![\"\"](\"https:\/\/agribrasilis.com\/wp-content\/uploads\/2023\/03\/antuniassi.jpg\")
Ulisses Antuniassi<\/strong>, professor da Faculdade de Ci\u00eancias Agr\u00e1rias da Unesp<\/p><\/div>\n
\nAgriBrasilis – O senhor afirmou que a deriva da pulveriza\u00e7\u00e3o via drone \u00e9 menor que a realizada por avi\u00f5es, mas o dobro da realizada por equipamentos terrestres. Dessa forma, o uso de drones n\u00e3o estaria na contram\u00e3o da tecnologia de aplica\u00e7\u00e3o? Essas taxas tendem a diminuir com o avan\u00e7o da tecnologia?<\/strong><\/p>\nUlisses Antuniassi – <\/strong>Essa \u00e9 uma quest\u00e3o que se origina de um dado de apenas uma pesquisa, e que n\u00e3o deve ser extrapolada para todas as situa\u00e7\u00f5es.<\/p>\nEsse dado de propor\u00e7\u00e3o de deriva foi utilizado como contraponto \u00e0 faixa de seguran\u00e7a imposta pela Portaria n\u00ba 298 do MAPA para o uso de drones de pulveriza\u00e7\u00e3o, que prev\u00ea dist\u00e2ncia m\u00ednima de 20 m para alvos sens\u00edveis. O que fizemos foi destacar a deriva coletada em aplica\u00e7\u00f5es com as tr\u00eas modalidades (terrestre, a\u00e9reo convencional e drone) exatamente a 20 m, para comparar as realidades de cada modalidade. Isso n\u00e3o deve ser extrapolado para todas as dist\u00e2ncias e cen\u00e1rios de aplica\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
N\u00e3o concordo que drone seja um retrocesso. Drone \u00e9 uma plataforma a\u00e9rea (aplica a 3 m de altura), e portanto n\u00e3o \u00e9 como uma plataforma terrestre de barras, que aplica a 0,5 m de altura. Portanto, drones t\u00eam que ser comparados aos avi\u00f5es convencionais. Nesse contexto, os drones s\u00e3o uma grande evolu\u00e7\u00e3o em termos de seguran\u00e7a, pois simplesmente apresentam muito menos deriva que os avi\u00f5es convencionais.<\/p>\n
Entendo que os drones precisariam de faixas de seguran\u00e7a maiores do que 20 m para produtos de maior impacto em termos de deriva. Essa dist\u00e2ncia tem que ser estudada caso a caso e colocada nas bulas de cada produto.<\/p>\n
AgriBrasilis – Quais os principais cuidados para evitar a deriva durante as pulveriza\u00e7\u00f5es agr\u00edcolas?<\/strong><\/p>\nUlisses Antuniassi – <\/strong>Para evitar a deriva devemos seguir os conceitos de boas pr\u00e1ticas. Essa resposta seria muito longa, mas posso sintetizar da seguinte maneira:<\/p>\n\n- Acompanhamento t\u00e9cnico das aplica\u00e7\u00f5es;<\/li>\n
- Respeito \u00e0s condi\u00e7\u00f5es meteorol\u00f3gicas adequadas previstas em bula;<\/li>\n
- Respeito \u00e0 classe de gotas recomendada em bula para cada produto;<\/li>\n
- Uso de t\u00e9cnicas de redu\u00e7\u00e3o de deriva (TRD);<\/li>\n
- Respeito \u00e0s bordaduras e bom conhecimento do entorno dos talh\u00f5es;<\/li>\n
- Respeito aos protocolos de relacionamento com a popula\u00e7\u00e3o e demais produtores que vivem no entorno das \u00e1reas aplicadas.<\/li>\n<\/ul>\n
AgriBrasilis – O uso de drones para pulveriza\u00e7\u00e3o est\u00e1 crescendo, mas essa modalidade ainda n\u00e3o est\u00e1 recomendada na maioria das bulas de agrot\u00f3xicos. Quais as diferen\u00e7as com rela\u00e7\u00e3o a fatores como dilui\u00e7\u00e3o, concentra\u00e7\u00e3o, efici\u00eancia da aplica\u00e7\u00e3o e outros aspectos? <\/strong><\/p>\nUlisses Antuniassi – <\/strong>O drone deveria ser encarado como uma nova modalidade de aplica\u00e7\u00e3o e ter as recomenda\u00e7\u00f5es em bula revistas caso a caso, para que os par\u00e2metros de aplica\u00e7\u00e3o fossem otimizados em cada cen\u00e1rio. Por exemplo, nas aplica\u00e7\u00f5es com drones usamos concentra\u00e7\u00f5es de calda similares \u00e0s das aplica\u00e7\u00f5es a\u00e9reas convencionais, mas a tecnologia de gera\u00e7\u00e3o de gotas \u00e9 mais parecida com aquela usada na aplica\u00e7\u00e3o terrestre. Isso pode causar problemas de efic\u00e1cia nas aplica\u00e7\u00f5es e precisa ser reavaliado para cada produto, individualmente.<\/p>\nAgriBrasilis – Os drones driblam a proibi\u00e7\u00e3o da pulveriza\u00e7\u00e3o a\u00e9rea nos poucos locais que vetaram o uso de aeronaves agr\u00edcolas no pa\u00eds. O senhor considera que drones e aeronaves agr\u00edcolas deveriam ser tratados da mesma forma pela legisla\u00e7\u00e3o? Por qu\u00ea?<\/strong><\/p>\nUlisses Antuniassi – <\/strong>N\u00e3o concordo com o termo \u201cdriblar\u201d. Drones precisam ser vistos como uma nova modalidade e, portanto, deveriam ter regras espec\u00edficas.<\/p>\nDrones podem ser usados em qualquer situa\u00e7\u00e3o em que se usaria uma aeronave convencional (\u00e9 o que diz a Portaria n\u00ba 298), mas o inverso n\u00e3o \u00e9 verdadeiro, principalmente devido \u00e0 deriva.<\/p>\n
Assim, os drones podem ser usados em todas as culturas em que se utiliza a aplica\u00e7\u00e3o a\u00e9rea convencional.<\/p>\n
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