Agrochemical Update Brasil & América Latina – 27/09/2023

Negociações de fertilizantes seguem atrasadas para a safra 2023/24


Brasil

O Ministério da Agricultura aprovou 11 registros de agrotóxicos do tipo produto técnico equivalente. (MAPA)

Basf anuncia mudanças em sua divisão agrícola no Brasil. Daniela Ferreroni é a nova diretora de vendas da empresa; Hugo Borsari assume como diretor de marketing; e Mario Lavacca Jr. será o diretor de experiência do cliente e excelência comercial na empresa. (Basf Agricultural Solutions)

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou em 19/09 o projeto de lei que cria o Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes – Profert. De autoria do senador Laércio Oliveira, o PL nº 699/2023 recebeu relatório favorável do senador Eduardo Gomes e foi enviado para a Comissão de Agricultura. O PL concede benefícios tributários para incentivar a produção de fertilizantes no Brasil, como a concessão de alíquota zero de PIS/Pasep e Cofins sobre a comercialização ou importação de insumos para a produção de fertilizantes. (Agência Senado)

Amanda Pit Nunes é a nova coordenadora nacional de produtos biológicos da Santa Clara Agrociência. (Santa Clara Agrociência)

De acordo com dados recém-divulgados da Receita Federal, 26 empresas concentram 46% dos benefícios fiscais federais, sendo que cada uma recebeu ao menos R$ 1 bilhão em benefícios fiscais do governo em 2021 (números de 2022 ainda não foram divulgados), totalizando quase R$ 100 bilhões em impostos que não foram arrecadados. Dessas empresas, quatro são do setor de insumos e máquinas para o agronegócio: CNH Industrial, Yara Fertilizantes, Mosaic Fertilizantes e Syngenta. Os principais benefícios que essas empresas receberam são a redução de impostos para importação de fertilizantes e defensivos agrícolas e o Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado (Recof). (Receita Federal)

indústria de fertilizantes é responsável por 15% do PIB da cadeia de insumos, 2,2% do PIB do agronegócio e 6% do PIB da agropecuária no Brasil, além de contribuir com a geração de 28 mil empregos diretos e indiretos no país. (Sinprifert)

Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de RO – Idaron emitiu alerta sobre o uso de fipronil no estado. Segundo a agência, “a utilização de agrotóxicos em época de florada e de forma indiscriminada pode ter causado a morte de milhares de abelhas na região de Alto Alegre dos Parecis… A aplicação de agrotóxicos à base de fipronil em cafezal dizimou diversas colmeias que eram criadas por um apicultor e pode ter sido responsável pela morte de outras milhares de abelhas silvestres”. Segundo o coordenador de programa de agrotóxicos da Idaron, Sirley Ávila, “estamos em época de florada, então, o uso irregular de defensivos agrícolas pode representar grave ameaça ao ecossistema. O ideal é que o agricultor, antes da utilização de qualquer agrotóxico, consulte o responsável agrônomo e verifique se o inseticida usado é o ideal para a lavoura cultivada”. (Idaron)

Mercado de agrotóxicos ilegais no Brasil movimenta mais de R$ 15 bilhões por ano e responde por 25% dos produtos utilizados nas lavouras. (Idesf)

Desde que o MAPA suspendeu a necessidade de registro dos adjuvantes em 2017, o mercado carece de recomendações precisas e confiáveis, que estabeleçam padrões e normas específicas às soluções e funcionalidades desenvolvidas… Uma das alternativas encontradas pelo mercado vem sendo a busca por selos e certificações de qualidade, como as oferecidas pelo Programa Adjuvantes da Pulverização do IAC”, segundo Henrique Alves, gerente de marketing de soluções agrícolas da Dow. De acordo com Alves, o mercado global de adjuvantes agrícolas deve crescer de US$ 3,8 bilhões em 2023 para US$ 4,8 bilhões até 2028, com um CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 4,7% no período. Na América do Sul, estima-se um CAGR de 5,11%, que pode alcançar US$ 1,2 bilhão até 2026. (Dow Brasil)

BioConsortia Inc. anunciou que irá iniciar um processo de “expansão estratégica” no Brasil. A empresa dos EUA é focada em produtos microbianos que “reduzem a necessidade de fertilizantes nitrogenados sintéticos e protegem as plantações das pragas”. O CEO Marcus Meadows-Smith, disse que a empresa decidiu acelerar sua entrada no Brasil “porque, mesmo que o país seja líder mundial no uso de produtos biológicos, acreditamos que os produtos da BioConsortia oferecem melhor desempenho”. (Bioconsortia Inc.)

