Proteção e nutrição de plantas - Update Semanal Brasil & América Latina (21/03/24 – 27/03/24)

coinoculação feijão

Coinoculação pode apresentar taxas de retorno sobre o investimento de 214%


Brasil

Em cumprimento à decisão judicial, Anvisa aprova avaliação toxicológica da atrazina 900 g/kg WG, da Perterra. (Anvisa)

Guilherme Caldeira Carneiro é o novo diretor financeiro, jurídico e de TI da Biotrop. (Biotrop Soluções Biológicas)

Nutrien anunciou mudanças em sua estrutura organizacional. Adolpho Lemos Neto é o novo diretor de parcerias estratégicas da empresa, e Matheus Aquino é o novo diretor de produtos proprietários. (Nutrien Soluções Agrícolas)

Proliferação da requeima do tomate se acentua no outono e demanda maior uso de fungicidas. Causada pelo fungo Phytophthora infestans, a doença se alastra rapidamente em áreas onde as plantações são densas. Apenas um foco da doença pode comprometer toda a produção, causando perdas significativas em qualidade e quantidade. A requeima do tomateiro pode causar a diminuição de 20% a 70% da produção, dependendo das condições de clima e manejo. Primeiros sintomas perceptíveis são pequenas manchas escuras nas folhas das plantas infectadas, podendo se espalhar para folhas adjacentes, que ficam amareladas, murchas, e podem exalar odor forte. (Sindiveg)

AgroGalaxy evitou o vencimento antecipado de duas emissões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio – CRAs, que somam R$ 650 milhões. Empresa se reuniu com credores do título e conseguiu aprovação para ser dispensada de apresentar informações de alavancagem, medidas pela relação entre dívida líquida e Ebitda. (AgroGalaxy)

Nos últimos cinco anos, o mercado brasileiro de biodefensivos cresceu 45% em CAGR – Taxa Composta de Crescimento Anual. Enquanto isso, o crescimento dos agroquímicos foi de apenas 6%. Essas informações foram apresentadas pela Embrapa na abertura do simpósio “Trichoderma: o mais importante agente de controle biológico de doenças de plantas”. Segundo Paula Packer, chefe da Embrapa Meio Ambiente, “a agricultura brasileira deve ser sustentável e demonstramos isso de várias maneiras, como através do controle biológico baseado na ciência”. (Embrapa)

RS deve rever benefícios fiscais do setor dos defensivos agrícolas. Dessa forma, o agronegócio gaúcho deve pagar mais impostos a partir de abril. A Federação da Agricultura do RS estimou aumento de R$ 16,70/ha nos custos de produção da soja, e de R$ 16,20/ha para o trigo. (Governo do RS; Farsul)

“Historicamente líder em vendas de defensivos na soja, a categoria dos fungicidas movimentou R$ 18,9 bilhões e caiu para a segunda posição, em valor, na safra 2022/23. Esses produtos responderam por 36% das transações totais, de R$ 57 bilhões”, segundo nota da Kynetec Brasil. A categoria dos herbicidas alcançou R$ 20 bilhões. Esses produtos “avançaram frente a aumento de preços e restrições na oferta. Fungicidas tendem a retomar a liderança na safra 2023/24”, de acordo com Lucas Alves, especialista da Kynetec. (Kynetec Brasil)

Syngenta inicia campanha de “barter para safra 2024/25, com crédito disponível de US$ 1 bilhão. Empresa aposta na oferta de “cashback” para vender mais defensivos, dando aos clientes a possibilidade de participar de ganhos na alta dos preços das commodities. Através do programa “Barter+”, o produtor poderá “travar” o preço da soja, café, algodão e milho na negociação de troca pelos pesticidas, participando de eventual alta do valor da commodity até o fechamento do contrato. (Syngenta)

Preços do glifosato apresentam queda substancial. “Em março de 2023, os preços do herbicida mais utilizado no mundo superavam US$ 5/kg (95%) na China, maior fabricante do globo. No mercado doméstico brasileiro, um kg do produto era negociado na faixa de R$ 45,00 a R$ 50,00. Agora, 12 meses depois, os preços na China estão na faixa de US$3,60/kg, e no Brasil, observamos cotações próximas de R$ 23 a R$25/kg”, segundo Jeferson Souza, analista de mercado da Agrinvest Commodities. “Sobre o futuro do glifosato, as opiniões estão muito divididas. Alguns colegas ainda acreditam que os preços poderão romper os US$3,50/kg na China, contudo, ao meu ver, estamos próximos a um piso”. (Agrinvest Commodities)

