![\"\"](\"https:\/\/agribrasilis.com\/wp-content\/uploads\/2023\/02\/debona.png\")
Daniel Debona<\/strong>, professor de agronomia da <\/span>Universidade Tecnol\u00f3gica Federal do Paran\u00e1<\/p><\/div>\n
\nAs doen\u00e7as est\u00e3o entre os principais fatores que reduzem a produtividade e a qualidade de gr\u00e3os na cultura do milho, com destaque para as doen\u00e7as foliares, as podrid\u00f5es de colmo e de espiga e os enfezamentos.\u00a0<\/span><\/p>\nAs doen\u00e7as foliares mais importantes s\u00e3o a mancha branca, a cercosporiose, a mancha de turcicum, a mancha de bipolaris, a mancha de dipl\u00f3dia e as ferrugens (comum, polissora e tropical). O potencial de dano dessas doen\u00e7as \u00e9 bastante elevado, podendo atingir mais de 80%, conforme relatado para as epidemias de cercosporiose que ocorreram no sudoeste goiano nos anos 2000, por exemplo.<\/span><\/p>\nO manejo de doen\u00e7as foliares envolve principalmente o uso de h\u00edbridos resistentes e a aplica\u00e7\u00e3o de fungicidas. No caso dos fungicidas, a escolha do produto e o momento de aplica\u00e7\u00e3o s\u00e3o cruciais para o sucesso do manejo. Dentre os fungicidas usados, destacam-se as misturas de triazois (ciproconazol, difenoconazol, epoxiconazol ou tebuconazol) ou triazolintiona (protioconazol) com estrobilurinas (azoxistrobina, metominostrobina, picoxistrobina, piraclostrobina ou trifloxistrobina) e carboxamidas (benzovindiflupir, bixafem e fluxapiroxade).<\/span><\/p>\nEm alguns casos, a inclus\u00e3o de fungicidas multiss\u00edtios, como o mancozebe, tamb\u00e9m \u00e9 justificada. Al\u00e9m disso, novas mol\u00e9culas dos grupos dos triazois (mefentrifluconazol) e das carboxamidas (adepidyn) foram recentemente registradas para uso em milho, elevando o patamar de controle de doen\u00e7as.<\/span><\/p>\nCom rela\u00e7\u00e3o ao momento de controle, \u00e9 fundamental o emprego de fungicidas de forma preventiva, visto que a sua efic\u00e1cia cai drasticamente ap\u00f3s a manifesta\u00e7\u00e3o dos sintomas da doen\u00e7a. As aplica\u00e7\u00f5es de fungicidas em pr\u00e9-pendoamento resultam em maiores respostas produtivas, por\u00e9m \u00e9 fundamental realizar o monitoramento, visto que algumas doen\u00e7as, como a mancha branca e a mancha de turcicum, podem iniciar mais cedo (entre V4 e V6), demandando uma antecipa\u00e7\u00e3o do programa de controle. Aplica\u00e7\u00f5es ap\u00f3s o pendoamento (VT) tamb\u00e9m podem ser necess\u00e1rias, dependo da press\u00e3o de doen\u00e7as, das condi\u00e7\u00f5es ambientais e do n\u00edvel de suscetibilidade do h\u00edbrido.<\/span><\/p>\n![\"\"](\"https:\/\/agribrasilis.com\/wp-content\/uploads\/2023\/02\/Mancha-branca-scaled.jpg\")
Sintomas de mancha branca no milho, causada pelo complexo entre a bact\u00e9ria Pantoea ananatis<\/em> e o fungo Phaeosphaeria maydis<\/em>.<\/p><\/div>\nDiferentes g\u00eaneros de fungos est\u00e3o associados a podrid\u00f5es de colmo, espigas e\/ou gr\u00e3os ardidos (<\/span>Colletotrichum, Fusarium, Diplodia<\/span><\/i>), sendo que alguns deles (<\/span>Fusarium<\/span><\/i>) tamb\u00e9m s\u00e3o respons\u00e1veis pela presen\u00e7a de micotoxinas nos gr\u00e3os. O manejo dessas doen\u00e7as envolve a escolha de h\u00edbridos com maior n\u00edvel de resist\u00eancia, a aduba\u00e7\u00e3o equilibrada (nitrog\u00eanio e pot\u00e1ssio), o tratamento de sementes a rota\u00e7\u00e3o\/sucess\u00e3o com culturas n\u00e3o hospedeiras e a semeadura em condi\u00e7\u00f5es adequadas.\u00a0<\/span><\/p>\nA prote\u00e7\u00e3o foliar com fungicidas tamb\u00e9m \u00e9 importante para minimizar problemas com podrid\u00f5es de colmo. Al\u00e9m disso, o uso de h\u00edbridos com bom empalhamento das espigas e o manejo de pragas, principalmente de lagartas que causam danos \u00e0s espigas (incluindo o uso de milho Bt e aplica\u00e7\u00f5es de inseticidas) \u00e9 importante no manejo das podrid\u00f5es de espiga.<\/span><\/p>\nO enfezamento (p\u00e1lido e vermelho) \u00e9 o principal desafio fitossanit\u00e1rio da cultura do milho atualmente. Esse problema \u00e9 causado por dois microrganismos procariotos (molicutes), os quais s\u00e3o transmitidos pela cigarrinha do milho (<\/span>Dalbulus maidis<\/span><\/i>), que tamb\u00e9m transmite o v\u00edrus da risca.\u00a0<\/span><\/p>\nO manejo dos enfezamentos envolve a elimina\u00e7\u00e3o de plantas volunt\u00e1rias de milho, sincroniza\u00e7\u00e3o da semeadura, tratamento de sementes com inseticidas sist\u00eamicos (clotianidina, imidacloprido ou tiametoxam) e aplica\u00e7\u00f5es foliares de inseticidas qu\u00edmicos (carbamatos, fenilpirazois, neonicotinoides, organofosoforados e\/ou piretroides) durante o per\u00edodo cr\u00edtico (V2-V8).\u00a0<\/span><\/p>\nDe modo geral, os inseticidas qu\u00edmicos apresentam baixo \u00edndice residual e a inclus\u00e3o de produtos biol\u00f3gicos (<\/span>Beauveria, Isaria, Paecilomyces<\/span><\/i> e <\/span>Pseudomonas<\/span><\/i>) \u00e9 imprescind\u00edvel. De qualquer modo, o uso de h\u00edbridos mais tolerantes constitui uma das medidas de controle mais importantes, visto que temos encontrado diferen\u00e7as de mais de 80 sc\/ha entre h\u00edbridos devido \u00e0 sua varia\u00e7\u00e3o na toler\u00e2ncia aos enfezamentos.<\/span><\/p>\n![\"\"](\"https:\/\/agribrasilis.com\/wp-content\/uploads\/2023\/02\/Ferrugem-comum-e-mancha-de-turcicum-scaled.jpg\")
Sintomas da ferrugem comum e mancha de turcicum em mesma planta de milho<\/p><\/div>\n
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