Rubens Barbosa,<\/strong>\u00a0presidente-executivo da Abitrigo<\/p><\/div>\n
\nAgriBrasilis \u2013 De quanto s\u00e3o as perdas no setor trit\u00edcola causadas pelas enchentes no RS?<\/strong><\/p>\nRubens Barbosa – <\/strong>As perdas at\u00e9 agora se concentram na ind\u00fastria, ou seja, nos moinhos que foram afetados pelas enchentes com a perda de estoques, destrui\u00e7\u00e3o de m\u00e1quinas, equipamentos e silos.<\/p>\n\u00c9 certo que ocorrer\u00e3o perdas na safra de trigo 2024\/25, pois o per\u00edodo de plantio est\u00e1 se esgotando e o solo, mesmo em \u00e1reas n\u00e3o alagadas, est\u00e1 muito \u00famido, prejudicando a semeadura. Isso se soma com as dificuldades pr\u00e9-enchentes de falta de sementes pelos problemas na safra anterior (tamb\u00e9m de chuvas). N\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel neste momento prever o tamanho do impacto sobre a safra.<\/p>\n
\n“\u00c9 certo que ocorrer\u00e3o perdas na safra de trigo 2024\/25, pois o per\u00edodo de plantio est\u00e1 se esgotando e o solo, mesmo em \u00e1reas n\u00e3o alagadas, est\u00e1 muito \u00famido, prejudicando a semeadura”<\/strong><\/em><\/span><\/h4>\n<\/blockquote>\nAgriBrasilis – Qual \u00e9 a propor\u00e7\u00e3o dos moinhos afetados?<\/strong><\/p>\nRubens Barbosa – <\/strong>Dos moinhos no RS, apenas 4 s\u00e3o membro da Abitrigo. A grande maioria dos moinhos ga\u00fachos que n\u00e3o foram alagados sofreram impacto indireto pelas interrup\u00e7\u00f5es das estradas, dificultando a entrega dos produtos e recep\u00e7\u00e3o de trigo.<\/p>\nAgriBrasilis – As enchentes v\u00e3o atrasar o plantio da cultura?<\/strong><\/p>\nRubens Barbosa – <\/strong>A semeadura do trigo no RS come\u00e7a no fim de maio\/in\u00edcio de junho. Em algumas regi\u00f5es, dependendo das condi\u00e7\u00f5es do solo (umidade), pode haver algum atraso.<\/p>\nAgriBrasilis – Como devem ser afetados os pre\u00e7os?<\/strong><\/p>\nRubens Barbosa – <\/strong>Os pre\u00e7os internos no Brasil acompanham a cota\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os internacionais. As condi\u00e7\u00f5es internas na R\u00fassia e na Argentina t\u00eam influ\u00eancia na defini\u00e7\u00e3o desse pre\u00e7o, por serem dois pa\u00edses fortes na produ\u00e7\u00e3o e exporta\u00e7\u00e3o do gr\u00e3o.<\/p>\nIndependente das enchentes, o pre\u00e7o do trigo argentino subiu 32% em d\u00f3lares nos \u00faltimos 60 dias e a moeda americana subiu 2,4% neste mesmo per\u00edodo, por conjuntura do mercado internacional. Isto significa que o pre\u00e7o do trigo importado, que afeta diretamente os pre\u00e7os da farinha no Brasil, subiu 32,8%.<\/p>\n
As enchentes s\u00e3o apenas mais um fator de agravo e o aumento ainda n\u00e3o foi contabilizado pela ind\u00fastria. O efeito dos pre\u00e7os mundiais ser\u00e1 a influ\u00eancia dominante sobre os pre\u00e7os dos produtos.<\/p>\n
AgriBrasilis – Ser\u00e1 necess\u00e1rio aumentar as importa\u00e7\u00f5es de trigo? Por qu\u00ea?<\/strong><\/p>\nRubens Barbosa – <\/strong>A importa\u00e7\u00e3o de trigo pelo Brasil deve manter o n\u00edvel dos \u00faltimos anos, algo em torno de seis milh\u00f5es de toneladas.<\/p>\nOcorre que a origem do trigo importado dever\u00e1 sofrer altera\u00e7\u00f5es em 2024, pelo aumento substancial dos pre\u00e7os na Argentina, redu\u00e7\u00e3o de disponibilidade e qualidade do trigo oriundo daquele pa\u00eds.<\/p>\n
O abastecimento brasileiro depender\u00e1 do aumento das importa\u00e7\u00f5es da R\u00fassia, EUA e Canad\u00e1, que possuem barreiras tarif\u00e1rias que, se n\u00e3o adequadas ao momento, produzir\u00e3o incrementos aos pre\u00e7os do trigo.<\/p>\n
AgriBrasilis – O que pode ser feito para reduzir os impactos nas lavouras?<\/strong><\/p>\nRubens Barbosa – <\/strong>As lavouras de trigo at\u00e9 agora n\u00e3o foram afetadas porque n\u00e3o come\u00e7ou a semeadura. Problemas com transporte e log\u00edstica ter\u00e3o de ser levados em conta.<\/p>\nAgriBrasilis – Quais s\u00e3o as perspectivas para a pr\u00f3xima safra brasileira?<\/strong><\/p>\nRubens Barbosa – <\/strong>Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, a pr\u00f3xima safra dever\u00e1 manter o n\u00edvel de 9 milh\u00f5es de toneladas. Esse montante pode ser reduzido dependendo do resultado da produ\u00e7\u00e3o no RS.<\/p>\n <\/p>\n
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