–<\/strong> As evid\u00eancias cient\u00edficas avaliadas pela Comiss\u00e3o T\u00e9cnica Nacional de Biosseguran\u00e7a \u2013 CTNBio indicam que o cultivo \u00e9 seguro.<\/p>\nEssa autoriza\u00e7\u00e3o representa a possibilidade de avaliar cultivares com o gene HaHB4, do girassol, inserido em cultivares de trigo brasileiras, quanto ao incremento de toler\u00e2ncia ao estresse h\u00eddrico em diferentes locais, al\u00e9m das \u00e1reas sobre condi\u00e7\u00f5es experimentais controladas autorizadas para desenvolver projetos e atividades com organismos geneticamente modificados.<\/p>\n
A Embrapa planeja concluir o processo de introgress\u00e3o (transfer\u00eancia ou introdu\u00e7\u00e3o permanente de genes de uma esp\u00e9cie para outra) do gene HaHB4 do girassol em cultivares espec\u00edficas de trigo BRS, da Embrapa, via retrocruzamento e autofecunda\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
A Embrapa planeja comparar os resultados de produ\u00e7\u00e3o de cultivares de trigo geneticamente modificada com as cultivares testemunhas, sem o gene HaHB4, cultivadas sob condi\u00e7\u00f5es de estresse h\u00eddrico, em cultivo de sequeiro, no ambiente tropical do Brasil.<\/p>\n
AgriBrasilis – Qual a participa\u00e7\u00e3o do trigo na safra e safrinha atualmente? Qual seu desempenho no Cerrado? <\/strong><\/p>\nJorge Lemainski<\/strong> –<\/strong> Os dados estat\u00edsticos oficiais utilizam a 1\u00aa, 2\u00aa e 3\u00aa safra, n\u00e3o distinguindo produ\u00e7\u00e3o da safra e safrinha. Entretanto, estima-se que no ambiente do Cerrado, 75% a 80% do cultivo de trigo acontece em sistema de sequeiro, enquanto 20% a 25% acontece em sistema irrigado.<\/p>\nQuanto ao desempenho, no sistema irrigado foram obtidos 9.630 kg\/ha com a cultivar BRS 264 em Cristalina, GO, na safra de 2021. No sistema de sequeiro, foram obtidos 5.160 kg\/ha do trigo BRS 404, em Sacramento, MG, na safra de 2019. Normalmente, sob as condi\u00e7\u00f5es de sequeiro, s\u00e3o esperados 2.500 kg\/ha, a depender do manejo e das condi\u00e7\u00f5es agroclim\u00e1ticas.<\/p>\n
A \u00e1rea de cultivo e de produ\u00e7\u00e3o de trigo esteve em expans\u00e3o durante os \u00faltimos quatro anos na Regi\u00e3o Sul e no Brasil Central. Em 2019, foram cultivados 2,1 milh\u00f5es de hectares e colhidos 5,2 milh\u00f5es de toneladas; em 2022 foram cultivados 3,1 milh\u00f5es de hectares e colhidos 9,7 milh\u00f5es de toneladas, segundo a Conab. A Regi\u00e3o Sul contribui com 90% da \u00e1rea e o Brasil Central com 10%.<\/p>\n
O trigo integra os sistemas de produ\u00e7\u00e3o, normalmente em sucess\u00e3o \u00e0 soja e ao milho, tanto na Regi\u00e3o Sul, quanto no Brasil Central.<\/p>\n
AgriBrasilis – <\/strong>O Brasil deve se tornar autossuficiente em trigo?\u00a0<\/strong>Quais as oportunidades para o setor agropecu\u00e1rio? <\/strong><\/p>\nJorge Lemainski<\/strong> –<\/strong> Acreditamos que o Brasil vai atingir a autossufici\u00eancia em at\u00e9 5 anos.<\/p>\nO trigo brasileiro atingiu qualidade tecnol\u00f3gica e industrial para panifica\u00e7\u00e3o, biscoito e massas compar\u00e1vel aos melhores trigos do mundo. Quase 90% da produ\u00e7\u00e3o brasileira \u00e9 destinada ao consumo humano e 10% \u00e9 destinada para compor ra\u00e7\u00e3o animal.<\/p>\n
Em 2022, o Brasil destinou R$ 10,9 bilh\u00f5es para a importa\u00e7\u00e3o de trigo. Ampliar a produ\u00e7\u00e3o brasileira pode melhorar a balan\u00e7a comercial, gerar trabalho e renda local, al\u00e9m de dinamizar a economia do agro e reduzir os custos fixos das propriedades.<\/p>\n
Al\u00e9m do consumo humano, o trigo tem ganhado espa\u00e7o para compor ra\u00e7\u00f5es para a cadeia de prote\u00edna animal, pastejo para gado de leite e de corte, produ\u00e7\u00e3o de alimento conservado \u2013 pr\u00e9-secado, silagem \u2013 e vai ser utilizado para produzir etanol amil\u00e1ceo gerando DDGs (res\u00edduo seco de destilaria com sol\u00faveis) para compor ra\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Estudos da Embrapa mostram que o trigo pode substituir o milho para compor a ra\u00e7\u00e3o de su\u00ednos e aves, com equival\u00eancia nutricional e econ\u00f4mica.<\/p>\n
Em fun\u00e7\u00e3o do volume de mat\u00e9ria prima demandada para as f\u00e1bricas de ra\u00e7\u00e3o, os cereais de inverno devem ser complementares ao milho na composi\u00e7\u00e3o de ra\u00e7\u00f5es.<\/p>\n
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