Embrapa Clima Temperado, em parceria com a empresa Partamon, focada no manejo integrado de pragas, obteve a certificação da vespa nativa (Doryctobracon areolatus), capaz de controlar espécies de mosca-das-frutas, que podem causar danos de até R$ 180 milhões por ano à fruticultura brasileira. A vespa parasitoide recebeu Especificação de Referência (ER 54), classificada como produto fitossanitário junto ao MAPA. Segundo a Embrapa, esse é o primeiro produto fitossanitário com “biodiversidade nativa e tecnologia 100% nacional”. Considerada um inseticida biológico, a vespa pode alcançar taxa de parasitismo de 40% das larvas da mosca-das-frutas, sendo recomendada a liberação de 10 mil vespas/hectare. (Embrapa; Partamon)

Adama anuncia que o fungicida Almada agora será produzido em Londrina, PR. O princípio ativo do produto é o protioconazol, antes importado da sede da empresa, em Israel, mas que passou a ser fabricado pela Adama em Taquari, RS. (Adama)

Carga de 172 kg de agrotóxicos foi apreendida em 22/09 na BR-050 em Uberaba, MG. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a mercadoria foi avaliada em R$ 200 mil e não tinha nota fiscal. A suspeita é de que os produtos contenham o inseticida benzoato de emamectina. (PRF)

Agência de Defesa Agropecuária do Paraná – Adapar iniciou a Operação Agro+, que realiza a inspeção de pulverizadores em propriedades rurais no estado. Até agora, 260 equipamentos foram inspecionados, nas cidades de Astorga e Marialva. “Há três anos, havíamos feito um trabalho inicial em Marialva para inspecionar pulverizadores, por ser uma área de grande risco de deriva. De 2021 para 2022, notamos uma melhora de 50% na qualidade dos equipamentos analisados, além de uma redução nos problemas com deriva”, segundo o gerente de sanidade vegetal da Adapar, Renato Young Blood. (Adapar)

O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola e o Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola lançaram campanha com objetivo de “combater o preconceito contra a aviação agrícola”. Segundo o diretor-executivo das instituições, Gabriel Colle, “a falta de conhecimento da população em geral sobre as rotinas e as ferramentas na agricultura, especialmente na produção em grande escala, sempre foi campo fértil para estereótipos”. (Sindag; Ibravag)

A Comissão de Meio Ambiente do Senado aprova o substitutivo ao projeto que regulamenta produção, importação, registro, comercialização, uso, inspeção e fiscalização, pesquisa e experimentação e incentivos à produção de bioinsumos na agricultura, inclusive para aqueles produzidos pelos agricultores para uso próprio. A regulamentação objetiva incentivar a transição do uso de agrotóxicos para o uso de bioinsumos. O Marco Jurídico dos Bioinsumos, PL nº 3.668/2021, recebeu texto alternativo proposto pelo relator, senador Veneziano do Rêgo, com a aprovação de quatro emendas. O texto segue para análise da Câmara dos Deputados. (Agência Senado)

Relator do PL dos agrotóxicos nº 1.459/22 na Comissão do Meio Ambiente do Senado, o senador Fabiano Contarato apresentou relatório sobre o PL em 20/09. “Registramos que o texto do Substitutivo da Câmara dos Deputados é, de forma geral, constitucional, tanto sob o aspecto material, quanto o formal… Há, contudo, ressalvas a dispositivos específicos, que serão apontadas no decorrer da presente análise”, segundo o relatório. Dentre as alterações sugeridas no relatório, pede-se que “substitua-se em todo o texto do substitutivo os termos ‘pesticida’ ou ‘pesticidas’ por ‘agrotóxico’ ou ‘agrotóxicos’, respectivamente”. O PL nº 1.459/22 foi incluído na pauta da reunião da Comissão de Meio Ambiente, agendada para 27/09. (Senado Federal)