Produtores de milho no MT têm enfrentado forte incidência de cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis)  e percevejo barriga-verde (Dichelops furcatus). Segundo Roberto Rodrigues, gerente de marketing regional da Ihara, ainda é cedo para afirmar a proporção do estrago nas lavouras, mas o prejuízo já é visível em relação aos custos da produção. “É essencial que os produtores estejam preparados e adotem estratégias de manejo eficientes e sustentáveis para garantir a qualidade dos grãos. Além disso, devem estar atentos às perspectivas de mercado para maximizar a produtividade e a rentabilidade no campo”, disse Rodrigues. De acordo com Juliano Ricardo Farias, pesquisador em entomologia da Seminare, o percevejo barriga-verde pode causar perdas de até 100% caso não seja bem manejado. “Esse inseto é o que mais demanda investimento em controle, já que o dano causado por ele é ‘silencioso’ e menos visível quando comparado com outras pragas. Hoje, essa praga apresenta resistência em relação à maior parte dos inseticidas…”, disse Farias. (Ihara; Seminare)

Plenário do STF retomou, em 22/03, o julgamento que discute a validade de normas que estabelecem a redução de impostos para agrotóxicos. A sessão virtual deve se encerrar em 03/04. (STF; Conjur)

Identificada presença do fungicida carbendazim no rio Santo Antônio, afluente para a bacia do pantanal, em MS. Amostras foram coletadas em 2023. “O tempo de meia vida do carbendazim e seus metabólitos no meio ambiente é relativamente alto, em torno de dois meses em condições aeróbias e 25 meses sob condições anaeróbias. Neste contexto, a degradação do princípio ativo é considerada lenta, por ser um composto quimicamente estável”, segundo relatório da ONG SOS Pantanal. Também foi detectado metolacloro na água: “Este princípio ativo é um herbicida pré-emergente de ação seletiva, especialmente utilizado para controle de gramíneas”. (SOS Pantanal)

10ª edição do Abisolo  Fórum e Exposição, promovida pela Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal acontecerá em 05 e 06 de junho, em Campinas, SP. Palestrantes confirmados são: Rafael Otto, da Esalq; Átila F. Mógor, da UFPR; Fabrício Rodrigues, da UFV; Sérgio Vale, da MB Associados; Roberto Levrero, presidente da Abisolo; etc. (Abisolo)

Avaliação econômica realizada pela Embrapa Arroz e Feijão sobre uso de produtos biológicos para coinoculação, utilizados para substituir fertilizantes nitrogenados na produção de feijão em GO e MG, apontou taxas de retorno sobre o investimento (ROI) entre 190% e 214% para lavouras comerciais; e de 113% para agricultura familiar. “O melhor desempenho foi obtido no tratamento de sementes com rizóbio e três doses de Azospirillum pulverizadas nas plantas. Isso resultou em taxas de retorno de 190% em Goiás e 214% em Minas Gerais, para lavouras comerciais; e de 113% em Goiás para agricultura familiar, o que torna rentável economicamente a coinoculação”, afirmou Enderson Ferreira, pesquisador da Embrapa. (Embrapa)

Até o primeiro semestre de 2023, o Brasil liderava o ranking mundial de adoção de defensivos biológicos, bioestimulantes e biofertilizantes. No caso do controle biológico, mais de 55% das lavouras já tinham algum tipo de biodefensivo. Na UE, a aplicação de bioinsumos ocorreu em 23% das plantações, e na China, a terceira colocada na lista, em 8%. (MAPA)

“O adjuvante agrícola – bem como as matérias-primas nele utilizadas e adquiridas por seus fabricantes – não faz jus ao benefício da redução a zero da alíquota da Contribuição Para o PIS/Pasep trazido no artigo 1º, II, da Lei nº 10.925, de 2004, por não estar enquadrado na definição de defensivo agropecuário (agrotóxico) classificado na posição 38.08 da TIPI, e por não se enquadrar como matéria-prima dos defensivos”, de acordo com nota da Receita Federal em resposta à consulta pública realizada por empresa anônima do setor de defensivos. (RF)

Vinícius Andrade é o novo diretor de pesquisa de produção, aquisição e sustentabilidade de sementes da Syngenta no Brasil. (Syngenta)

BP Bunge Bioenergia conseguiu substituir uso de fertilizantes nitrogenados em 100% da área de plantio de cana (aproximadamente 50 mil hectares), através da aplicação da bactéria Nitrospirillum amazonense. A empresa utiliza bactéria Azospirillum brasilense em 100% da área de soqueira, o que já gerou redução de 50% da necessidade por nitrogênio mineral. Aplicação de vinhaça ocorre em 80% dos 300 mil hectares próprios da empresa. “Os resultados coletados, com a substituição do fertilizante mineral, demonstram incremento de produtividade do canavial na casa de 3 a 10 toneladas/ha, além de aumentar a longevidade por dois anos e reduzir em até 80% a quantidade de cloreto de potássio adquirido no mercado”, disse Rogério Bremm, diretor agrícola da empresa. (BP Bunge Bioenergia)

