990). PL “obriga fornecedores de produtos alimentares a informar ao consumidor a relação de insumos pesticidas, defensivos agrícolas, herbicidas, agentes químicos e demais substâncias para o controle de pragas ou aumento da produtividade usados na cadeia produtiva”. (Agência Senado)

De acordo com Jeferson Souza, analista de mercado da Agrinvest Commodities, existem perspectivas de aumento da área do algodão, sobretudo no MT. “MT deverá cultivar mais de 1,3 milhão de hectares nesta temporada. Analisando os custos de produção, temos uma lavoura bastante cara. Dispêndios com defensivos e fertilizantes são muito maiores, além de ser necessária uma estrutura muito mais robusta quando comparada com a soja e o milho. Quando pensamos no poder de compra dos cotonicultores, nos últimos meses, percebemos que, no caso dos fertilizantes, a exemplo da ureia, os valores ficaram muito semelhantes às médias históricas. Esse é um cenário totalmente diferente de 2022″, de acordo com Souza. (Agrinvest Commodities)

Waldenir Castellar Jr. é o novo diretor comercial & marketing da Ponto Rural – Comércio e Distribuição de Insumos Agrícolas, com sede em Londrina, PR. (Ponto Rural)

Brasil e Rússia discutem acordo para aumentar comércio de fertilizantes entre os países. Comissão Intergovernamental Russo-Brasileira realizou reunião em Moscou para discutir a ampliação do fornecimento ao Brasil. Grupo é presidido pelo primeiro-ministro Mikhail Mishustin e pelo vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin. “Membros da comissão debateram a possibilidade de aumentar o fornecimento de fertilizantes minerais russos. Em 2023, mais de 8 milhões de toneladas de fertilizantes foram enviadas para o Brasil, o que corresponde a 25% de todas as exportações russas desse produto”, segundo nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia. (MID)

Kynetec Brasil apurou que cinco culturas-chave do agronegócio movimentaram, em 2022/23, mais de R$ 140 bilhões em produtos para nutrição de plantas. Algodão, cana-de-açúcar e milho safrinha também passaram a fazer parte da pesquisa, antes focada na cafeicultura e sojicultura. Esses cultivos corresponderam a 34% da movimentação do mercado de insumos, de aproximadamente R$ 416 bilhões, incluindo defensivos e sementes. Segundo a especialista em pesquisas da Kynetec, Raquel Ribeiro, a soja puxou as vendas do setor de nutrição de plantas, alcançando 58% do total, ou R$ 81 bilhões, enquanto o milho safrinha obteve o segundo melhor desempenho, alcançando 18% ou R$ 25 bilhões. Cana-de-açúcar, café e algodão apresentaram transações de R$ 18 bilhões (13%), R$ 9 bilhões (7%) e R$ 5 bilhões (4%), respectivamente. (Kynetec Brasil)

Vespa Doryctobracon areolatus, nativa do Brasil, consegue detectar presença das larvas da mosca-da-fruta (Ceratitis capitata), realizando a postura dos ovos diretamente na praga, que morre após poucos dias. “A verdade é que, quando falamos de controle biológico, não são todas as culturas em que se consegue fazer esse trabalho com microrganismos. Tem certas culturas em que é melhor usar um inseto parasitoide”, segundo Dori Nava, responsável por pesquisa da Embrapa que desenvolveu método para reprodução em escala comercial da vespa predadora. “Quando se produz um entomopatógeno, é possível formular um produto como se fosse químico. Ele tem tempo de prateleira, com data de validade de dois, três ou quatro meses; enquanto o inseto não tem. É preciso liberar o inseto na natureza, não dá para estocar”, disse Nava. (Embrapa)

Sobre a reavaliação ambiental do tiametoxam, a Syngenta disse em nota que “a proibição de usos do THMX [tiametoxam] terá impactos diretos e profundos nas principais produções brasileiras, o que inevitavelmente trará consequências sociais e econômicas, já que muitas vezes os neonicotinóides representam a única opção de produto registrado para o controle eficaz de determinadas pragas de difícil controle… o que levará ao seu descontrole, caso sejam retirados do mercado. Defendemos a manutenção da aplicação aérea do THMX [tiametoxam] por ser essencial em culturas importantes, especialmente arroz e cana-de-açúcar… o banimento da aplicação aérea de inseticidas causaria perdas na produção de 30% a 90%“. (Syngenta)

