\u201cTemos que levar ao campo a infraestrutura de internet, a energia trif\u00e1sica e outras quest\u00f5es estruturantes, al\u00e9m de cuidar da sanidade\u201d<\/p>\n
Valdir Colatto<\/strong> \u00e9 o atual secret\u00e1rio da agricultura<\/a>, da pesca e de desenvolvimento rural de Santa Catarina<\/strong>. Colatto <\/strong>\u00e9 agricultor, t\u00e9cnico agropecu\u00e1rio e engenheiro agr\u00f4nomo pela Universidade Federal de Pelotas. Foi deputado federal por SC, diretor do Incra\/SC, superintendente da OCB, e diretor geral do Servi\u00e7o Florestal Brasileiro.<\/p>\n Valdir Colatto<\/strong>, secret\u00e1rio da agricultura de Santa Catarina<\/p><\/div>\n AgriBrasilis – Quais os principais desafios da agropecu\u00e1ria catarinense? <\/strong><\/p>\n Valdir Colatto \u2013<\/strong> Existem dois cen\u00e1rios: a agricultura nacional, pautada pelas commodities, e a nossa agricultura, do pequeno agricultor, que \u00e9 o modelo de Santa Catarina. Queremos preservar o modelo catarinense, e por isso temos que manter o jovem no campo. Para tanto, \u00e9 necess\u00e1rio garantir a renda do produtor. Se n\u00e3o garantirmos a renda, o produtor n\u00e3o mant\u00e9m seus filhos no campo, nem mant\u00e9m a sua propriedade.<\/p>\n Devemos levar ao campo as condi\u00e7\u00f5es que n\u00f3s temos na \u00e1rea urbana. \u00c9 necess\u00e1rio trabalhar na quest\u00e3o estruturante, ou seja, a quest\u00e3o fundi\u00e1ria. Precisamos resolver os problemas das escrituras, da documenta\u00e7\u00e3o dos agricultores. Hoje, mais de 100 mil fam\u00edlias n\u00e3o possuem escritura, e acabam exclu\u00eddas dos programas sociais e de cr\u00e9dito.<\/p>\n Al\u00e9m disso, existe a quest\u00e3o da regulariza\u00e7\u00e3o ambiental. Hoje se fala muito em desenvolvimento sustent\u00e1vel. Precisamos fazer com que nosso agricultor preserve sua atividade econ\u00f4mica, mas que essa atividade seja sustent\u00e1vel. \u00c9 isso que o mercado quer. N\u00f3s precisamos preservar o meio ambiente.<\/p>\n Temos que levar ao campo a infraestrutura de internet, a energia trif\u00e1sica e outras quest\u00f5es estruturantes, al\u00e9m de cuidar da sanidade, quest\u00e3o na qual Santa Catarina \u00e9 um estado com status de excel\u00eancia, o qual n\u00f3s precisamos manter.<\/p>\n AgriBrasilis – Quais os trabalhos para evitar a entrada da gripe avi\u00e1ria no estado?<\/strong><\/p>\n Valdir Colatto \u2013<\/strong> Existem aproximadamente 1.050 profissionais na Companhia Integrada de Desenvolvimento Agr\u00edcola de Santa Catarina – Cidasc, com 58 postos fixos, que operam 24h por dia, sete dias por semana, para garantir a sanidade dos nossos plant\u00e9is. Al\u00e9m disso, o Comit\u00ea Estadual de Sanidade Av\u00edcola tem se reunido quinzenalmente para apresentar as a\u00e7\u00f5es que devem ser realizadas, conforme orienta\u00e7\u00f5es das equipes t\u00e9cnicas.<\/p>\n A Secretaria de Agricultura, a Cidasc, a Empresa de Pesquisa Agropecu\u00e1ria e Extens\u00e3o Rural de Santa Catarina \u2013 Epagri, a Defesa Civil, e os demais \u00f3rg\u00e3os p\u00fablicos e entidades produtivas, todos est\u00e3o mobilizados, em um esfor\u00e7o constante e conjunto, conscientes da import\u00e2ncia dessa quest\u00e3o.<\/p>\n O Governo de SC assume a responsabilidade de buscar a preven\u00e7\u00e3o da entrada dessa doen\u00e7a avi\u00e1ria no estado. Nos \u00faltimos meses, executamos medidas como a proibi\u00e7\u00e3o de competi\u00e7\u00f5es do setor agropecu\u00e1rio com a presen\u00e7a de aves em feiras, a proibi\u00e7\u00e3o de visitas em granjas, a obrigatoriedade de quarentena para qualquer pessoa que trabalha no local e que tenha viajado para algum pa\u00eds com registro da doen\u00e7a.<\/p>\n AgriBrasilis – A Secretaria de Agricultura alterou as regras do Programa Fundo de Terras. Como isso deve influenciar a aquisi\u00e7\u00e3o de im\u00f3veis rurais? <\/strong><\/p>\n Valdir Colatto –<\/strong> O objetivo da Secretaria \u00e9 facilitar a aquisi\u00e7\u00e3o de im\u00f3veis rurais. Produtores rurais poder\u00e3o acessar financiamentos de at\u00e9 R$ 175 mil para compra de terras e at\u00e9 R$ 30 mil para aplica\u00e7\u00e3o em infraestrutura. A previs\u00e3o para 2023 \u00e9 de atendermos 300 produtores rurais, possibilitando R$ 52 milh\u00f5es em financiamentos.