Aprovado pedido de patente da Embrapa Agroenergia para “Processo de Produção de Nanocompósito de Carbonato de Cálcio e Lignina Kraft a partir de Emissões Gasosas”, com exclusividade de exploração comercial por 20 anos. O processo utiliza CO2 para produzir produto capaz de fixar moléculas de defensivos e fertilizantes, podendo proporcionar uma liberação gradual dos produtos. (Embrapa Agroenergia)

Negociações de fertilizantes seguem atrasadas para a temporada 2023/24. Muitos agricultores ainda não compraram os insumos e as últimas oportunidades de compra ocorrem nos próximos dias de setembro, segundo a analista da Safras & Mercado, Maísa Romanello. “Do lado da demanda, temos uma concentração das compras no segundo semestre. Os produtores esperaram os preços baixarem mais, por isso há compras atrasadas em relação aos anos anteriores e concentradas nos próximos seis meses”, disse Romanello. Segundo Jeferson Souza, analista de fertilizantes da Agrinvest, os preços da ureia e do fósforo estão em alta no mercado internacional, o que dificulta as compras para a safrinha. “Especialmente para o milho safrinha de 2024, nós precisamos acompanhar com atenção, não apenas os preços, mas também a logística. Por enquanto, o quadro não é alarmante…”, disse Souza. (Safras & Mercado; Agrinvest Commodities)



América Latina

Devemos voltar a nos preocupar com a fertilização da soja”, disse Martín Díaz Zorita, professor da Universidade Nacional de La Pampa, na Argentina. “O fósforo caiu a uma taxa de uma parte por milhão por ano nos últimos sete anos… 70% da região dos Pampas apresenta deficiências de fósforo e limitações generalizadas de nitrogênio e enxofre”, disse Zorita. “A soja deve ser melhor nutrida… é necessário identificar os elementos limitantes com um diagnóstico de solo ecologicamente correto, inocular todos os anos com rizóbios e aplicar estratégias de fertilização combinada de macro e micronutrientes”. (Associação da Cadeia de Soja Argentina; Universidade Nacional de La Pampa)

“Sem fertilizantes produziremos menos, mas sem inseticidas ou herbicidas não produziremos nada”, disse o agrônomo e consultor Miguel Kolar sobre as limitações impostas pelo governo à entrada de insumos na Argentina. “Não é permitida a entrada de produtos que estão na alfândega. O mesmo acontece com tratores e colheitadeiras. A safra acontece, mas eles não te dão as máquinas”, disse Kolar. (Grupo Agroperfiles)

Segundo pesquisadores da Universidade de Buenos Aires, Argentina, o glifosato é capaz de alterar a composição microbiana do intestino de larvas de abelhas. “Acreditamos que esse desequilíbrio pode ser a causa das alterações que ocorrem durante o desenvolvimento desses insetos”, disse o pesquisador Walter Farina. (UBA)

Será inaugurada na Bolívia até o final de setembro uma planta para a produção de ureia e fertilizantes NPK, em Cochabamba. De acordo com Franklin Molina, ministro de Hidrocarbonetos e Energia, quase 30% da produção da nova fábrica será destinada ao mercado brasileiro. A planta terá capacidade de produção de aproximadamente 60 mil toneladas por ano de NPK e ureia granulada de liberação lenta. (Ministério de Hidrocarbonetos e Energia)

Preços dos fertilizantes na Colômbia mantém tendência de queda durante 13 meses, apresentando maior variação negativa em julho, com queda de 9,47%. Os preços apresentaram queda de 30,4% no último ano. Os agrotóxicos apresentaram variação mensal negativa de 1,26% por cento em julho, mas registraram aumento de 1,81% no último ano. (Ministério da Agricultura)

A Direção Geral dos Serviços Agrícolas do Uruguai emitiu comunicado alertando sobre o uso indevido de fipronil no país. Segundo a instituição, por conta de denúncias de aplicações irregulares do agrotóxico em regiões vitivinícolas, foram iniciadas atividades de fiscalização em 15/09. O uso de formulações líquidas de fipronil está proibido no país desde 2009. (Ministério da Agricultura)



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