Fundada em 1977 e uma das primeiras do setor a ter a\u00e7\u00f5es negociadas em Bolsa de Valores no mundo, a SLC Agr\u00edcola \u00e9 refer\u00eancia no setor e uma das maiores produtoras mundiais de gr\u00e3os e fibras, tendo como foco a soja, o milho e o algod\u00e3o. Ademais do pioneirismo no desenvolvimento da agricultura no Cerrado, o grupo possui uma hist\u00f3ria no agroneg\u00f3cio, o que resultou na maior f\u00e1brica de m\u00e1quinas da Am\u00e9rica Latina, neg\u00f3cio que foi vendido \u00e0 John Deere, em 1999.<\/p>\n

A empresa possui 16 unidades de produ\u00e7\u00e3o em seis estados brasileiros. A diversifica\u00e7\u00e3o geogr\u00e1fica intencional minimiza os potenciais riscos clim\u00e1ticos regionais e a incid\u00eancia de pragas e doen\u00e7as. A \u00e1rea total das unidades conta com 457,5 mil ha, sendo 234.149 ha de soja, 123.721 ha de algod\u00e3o, 88.918 ha de milho e 1.912 ha com demais culturas. A SLC Agr\u00edcola \u00e9 uma das poucas companhias brasileiras que utilizam a estrat\u00e9gia de joint-venture, a qual se baseia em uma associa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica entre duas (ou mais) firmas a fim de reunir seus recursos para a realiza\u00e7\u00e3o de uma tarefa espec\u00edfica. Nesse caso, formam-se alian\u00e7as estrat\u00e9gicas para produ\u00e7\u00e3o de grandes culturas.<\/p>\n

Diretor-presidente da SLC desde 2012, Aur\u00e9lio Pavinato possui gradua\u00e7\u00e3o em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e \u00e9 mestre em Ci\u00eancias do Solo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Pavinato conversou com a AgriBrasilis<\/strong> sobre como \u00e9 fazer parte dos gigantes do agroneg\u00f3cio brasileiro e as atua\u00e7\u00f5es da empresa l\u00edder em commodities.<\/p>\n

AgriBrasilis – Quais s\u00e3o as vantagens e desvantagens de se produzir no Brasil? Quais aspectos poderiam ser aprimorados?<\/strong>
\nAur\u00e9lio Pavinato – <\/strong>O setor agr\u00edcola brasileiro cresceu rapidamente nas \u00faltimas d\u00e9cadas, principalmente via incremento de produtividade, mas tamb\u00e9m via expans\u00e3o e consolida\u00e7\u00e3o de novas fronteiras agr\u00edcolas. O Brasil disp\u00f5e de vastas extens\u00f5es de terras agricult\u00e1veis, com topografia plana, abund\u00e2ncia de chuvas e de sol, e temperaturas est\u00e1veis ao longo do ano na maioria das regi\u00f5es. S\u00e3o condi\u00e7\u00f5es ideais para o desenvolvimento
\nde uma agricultura altamente competitiva.<\/p>\n

O principal aspecto que tem alto potencial de melhoria \u00e9 a infraestrutura. O Pa\u00eds ainda depende fortemente do modal rodovi\u00e1rio, que \u00e9 mais caro e retira competitividade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s outras na\u00e7\u00f5es que investiram em ferrovias e hidrovias. Al\u00e9m disso, pode ser melhor desenvolvida a pol\u00edtica de seguro agr\u00edcola que, nos Estados Unidos por
\nexemplo, garante muito mais estabilidade financeira aos produtores, com distribui\u00e7\u00e3o do risco entre agentes
\nfinanceiros que t\u00eam maior capacidade de absorv\u00ea-lo.<\/p>\n

AgriBrasilis – Como est\u00e3o as \u00e1reas de desenvolvimento de inova\u00e7\u00f5es tecnol\u00f3gicas na sua empresa refletidas na situa\u00e7\u00e3o do Brasil?<\/strong>
\nAur\u00e9lio Pavinato –<\/strong> Podemos dizer que estamos no n\u00edvel mais alto de desenvolvimento em termos de utiliza\u00e7\u00e3o de tecnologia agr\u00edcola em escala. A produtividade de soja no Brasil est\u00e1 no mesmo patamar da atingida nos Estados Unidos, e no caso da SLC Agr\u00edcola, j\u00e1 estamos com vantagem superior a 10% em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 m\u00e9dia na efici\u00eancia, al\u00e9m de termos custos mais baixos por hectare. [Tal condi\u00e7\u00e3o] \u00e9 reflexo dos ganhos de escala, mas, tamb\u00e9m, da moderniza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