<\/p>\n Tamb\u00e9m aumentamos os limites de renda do patrim\u00f4nio dos benefici\u00e1rios. O trabalhador rural dever\u00e1 apresentar renda anual bruta familiar, origin\u00e1ria de qualquer meio ou natureza, no valor de at\u00e9 R$ 80 mil e patrim\u00f4nio de at\u00e9 R$ 500 mil.<\/p>\n Com essas novas regras para o Fundo de Terras, os benefici\u00e1rios podem contratar financiamentos com 20 anos de prazo para pagamento, sendo dois anos de car\u00eancia, com corre\u00e7\u00e3o de 2,5% ao ano. Os agricultores ter\u00e3o a escritura das terras, poder\u00e3o trabalhar e produzir com seguran\u00e7a. Queremos garantir mais uma pol\u00edtica de acesso \u00e0s terras. Afinal, se o agricultor n\u00e3o planta, a cidade n\u00e3o almo\u00e7a e n\u00e3o janta.<\/p>\n AgriBrasilis – Quais os objetivos e etapas do Plano Agricultura de Baixa Emiss\u00e3o de Carbono?<\/strong><\/p>\n Valdir Colatto –<\/strong> A inten\u00e7\u00e3o do ABC + SC \u00e9 gerar um potencial de mitiga\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es de gases de efeito estufa (GEE) de 86,78 milh\u00f5es de toneladas de carbono, o que equivale a um investimento de US$ 4 bilh\u00f5es at\u00e9 2030. Queremos consolidar o agroneg\u00f3cio catarinense no cen\u00e1rio mundial, assumindo o compromisso volunt\u00e1rio de redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es de GEE, al\u00e9m da mitiga\u00e7\u00e3o e adapta\u00e7\u00e3o \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas para a pr\u00f3xima d\u00e9cada.<\/p>\n Criamos um plano, que respeita as peculiaridades e a realidade de SC, para tornar nossa agropecu\u00e1ria ainda mais sustent\u00e1vel. Vamos demonstrar o protagonismo do produtor rural catarinense, que alia produ\u00e7\u00e3o de alimentos e preserva\u00e7\u00e3o ambiental. Somos refer\u00eancia internacional em sanidade animal e vegetal, e agora vamos buscar um novo diferencial competitivo: a produ\u00e7\u00e3o sustent\u00e1vel.<\/p>\n O Plano ABC + SC tem como eixos orientadores o enfrentamento dos impactos adversos das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, o aumento da resili\u00eancia no meio rural, e a sustentabilidade do setor agropecu\u00e1rio. A Secretaria da Agricultura, junto a outros \u00f3rg\u00e3os do Governo do Estado e da iniciativa privada, ir\u00e1 planejar e organizar a\u00e7\u00f5es para a ado\u00e7\u00e3o de tecnologias de produ\u00e7\u00e3o sustent\u00e1vel, respondendo aos compromissos de redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00e3o de gases de efeito estufa no setor agropecu\u00e1rio.<\/p>\n AgriBrasilis – O senhor anunciou que mais de 500 fam\u00edlias de agricultores em Santa Catarina podem ser afetadas se houver demarca\u00e7\u00e3o de terras ind\u00edgenas no estado. Por qu\u00ea? Qual situa\u00e7\u00e3o dessas demarca\u00e7\u00f5es?<\/strong><\/p>\n Valdir Colatto –<\/strong> O atual entendimento do Supremo Tribunal Federal \u00e9 considerar terras ind\u00edgenas aquelas que estavam ocupadas na ocasi\u00e3o da promulga\u00e7\u00e3o da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, em 1988. Se o julgamento do Recurso Extraordin\u00e1rio 1.017.365\/SC, que ainda est\u00e1 em andamento, mudar essa interpreta\u00e7\u00e3o, poder\u00e1 haver uma repercuss\u00e3o em Santa Catarina, com a demarca\u00e7\u00e3o de 10 \u00e1reas no estado – o equivalente a 58,6 mil hectares.<\/p>\n <\/p>\n LEIA MAIS:<\/p>\n \u201cTemos que levar ao campo a infraestrutura de internet, a energia trif\u00e1sica e outras quest\u00f5es estruturantes, al\u00e9m de cuidar da sanidade\u201d Valdir Colatto \u00e9 o…<\/p>\n","protected":false},"author":4,"featured_media":17916,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_acf_changed":false,"footnotes":""},"categories":[30,46],"tags":[],"acf":[],"yoast_head":"\n
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