Guilherme Nolasco<\/strong>, presidente executivo UNEM<\/p><\/div>\n
\nAgriBrasilis – A produ\u00e7\u00e3o de etanol de milho vai superar a de cana?<\/strong><\/p>\nGuilherme Nolasco –<\/strong> A produ\u00e7\u00e3o de etanol de milho e de cana se tornaram complementares. Em pouco mais de seis anos, a produ\u00e7\u00e3o de biocombust\u00edveis oriundos do milho e de cereais alcan\u00e7ou 7,7 bilh\u00f5es de litros (estimativa para safra 2024\/25) e dever\u00e1 superar 20% do total produzido no pa\u00eds (milho e cana).<\/p>\nA crescente participa\u00e7\u00e3o, por\u00e9m, n\u00e3o representa uma substitui\u00e7\u00e3o da mat\u00e9ria-prima utilizada, mas a amplia\u00e7\u00e3o do parque industrial de biocombust\u00edveis a partir de cereais, pautado na oportunidade de industrializa\u00e7\u00e3o dos excedentes export\u00e1veis e numa oferta linear de combust\u00edveis ao mercado, e mitigando os efeitos da entressafra de cana de a\u00e7\u00facar.<\/p>\n
\n\u201cA crescente participa\u00e7\u00e3o, por\u00e9m, n\u00e3o representa uma substitui\u00e7\u00e3o da mat\u00e9ria-prima utilizada, mas a amplia\u00e7\u00e3o do parque industrial de biocombust\u00edveis a partir de cereais\u201d<\/em><\/strong><\/span><\/h4>\n<\/blockquote>\nAgriBrasilis – Como tem evolu\u00eddo a oferta de etanol de milho? \u00c9 poss\u00edvel que o Brasil se torne exportador?<\/strong><\/p>\nGuilherme Nolasco –<\/strong> O crescimento da oferta de etanol de milho acompanha as tend\u00eancias de mercado, que busca por matrizes energ\u00e9ticas mais limpas, como \u00e9 o caso do bioetanol.<\/p>\nCom a aprova\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas p\u00fablicas para fomentar a transi\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica da mobilidade, como o aumento do percentual de bioetanol na gasolina e o est\u00edmulo\u00a0 \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos que utilizem fontes renov\u00e1veis de combust\u00edveis, o crescimento da produ\u00e7\u00e3o dever\u00e1, neste primeiro momento, atender o mercado nacional. As exporta\u00e7\u00f5es dever\u00e3o ser foco de outros produtos desta cadeia produtiva, como \u00e9 o caso do DDG\/DDGS, que come\u00e7a a ganhar clientes internacionais.<\/p>\n
Nota: DDG – Distiller’s Dried Grains: res\u00edduo s\u00f3lido que sobra ap\u00f3s a retirada do etanol do l\u00edquido da fermenta\u00e7\u00e3o; DDGS – Distiller’s Dried Grains with Solubles: inclui os res\u00edduos sol\u00faveis da fermenta\u00e7\u00e3o, secos juntos com o DDG.<\/em><\/p>\nAgriBrasilis – Por que o biocombust\u00edvel de milho tem crescido mais do que o de cana?<\/strong><\/p>\nGuilherme Nolasco –<\/strong> O crescimento \u00e9 pautado pela maior oferta de cereais, sobretudo gr\u00e3os, que at\u00e9 ent\u00e3o eram exportados sem nenhuma agrega\u00e7\u00e3o de valor.<\/p>\nAgriBrasilis – Quando \u00e9 vantajoso produzir milho para etanol?<\/strong><\/p>\nGuilherme Nolasco –<\/strong> O milho utilizado na produ\u00e7\u00e3o de bioetanol vem da segunda safra de gr\u00e3os produzida no Centro-Oeste brasileiro, sendo uma integra\u00e7\u00e3o de cultura com a soja, e n\u00e3o \u00e9 produzido exclusivamente para o etanol.<\/p>\nA ind\u00fastria do etanol de milho se consolidou nas \u00e1reas de grande produ\u00e7\u00e3o de gr\u00e3os, que tem o milho como coadjuvante desta produ\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
AgriBrasilis – Quais s\u00e3o os coprodutos da produ\u00e7\u00e3o de etanol de milho?<\/strong><\/p>\nGuilherme Nolasco –<\/strong> As biorrefinarias possuem uma diversificada cesta de produtos. Al\u00e9m do bioetanol, tamb\u00e9m existe o DDG\/DDGS, utilizado para nutri\u00e7\u00e3o animal, o \u00f3leo de milho, que \u00e9 utilizado como mat\u00e9ria-prima para diversas aplica\u00e7\u00f5es. Al\u00e9m disso, toda energia el\u00e9trica utilizada pelas biorrefinarias vem da biomassa e o excedente \u00e9 disponibilizado no sistema nacional de energia el\u00e9trica.<\/p>\nAgriBrasilis – Quais s\u00e3o as diferen\u00e7as dessa cadeia de produ\u00e7\u00e3o ante a cadeia do etanol de cana? Compensa mais produzir etanol de milho?<\/strong><\/p>\nGuilherme Nolasco –<\/strong> As ind\u00fastrias s\u00e3o complementares, tanto \u00e9 que as principais ind\u00fastria de etanol de cana tamb\u00e9m est\u00e1 produzindo a partir do milho, as chamadas \u201cusinas flex\u201d. A principal diferen\u00e7a est\u00e1 na possibilidade de armazenamento do\u00a0 milho, sendo poss\u00edvel produzir etanol ao longo de todo o ano, utilizando a capacidade total. O produto final \u00e9 o mesmo, o que muda \u00e9 o ciclo de vida e processo.<\/p>\nAgriBrasilis – At\u00e9 quando o etanol de cana ser\u00e1 refer\u00eancia para precifica\u00e7\u00e3o? Por qu\u00ea?<\/strong><\/p>\nGuilherme Nolasco –<\/strong> O etanol de cana continuar\u00e1 como protagonista do mercado por toda sua hist\u00f3ria, volume e participa\u00e7\u00e3o. O Programa Nacional do \u00c1lcool \u2013 Pro\u00e1lcool \u00e9 exemplo disso. A produ\u00e7\u00e3o de etanol de milho e cerais \u00e9 complementar \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de etanol de cana-de-a\u00e7\u00facar.<\/p>\n <\/p>\n
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