H\u00e1 uma nova revolu\u00e7\u00e3o em curso no campo, e estamos liderando a ado\u00e7\u00e3o de tecnologias. Ademais, estamos investindo faz alguns anos em capacita\u00e7\u00e3o da nossa equipe para saberem utilizar da melhor forma todos os novos recursos \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o. Nossa ambi\u00e7\u00e3o de inova\u00e7\u00e3o \u00e9 sermos early adopters de tecnologias que possibilitam ganhos de efici\u00eancia. Para isso, criamos dois programas que refletem os esfor\u00e7os nesse sentido: o AgroExponencial, que faz nossa conex\u00e3o com startups, e o Ideias & Resultados, que promove o intraempreendedorismo.<\/p>\n

O objetivo \u00e9 mapear desafios internos e buscar as solu\u00e7\u00f5es da maneira mais \u00e1gil poss\u00edvel, balizadas pelo princ\u00edpio da
\ninova\u00e7\u00e3o aberta.<\/p>\n

AgriBrasilis – A agricultura brasileira deveria ser recomendada para estrangeiros?<\/strong>
\nAur\u00e9lio Pavinato –\u00a0<\/strong> O agroneg\u00f3cio tem sido o principal motor da economia brasileira nos \u00faltimos anos em fun\u00e7\u00e3o das excelentes condi\u00e7\u00f5es geogr\u00e1ficas e humanas para a produ\u00e7\u00e3o no Pa\u00eds.<\/p>\n

As oportunidades de crescimento ainda s\u00e3o enormes. \u00c9 natural que a \u00e1rea continue atraindo muitos investimentos. Se h\u00e1 um setor para se investir no Brasil, \u00e9 a agricultura.<\/p>\n

AgriBrasilis – Tendo em vista que somos um dos maiores exportadores mundiais de soja, como a SLC Agr\u00edcola tem contribu\u00eddo para isso?<\/strong>
\nAur\u00e9lio Pavinato –<\/strong> A hist\u00f3ria do sucesso da soja no Brasil se confunde com a do desenvolvimento do Cerrado e com a da nossa empresa. A SLC Agr\u00edcola foi uma das pioneiras no desenvolvimento dessa fronteira agr\u00edcola. Nossa forma de operar \u00e9 um benchmark mundial em cultivo de escala. O modelo de neg\u00f3cio \u00e9 baseado em um sistema de produ\u00e7\u00e3o moderno, com padroniza\u00e7\u00e3o das unidades de produ\u00e7\u00e3o, tecnologia de ponta, controle rigoroso dos custos e responsabilidade socioambiental.<\/p>\n

Acreditamos que fazer mais com menos \u00e9 o verdadeiro caminho para a sustentabilidade, e divulgamos nossas pr\u00e1ticas, contribuindo para a melhoria da agricultura no Pa\u00eds.<\/p>\n

Os principais entraves para competitividade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 soja s\u00e3o a log\u00edstica, que n\u00e3o acompanhou o desenvolvimento do setor, e tamb\u00e9m as pol\u00edticas de prote\u00e7\u00e3o de renda, em especial o seguro agr\u00edcola, que poderia
\nser muito mais amplo.<\/p>\n

AgriBrasilis – Poderia explicar mais aos leitores sobre o modelo de neg\u00f3cio diferenciado da SLC Agr\u00edcola?<\/strong>
\nAur\u00e9lio Pavinato –<\/strong> No que tange \u00e0 propriedade de terras, a empresa vem migrando para um modelo que
\nchamamos de asset light. De tal maneira que 50% da \u00e1rea plantada atualmente \u00e9 oriunda de contratos de arrendamento ou de joint-ventures. As joint-ventures foram uma alternativa para o crescimento de \u00e1rea plantada
\nsem a necessidade de adquirir a terra. Portanto, \u00e9 similar aos arrendamentos.<\/p>\n

Temos duas uni\u00f5es estrat\u00e9gicas, uma com o Grupo Roncador, que \u00e9 propriet\u00e1rio de uma das maiores fazendas do Pa\u00eds, no estado do Mato Grosso, e outra com a multinacional japonesa Mitsui, que tamb\u00e9m possui diversas terras, principalmente no estado da Bahia. Nessas joint-ventures, a gest\u00e3o da opera\u00e7\u00e3o \u00e9 feita pela SLC, e os lucros, assim como os investimentos necess\u00e1rios, s\u00e3o divididos entre a nossa empresa e os parceiros (Roncador e Mitsui). A SLC recebe uma taxa de administra\u00e7\u00e3o, com isso, \u00e9 uma forma de monetizarmos nossa expertise no setor.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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