Fábio Lima será o novo diretor comercial Brasil da Syngenta, após saída de Luciano Torres Daher do cargo em 08/04. (Syngenta)

“A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) é uma importante praga vetora de doenças na cultura do milho. O controle biológico é uma alternativa viável, especialmente em populações resistentes a produtos químicos. Dentro do controle com microrganismos, algumas espécies do gênero Metarhizium se mostram promissoras”, segundo Jonathan Guerrero, pesquisador da Embrapii. (Embrapii)

Mercado de insumos agrícolas esboça retomada em 2024. Previsão é de crescimento, mas com margens ainda pressionadas. Até agora, houve incremento da área de plantio, diminuição dos estoques e aumento do faturamento dos biológicos no período, enquanto que os custos financeiros, a liquidez da cadeia e atrasos nas compras dos agricultores são os principais problemas. (Crosara Consultoria)

BRA Agroquímica, do setor de defensivos agrícolas, está diversificando seu portfólio com ingresso no mercado de sementes. Foco da empresa são as gramíneas tropicais, tais como Brachiaria spp. e Panicum spp. Empresa busca auxiliar os produtores durante a reforma de pastagens. (BRA Agroquímica)

Após as altas históricas de 2022, o preço dos fertilizantes vive um período de estabilidade. Rabobank prevê que as culturas de cana-de-açúcar, café e citrus consumam mais fertilizantes devido à perspectiva de melhores margens. 2024 demandará cautela dos agricultores, mas as perspectivas para essas culturas são de margens positivas. (Adufértil Fertilizantes; Rabobank)

Koppert apresentou projeto de expansão da unidade em Piracicaba, SP, que envolve a construção de novo parque fabril para produção de defensivos biológicos, com investimento de aproximadamente R$ 700 milhões. (Prefeitura de Piracicaba)



América Latina

Renato Guimarães é o novo vice-presidente global da FMC e presidente da FMC América Latina. (FMC Corporation)

Consumo de fertilizantes da Argentina alcançou 4,58 milhões de toneladas em 2023, o que representou queda de 4% ante 2022. Problemas climáticos, principalmente a seca, são parte dos fatores que explicam a diminuição do consumo, além dos preços internacionais e as medidas fiscais do governo. Aproximadamente 65% do total de fertilizantes utilizados na Argentina é importado. (Fertilizar Asociación Civil)

Está começando a faltar fertilizantes fosfatados na Argentina. “Começamos a ver falta de fósforo para algumas empresas e em algumas regiões, principalmente no sul (na região dos Pampas). Isso mostra que os fornecedores não estão comprando, porque aguardam as tendências de demanda. Isso se deve a incerteza no desenvolvimento do mercado local, a aceitação dessas relações insumo/produto por parte do produtor e à tendência internacional de queda”. (IF Ingeniería en Fertilizantes)

Mariana Castanho é a nova diretora comercial para o Brasil e Paraguai na Corteva. (Corteva Agriscience)

Aproximadamente 42% dos fertilizantes importados da Colômbia são oriundos da Rússia, Bielorrusia e Ucrânia. 29% da ureia é importada da Rússia, 20% da Venezuela, 14% de Trinidad e Tobago e 13% da Ucrânia. A agricultura colombiana importa 75% da sua demanda por fertilizantes, em um mercado de 1,5 milhão de toneladas por ano, sendo que as vendas de NPK representam 95%. Segundo Manuel Iván Gómez, pesquisador da Universidade Nacional da Colômbia, embora qualquer país seja capaz de produzir ureia, já que sua fonte é a atmosfera, isso não é feito por questões energéticas e pela falta de tecnologia no processo de industrialização. María Helena Latorre, diretora da Associação Nacional de Empresários da Colômbia, disse que “embora a Colômbia não produza potássio, fósforo ou ureia, o país possui 13 unidades de produção, principalmente em Cartagena e Barranquilla… Nesses centros são formulados produtos para atender à agricultura colombiana e também para exportar para 50 países”. (Grupo Bancolombia)

“De todas as grandes potências agrícolas mundiais, apenas o México está prestes a aprovar a proibição do glifosato”, disse José Escalante de la Hidalga, presidente da União Mexicana de Fabricantes e Formuladores de Pesticidas – UMFFAAC. “Isso é um erro, e vai tornar os produtores agrícolas nacionais menos competitivos: até 40% da produção de cereais e de outras culturas pode ser perdida se não houver esse herbicida”. Segundo nota da UMFFAAC, “a população mexicana não terá ‘saúde melhor’ com a proibição do glifosato. Inclusive, a saúde poderá ser prejudicada porque o custo de produção no campo ficará mais caro e eles [os mexicanos] não terão condições de arcar com o aumento do preço dos alimentos”. (UMFFAAC)



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