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![\"Prof.](\"https:\/\/agribrasilis.com\/wp-content\/uploads\/2021\/10\/rouv.jpg\")
Rouverson Pereira da Silva<\/strong>, professor doutor pela Unesp de Jaboticabal<\/p><\/div>\n A agricultura passa por uma revolu\u00e7\u00e3o decorrente da disponibiliza\u00e7\u00e3o de tecnologias industriais adaptativas e integrativas, rapidamente incorporadas no meio rural. A ado\u00e7\u00e3o destas novas ferramentas aponta para o surgimento de uma nova agricultura: Agricultura Digital ou 4.0.<\/p>\n A Agricultura 4.0 associa processos agr\u00edcolas \u00e0s Tecnologias de Informa\u00e7\u00e3o e Comunica\u00e7\u00e3o, Ci\u00eancia de Dados e Engenharia de Controle e Automa\u00e7\u00e3o, utilizando o sensoriamento remoto (proximal ou orbital) que, aliados ao uso de intelig\u00eancia artificial por algoritmos cognitivos de Machine (deep) Learning, Internet das Coisas (IoT) e conectividade, gera milhares de bytes de informa\u00e7\u00e3o (Big Data), \u00fateis ao gerenciamento de sistemas de produ\u00e7\u00e3o sustent\u00e1vel de alimentos, energia e fibras naturais.<\/p>\n Volume, velocidade e variedade s\u00e3o bases de Agricultural Big Data. N\u00e3o h\u00e1 restri\u00e7\u00e3o \u00e0 complexidade. Se o suporte \u00e0 decis\u00e3o \u00e9 funcional e maximizador de custo-benef\u00edcio, ent\u00e3o \u00e9 v\u00e1lido.<\/p>\n O mapeamento, monitoramento das atividades agr\u00edcolas e o estudo dos solos, tudo deve ser realizado de maneira integrada e, se poss\u00edvel, em tempo real, permitindo o gerenciamento r\u00e1pido e eficaz por meio da Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n S\u00e3o diversas alternativas no contexto da Agricultura de Precis\u00e3o (AP), que compreende um conjunto de ferramentas e tecnologias aplicadas para o gerenciamento agr\u00edcola baseado na variabilidade espacial e temporal, visando retorno econ\u00f4mico e redu\u00e7\u00e3o do impacto ao ambiente.<\/p>\n \u00c9 comum encontrar nas propriedades rurais brasileiras a utiliza\u00e7\u00e3o da Semeadura Mecanizada de Precis\u00e3o (SMP), na qual sensores e mecanismos s\u00e3o utilizados em conjunto para inserir a semente no sulco na profundidade desejada e com \u00f3timo contato entre solo e semente. Um dos mecanismos dispon\u00edveis para esta finalidade \u00e9 o de for\u00e7a descendente (Downforce): consiste na aplica\u00e7\u00e3o de cargas verticais na unidade de semeadura para manuten\u00e7\u00e3o da homogeneidade na deposi\u00e7\u00e3o das sementes, por meio do controle de profundidade, autom\u00e1tico ou n\u00e3o. O modo manual exige que a for\u00e7a descendente e de eleva\u00e7\u00e3o sejam definidas pelo operador, enquanto no modo autom\u00e1tico o ajuste da quantidade de for\u00e7a de eleva\u00e7\u00e3o \u00e9 realizado de acordo com as necessidades de for\u00e7a descendente de cada linha.<\/p>\n Exemplo de Mapa de Variabilidade<\/p><\/div>\n Sobre aplica\u00e7\u00e3o de defensivos, as novas tecnologias tiveram um grande impulso a partir da evolu\u00e7\u00e3o das aplica\u00e7\u00f5es \u00e0 taxa vari\u00e1vel, o uso de drones pulverizadores, sensores \u00f3pticos, sistemas para aeronaves com aplica\u00e7\u00f5es \u00e0 taxa vari\u00e1vel, pulverizadores equipados com sistema de telemetria e de posicionamento mais precisos, al\u00e9m de sistemas de monitoramento remoto com smartphones.