Segundo o presidente do Ibama, Rodrigo de Agostinho Mendonça, a Lei dos agrotóxicos nº 14.785/23 promove “atualizações na legislação de agrotóxicos, notadamente na normativa de 1989. Onze vetos foram aplicados, a maioria deles atendendo solicitações do Ibama. Em conjunto com a Anvisa e o MAPA, o Ibama desempenha papel crucial no registro, análise e reanálise desses produtos”. (Ibama)

Bioestimulantes têm se destacado no mercado de nutrição de plantas. Em 2022/23, 63% (R$ 1,1 bilhão) dos bioestimulantes vendidos no Brasil foram destinados para a soja, cana-de-açúcar, 16% (R$ 285 milhões), milho safrinha, 12% (R$ 218 milhões), café, 6% (R$ 107 milhões) e algodão, 3% (R$ 60 milhões). Na soja, pelo menos 41% da área recebeu tratamentos com bioestimulantes. (Kynetec Brasil)

MAPA aprova registro de 42 produtos agrotóxicos, sendo 7 produtos biológicos. (MAPA)

Coordenadoria de Defesa Agropecuária de SP – CDA deixará de realizar cadastro de agrotóxicos. De acordo com Nota Técnica, “o cadastramento de produtos agrotóxicos pela CDA deixará de ser realizado, uma vez que a Lei Federal nº 14.785/2023 tem aplicação imediata e geral, estabelecendo que a publicação do registro dos agrotóxicos no sítio eletrônico do órgão federal registrante autoriza a comercialização e o uso nos Estados e no Distrito Federal”. (CDA)

De acordo com Nilto Mendes, gerente de combate aos produtos ilegais da CropLife Brasil, a falta de informação e os baixos preços estimulam o mercado de agrotóxicos ilegais. “Para diminuir os custos da produção agrícola, o agricultor adquire defensivos sem registro, sem receita agronômica, de origem desconhecida e sem nota fiscal. O agricultor imagina estar fazendo um bom negócio, o que não é o caso”. (CropLife Brasil)

Segundo a Nutrien, produtores brasileiros devem continuar a expansão da área de soja, o que aumenta a necessidade de importações de fertilizantes no segundo e terceiro trimestres de 2024. De acordo com a empresa, a demanda global por potássio permaneceu robusta ao longo do segundo semestre de 2023, com estimativas de embarques anuais entre 67 e 68 milhões de toneladas. Aumento foi impulsionado pelo consumo forte e pelo aumento das importações em mercados-chave como América do Norte, China e Brasil. (Nutrien)

Fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (ANSA) deve ser a primeira fábrica de fertilizantes da Petrobras a voltar a operar no Brasil, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. “A gente não tem uma linha do tempo definida, mas tem uma disposição já definida. O nosso Plano Estratégico autorizou, e não só autorizou, como colocou fertilizantes de volta na pauta de investimento da Petrobras”, segundo Prates. “Tem a [fábrica de fertilizantes] Araucária, que é próxima da nossa refinaria, que também deve ser religada. Ela usa resíduo atmosférico, não usa gás natural. Então a gente vai poder religar. Essa provavelmente vai ser a mais rápida, a que vai entrar primeiro”. (Petrobras)

Aplicação foliar de potássio pode aumentar a produção de frutas em até 20%, de acordo com Deyvid Bueno, gerente de produtos da ICL América do Sul. Segundo Bueno, o potássio também pode aumentar a resistência das plantas durante condições estressantes, como a seca, através do fortalecimento das paredes celulares das plantas. De acordo com Ana Clara Pimenta, consultora de sucesso do cliente na Verde Agritech, o potássio é fundamental para alcançar altas produtividades na produção de citros, ocupando – junto com o nitrogênio – o topo do ranking dos nutrientes mais importantes para a produção citrícola. Potássio está relacionado com o rendimento dos citros, com o tamanho da fruta e com o número de frutos. (ICL América do Sul; Verde Agritech)

