Preços de agrotóxicos retornam aos patamares normais

“…o setor enfrentou dois anos desafiadores, com aumentos de preços e falta de produto…”

Marco Faria é diretor comercial na FMC Corporation, engenheiro agrônomo pela Universidade Estadual Paulista – Botucatu, com MBA em gestão empresarial pela Fundação Dom Cabral.

Marco Faria, diretor comercial na FMC


AgriBrasilis – Como está se comportando o setor de defensivos agrícolas no Brasil?

Marco Faria – Globalmente, o setor enfrentou dois anos desafiadores, com aumentos de preços e falta de produto. Agora, estamos na fase de adequação. Aos poucos, o mercado irá se regularizar e isso refletirá em toda a cadeia.

O setor está mais preocupado com sustentabilidade e vem se modificando e agregando novas tecnologias para esse fim. Inclusive, a consolidação da nossa indústria no setor de biológicos é uma realidade.

A FMC contribuiu para essa tendência ao longo dos últimos anos. Em 2023, teremos cinco lançamentos de produtos, dos quais três são biológicos. Somos pioneiros nesse segmento, com grande capacidade de descoberta e desenvolvimento de tecnologia sustentável para proteção de cultivos.

AgriBrasilis – De que forma a queda de preços dos produtos importados está impactando o setor? Qual tem sido o papel da China nesse contexto?

Marco Faria – Na verdade, os preços estão retornando aos valores reais de antes da pandemia de Covid-19. Os produtos que tiveram aumento significativo de preço são os mais afetados, e estão retomando aos patamares normais.  Aqueles que mantiveram os preços tendem a seguir estáveis.

A China é responsável por direcionar esses preços, conforme a oferta e demanda de cada solução.

AgriBrasilis – Quais as preocupações atuais dos players desse mercado?

Marco Faria – Nesse momento, a grande preocupação do setor são os valores das commodities. Os riscos inerentes à prática agrícola sempre são pontos que os produtores e as empresas de defensivos observam a cada safra. As lavouras são indústrias a céu aberto e precisamos monitorar e estar atentos ao clima, solo, chuvas, pragas e doenças.

Para minimizar os desafios, o nosso foco é sempre a produtividade, que é como podemos fazer a diferença. Apostamos em soluções inovadoras cada vez mais assertivas para o manejo, e em novas tecnologias, como o Arc™ farm intelligence, uma ferramenta de realidade preditiva baseada em dados em tempo real, que ajuda os produtores a preverem a pressão de pragas, possibilitando aplicar produtos no momento mais adequado.

AgriBrasilis – Quais as tendências de tecnologias e formulações de produtos? 

Marco Faria – O setor é ávido por tecnologia, que é o ponto forte da agricultura brasileira. As empresas do setor têm um alto investimento em inovação e diferenciação de produtos para ofertar o que há de mais moderno aos produtores.

A FMC, por exemplo, possui o programa Genesis em soja, que é composto por três produtos biológicos para aplicação no sulco ou em tratamento de semente focado no controle de alvos como nematoides e fungos.

A FMC sempre foi uma empresa focada em tecnologia e inovação, prova disso é o Centro de Inovação da empresa, instalado em Paulínia, SP. Em 2023, dentro dos produtos lançados, temos o inseticida revolucionário Premio® Star, que controla lagartas e percevejos em soja, além de oferecer proteção para 50 alvos biológicos, em mais de 50 culturas.

Nosso objetivo é otimizar os produtos para que eles tenham mais efeito e gerem mais produtividade ao agricultor.

AgriBrasilis – Qual a participação de mercado da FMC e em quais áreas a empresa se destaca?

Marco Faria – A FMC acaba de divulgar os resultados do primeiro trimestre de 2023. A receita mundial da empresa atingiu US$ 1,34 bilhão no primeiro trimestre, sendo estável em relação ao mesmo período de 2022 e crescendo 4% organicamente.

Nacionalmente, a FMC é líder em algodão e cana-de-açúcar. Estamos entre os principais fornecedores de soluções agrícolas para café, hortifruti, fumo, arroz irrigado e numa crescente para soja e milho. Para essas duas últimas culturas, estamos investindo cada vez mais em tecnologia, confiantes de que cresceremos com nossas soluções próprias.

 

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