<\/p>\n Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 colheita mecanizada, a tecnologia dispon\u00edvel nas colhedoras encontra grandes avan\u00e7os, principalmente para culturas como soja e algod\u00e3o: exemplos s\u00e3o o uso de monitores de produtividade e de umidade; intelig\u00eancia artificial para identificar problemas na colheita (perdas de gr\u00e3os, danos aos gr\u00e3os e presen\u00e7a de impurezas, dentre outros) permitindo, al\u00e9m da visualiza\u00e7\u00e3o da produtividade e umidade da cultura em tempo real durante a colheita, o controle de outras fun\u00e7\u00f5es essenciais da m\u00e1quina.<\/p>\n As tecnologias tamb\u00e9m apresentam elevado potencial para gest\u00e3o da opera\u00e7\u00e3o de colheita e, consequentemente, na obten\u00e7\u00e3o de melhores indicadores de retorno econ\u00f4mico ao produtor.<\/p>\n Atualmente, tratores agr\u00edcolas apresentam alto \u00edndice tecnol\u00f3gico, com diversos sensores que possibilitam o monitoramento das opera\u00e7\u00f5es agr\u00edcolas e o aumento da disponibilidade mec\u00e2nica.<\/p>\n Outras t\u00e9cnicas t\u00eam grande potencial de aplica\u00e7\u00e3o na agricultura brasileira: o monitoramento das condi\u00e7\u00f5es do solo; sensoriamento das plantas, visando ao manejo Por envolver conhecimentos de diversas \u00e1reas, a Agricultura Digital necessita da intera\u00e7\u00e3o de diversos profissionais, de variadas expertises, para desenvolver novas tecnologias para an\u00e1lises de dados, capazes de fornecer informa\u00e7\u00f5es que permitam ao produtor um gerenciamento eficaz da propriedade.<\/p>\n Uma das quest\u00f5es centrais da Agricultura Digital \u00e9 permitir que v\u00e1rios tipos de dados, obtidos de forma cont\u00ednua por meio de sensores (alocados nas plantas, no solo, nas m\u00e1quinas e Grande parte dos produtores rurais t\u00eam telefones celulares, o que permite sua inser\u00e7\u00e3o na Agricultura 4.0. Uma pesquisa realizada pelo SEBRAE em 2017 apontou que 96% dos produtores rurais utilizam telefones celulares e que 71% dos microempres\u00e1rios rurais e 85% dos propriet\u00e1rios de empresas de pequeno porte no campo usam smartphones para acessar a internet. Quando o assunto \u00e9 gest\u00e3o, apenas 25% dos produtores gerenciam seus neg\u00f3cios por meio de ferramentas digitais espec\u00edficas. Entretanto, 64% dos entrevistados utilizariam esses recursos para gerenciar suas empresas, desde que houvesse disponibilidade.<\/p>\n No Brasil, um dos maiores entraves existentes para o completo desenvolvimento da Agricultura Digital \u00e9 a falta de boa conectividade no campo, dificultando o avan\u00e7o tecnol\u00f3gico deste setor.<\/p>\n Mesmo em regi\u00f5es com bom desenvolvimento tecnol\u00f3gico, ainda \u00e9 comum a exist\u00eancia de grandes extens\u00f5es de \u00e1reas com aus\u00eancia de sinal. Diversas regi\u00f5es do pa\u00eds ainda apresentam somente a conex\u00e3o 3G, enquanto outras n\u00e3o disp\u00f5em nem desse tipo. De acordo com uma estimativa divulgada conjuntamente pelos Minist\u00e9rios da Agricultura, Pecu\u00e1ria e Abastecimento (MAPA) e das Comunica\u00e7\u00f5es (MC), apenas 23% da \u00e1rea rural brasileira encontra-se coberta com sinal de internet m\u00f3vel, dificultando a valora\u00e7\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola brasileira. Estudo divulgado pelo MAPA e MC, aponta um impacto positivo de mais de R$ 47 bilh\u00f5es, no caso de amplia\u00e7\u00e3o da cobertura das \u00e1reas rurais de 23% para 48%, e mais de R$ 100 bilh\u00f5es, se aumentasse para 90%.