AgroGalaxy contratou o Banco Santander como assessor financeiro para buscar parceiros em possível operação envolvendo negócio de sementes. De acordo com a empresa, trata-se de negociação preliminar e não existe, até o presente momento, qualquer potencial negócio em análise/discussão envolvendo o negócio de sementes da companhia. (AgroGalaxy)

Estudo do IAC avaliou a exposição ocupacional durante pulverizações de defensivos em lavouras de citros. “Entre os resultados obtidos… o mais relevante responde a uma pergunta antiga do setor citrícola: dentro da cabine do trator utilizado na aplicação de defensivos agrícolas, o operador está seguro frente a exposição aos produtos?”, disse o pesquisador do IAC, Hamilton Ramos. “Concluímos que não: a cabine por si só não é medida suficiente para reduzir riscos ocupacionais desse trabalhador na aplicação de agroquímicos, em citros, com emprego de turbopulverizadores.” (IAC)

Segundo André Savino, presidente da Syngenta Proteção de Cultivos no Brasil, a aprovação da lei dos agrotóxicos nº 14.785/2023 é “uma grande evolução para o marco regulatório de defensivos agrícolas no país e representa a modernização da agricultura nacional. Sem renunciar aos controles técnicos e científicos dos órgãos competentes, que estão entre os mais rígidos do mundo, a lei vai viabilizar avanços na aprovação de novas moléculas e garantir um processo mais ágil para o registro de produtos eficientes, tecnológicos e, principalmente, mais sustentáveis”. (Syngenta)

Mercado de fertilizantes iniciou 2024 com preços mais atrativos ao produtor, depois de oscilações vivenciadas em 2022 e no primeiro semestre de 2023. Em janeiro de 2024, valores de produtos formulados e do nitrato de amônio, um dos principais fertilizantes utilizados no cultivo de grãos, caíram 34% e 40,8%, respectivamente, ante janeiro de 2023. (Faesp)

Segundo a Aprosoja, o Ibama baniu a pulverização de tiametoxam “sem apresentar razões técnicas”. De acordo com a Associação, o neonicotinoide não apresenta risco comprovado de impactos em abelhas no Brasil. “Com esta decisão, o Ibama ignora normas antigas e novas sobre o registro de pesticidas. Pelo regulamento atual (Lei nº 14.785/2023), aprovado no Congresso Nacional, não cabe ao Ibama tomar esta decisão unilateralmente. Caberia, sim, ao Ministério da Agricultura, de posse das informações geradas pelo órgão ambiental, tomar as decisões técnicas e regulatórias mais adequadas ao caso, propor medidas de mitigação para manter o produto ou, se fosse o caso, proibir a aplicação foliar”. (Aprosoja Brasil)

Fapesp e Koppert realizam pesquisa sobre controle da cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) através do fungo Cordyceps javanica. “O fungo começa a afetar o comportamento da cigarrinha-do-milho dois dias após a pulverização do bioinseticida, reduzindo a atividade alimentar dos insetos nos vasos do floema das plantas de milho, local onde ocorre a transmissão de fitopatógenos”, segundo Nathalie Maluta, pesquisadora da Koppert Brasil. Maluta disse que, além de estar sendo agravada pela crise climática, a proliferação da cigarrinha-do-milho é decorrência da expansão da monocultura em larga escala e do uso inadequado do controle químico. “Ao aplicar inseticidas químicos sem prévio monitoramento e sem saber se há necessidade de entrar com alguma medida de controle, ocorre a seleção de indivíduos resistentes, uma vez que os insetos suscetíveis morrem e os resistentes permanecem no campo”. (Fapesp; Koppert)

Anvisa realizou webinar sobre Guia nº 69/2023 de avaliação da neurotoxicidade associada aos agrotóxicos. Documento fornece às empresas registrantes recomendações sobre avaliação conduzida pela Anvisa acerca da neurotoxicidade dos ingredientes ativos de agrotóxicos e de seus produtos técnicos. (Anvisa)

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