Evolução e diversificação das cooperativas agrícolas

“Eu vejo as cooperativas de produção agrícola no Brasil com muito sucesso, com crescimentos importantes ano após ano, com longevidade…”

Fernando Degobbi é diretor presidente da Coopercitrus – Cooperativa de Produtores Rurais, engenheiro agrícola pela Universidade Federal de Lavras, com especialização em gestão pela Fundação Dom Cabral, e especialista em marketing pela FGV.


AgriBrasilis – Como o senhor enxerga a evolução do cooperativismo agrícola nos próximos 10 anos?

Fernando Degobbi – Eu vejo as cooperativas de produção agrícola no Brasil com muito sucesso, com crescimentos importantes ano após ano, com longevidade, o que em outros segmentos de mercado às vezes não tem o mesmo comportamento, e principalmente gerando prosperidade para as regiões e os cooperados que são atendidos.

AgriBrasilis – Diversificação é a estratégia da Coopercitrus?

Fernando Degobbi – A diversificação na Coopercitrus é uma estratégia, sendo que quando decidimos atuar em mais de um segmento de mercado estamos tendo um contato mais permanente e efetivo com os nossos cooperados, o que nos dá a oportunidade de contribuir com a evolução dos processos de produção.

“Ter áreas georreferenciadas, trabalhar com equipamentos para geração de projetos de conservação de solo, além projetos de plantio, nos possibilita aproveitar melhor a área”

AgriBrasilis – Quais são as principais formas de apoio que as cooperativas oferecem aos agricultores além de serviços financeiros e de fornecimento de insumos?

Fernando Degobbi – As formas de apoio que a gente oferece para os cooperados são: fornecimento de insumos através de uma logística eficiente e preços competitivos; na parte financeira trabalhamos sempre com taxas atrativas para os pagamentos a prazo e mais recentemente lançamos uma Fintech, que vai apoiar o produtor na sua gestão financeira, o que será muito importante para o aprimoramento da relação cooperativa-cooperado.

AgriBrasilis – Qual é a importância do georreferenciamento de propriedades rurais e que tipos de mapas são gerados?

Fernando Degobbi – A área do Campo Digital da Coopercitrus trabalha com tecnologias digitais e ferramentas de agricultura de precisão visando um aproveitamento melhor da área e uma otimização do processo de produção. Nesse contexto, ter áreas georreferenciadas, trabalhar com equipamentos para geração de projetos de conservação de solo, além projetos de plantio, nos possibilita aproveitar melhor a área, colocando um adicional de aproximadamente 10% no número de plantas e também reduzir manobras na ordem de até 25%, o que gera melhores resultados e um menor impacto no ambiente.

AgriBrasilis – De que formas os relatórios em tempo real (RTR) são obtidos e como eles ajudam os produtores a tomar decisões mais informadas?

Fernando Degobbi – Nossos colaboradores geram relatórios de visitas em tempo real, durante as várias oportunidades que têm de visitar as propriedades dos cooperados. Esses relatórios são importantes porque podem ser gerados através dos smartphones e dos tablets, eles estão 100% ligados ao nosso sistema de gerenciamento de relação com o cooperado e nos apoiam no entendimento da situação das lavouras e o estágio de desenvolvimento.

AgriBrasilis – Como a aquisição de 15% da Agroallianz do Grupo DVA contribuirá para o crescimento e a diversificação da Coopercitrus? Quanto foi investido?

Fernando Degobbi – A nossa sociedade com a Agroallianz é muito estratégica, pois ela vem cumprir um “gap” que temos nos produtos pós patente em regiões determinadas onde a cooperativa atua. Dessa forma, queremos completar portfólio e ter uma condição cada vez mais competitiva, além de apoiar os nossos produtores em tudo que eles precisam para o seu desenvolvimento.

 

LEIA MAIS:

Inovações no agronegócio vão além do “tech”