<\/p>\n Operadoras de telefonia n\u00e3o demonstram interesse em ampliar a cobertura nas \u00e1reas rurais. Solu\u00e7\u00f5es para que o produtor rural possa usar da tecnologia em rede devem partir da a\u00e7\u00e3o conjunta de empresas ligadas ao setor agr\u00edcola e das empresas de telefonia, de modo a tornar o neg\u00f3cio mais atrativo para estas \u00faltimas, e permitir o desenvolvimento de plataformas integradas de comunica\u00e7\u00e3o m\u00f3vel em banda larga e sensoriamento, viabilizando a ado\u00e7\u00e3o da Agricultura Digital, independentemente da posi\u00e7\u00e3o geogr\u00e1fica e de estrutura das empresas e fazendas.<\/p>\n O futuro j\u00e1 chegou atrav\u00e9s da agricultura realizada com alta tecnologia e gest\u00e3o inteligente das propriedades rurais. Quanto mais sensores e mais intelig\u00eancia artificial forem aplicados \u00e0 gest\u00e3o agr\u00edcola, maior a produtividade e menores os custos de produ\u00e7\u00e3o. Aos produtores s\u00f3 resta se inserirem neste contexto, ou ent\u00e3o ser\u00e3o profissionais ultrapassados.<\/p>\n As novas tecnologias ir\u00e3o revolucionar o campo. Em breve passaremos da Agricultura 4.0 para a Agricultura 5.0. Nesta agricultura do futuro, que dever\u00e1 ocorrer ainda na metade deste s\u00e9culo, vamos incorporar fortemente a automa\u00e7\u00e3o e a robotiza\u00e7\u00e3o, com o uso de m\u00e1quinas aut\u00f4nomas (tratores e pulverizadores) e de rob\u00f4s agr\u00edcolas, principalmente para a colheita de culturas especiais, nas quais a colheita seletiva \u00e9 uma necessidade.<\/p>\n <\/p>\n LEIA MAIS:<\/p>\n “… em breve passaremos da Agricultura 4.0 para a Agricultura 5.0. Nesta agricultura do futuro, que dever\u00e1 ocorrer ainda na metade deste s\u00e9culo, vamos incorporar…<\/p>\n","protected":false},"author":4,"featured_media":6376,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_acf_changed":false,"footnotes":""},"categories":[29],"tags":[33],"acf":[],"yoast_head":"\n![\"MAP\"](\"https:\/\/agribrasilis.com\/wp-content\/uploads\/2021\/10\/map.jpg\")
\nde pragas e doen\u00e7as, defini\u00e7\u00e3o do momento ideal para a colheita, e irriga\u00e7\u00e3o inteligente, com a aplica\u00e7\u00e3o de l\u00e2minas na quantidade e momento certos, realizando assim uma irriga\u00e7\u00e3o de precis\u00e3o.<\/p>\n
\nimplementos agr\u00edcolas, ou em plataformas orbitais) possam ser combinados com dados clim\u00e1ticos e de produ\u00e7\u00e3o, armazenados de forma conjunta em centrais de processamentos de dados. Por meio da telemetria e da conectividade entre plataformas, esses dados podem ser analisados e convertidos em informa\u00e7\u00e3o, permitindo a tomada de decis\u00e3o r\u00e1pida e correta.<\/p>\nLuva detecta res\u00edduos de agrot\u00f3xicos em alimentos<\/a><\/h1>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"